Exclusivo: FIVB vai alterar classificação para Tóquio 2020
O sistema de classificação para os torneios indoor de voleibol masculino e feminino vai passar por alterações para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, informou ao Saída de Rede uma fonte ligada à Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Uma das mudanças, já conhecida, é o final da efêmera e polêmica repescagem que colocou na Rio 2016 equipes de baixo nível técnico como Porto Rico (feminino) e México (masculino). A principal, no entanto, é que a Copa do Mundo, torneio criado em 1965 e que desde 1977 é disputado no Japão, não será mais classificatória. O número de vagas, estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), permanece em 12 para cada naipe, como ocorre desde Atlanta 1996.
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A Copa do Mundo classifica pelo menos uma seleção no masculino e no feminino para as Olimpíadas desde a edição de 1981. O que estaria por trás de uma mudança tão drástica? O Japão, país que, segundo o presidente da FIVB, Ary Graça, "sustenta" a modalidade. "Lá, a Fuji TV, TBS e Nippon TV pagam por evento. Por exemplo, US$ 8 milhões pela Copa do Mundo. O Campeonato Mundial feminino de 2018 será no Japão, pagaram US$ 14 milhões", disse Graça em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada no dia 22 de junho deste ano.
Para os Jogos de Pequim 2008 e do Rio 2016, China e Brasil, respectivamente, não puderam participar da Copa do Mundo do ano anterior por serem países-sede da Olimpíada, uma vez que a competição no Japão é vista pela FIVB como um qualificatório olímpico. A China é uma potência no vôlei feminino e vinha do ouro em Atenas 2004. O Brasil faz parte da elite nos dois naipes e, mesmo sob protestos, principalmente do técnico da seleção masculina, Bernardinho, ficou de fora da Copa do Mundo 2015. Seguindo a mesma lógica, o Japão não poderia participar da Copa do Mundo 2019, pois Tóquio recebe os Jogos Olímpicos no ano seguinte.
Ajuste
Mas como excluir o país-sede do torneio ou mesmo encontrar outro anfitrião para uma competição já acertada com o Japão para as edições de 2019 e também de 2023? Manter as seleções japonesas no "qualificatório" seria um soco na Federação Chinesa e na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), além de uma quebra nas regras da própria FIVB. Ora, muda-se o sistema então.
Não há definição sobre como serão os pré-olímpicos para Tóquio 2020. Considerando que as vagas, com exceção óbvia do país-sede da Olimpíada, são definidas menos de um ano antes, a FIVB tem bastante tempo até lá.
Repescagem
A partir da edição de 1995, a Copa do Mundo passou a dar três vagas no masculino e no feminino para os Jogos Olímpicos do ano seguinte. No torneio mais recente, em 2015, foram distribuídas apenas duas vagas em cada naipe. A terceira vaga de cada lado foi destinada à inédita e desatinada repescagem, disputada por seleções sem expressão que haviam sido derrotadas nos qualificatórios continentais. Já equipes como a Sérvia, entre os homens, e a Turquia, entre as mulheres, não tiveram uma segunda chance.
"Na minha candidatura (à presidência da FIVB) meu tema era inovação e oportunidade. Em Londres 2012, entre 12 times, tinha sete europeus (no masculino, além de cinco no feminino, enquanto este ano foram quatro em cada lado). Então, coerentemente, criamos um sistema para dar mais chances para mais gente. Comercialmente falando: abrir mercados; politicamente: dar oportunidade e não massacrá-los; esportivamente: cai um pouco o nível. Do ponto de vista esportivo em si, não é bom. Mas já avisei que para a Olimpíada seguinte vamos mudar o sistema novamente. Eu dei a chance, quatro anos de chances. Não vai ter mais a colher de chá", explicou Ary Graça na entrevista à Folha.
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