Renovação da seleção feminina: o que esperar?
Foram dois ciclos olímpicos com a mesma base e mudanças apenas pontuais. Mas o tempo passa para todo mundo e é chegado o momento de uma alteração mais profunda na seleção brasileira feminina de vôlei. Nomes importantes da atual geração, como a central Fabiana e a oposta Sheilla, já confirmaram que não defendem mais o time nacional.
Outras jogadoras que disputaram a Rio 2016 e ultrapassaram a casa dos 30 (ou estão próximas disso) preferiram deixar a questão em aberto, mas podem seguir o mesmo caminho. É o caso de Jaqueline, Fernanda Garay, Dani Lins, Fabíola, Thaísa, Adenízia, Juciely e Léia. Independentemente da decisão delas, porém, espera-se o aparecimento de muitas caras novas na seleção principal nos próximos meses.
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Até por conta de todas as vitórias obtidas pelo time, não houve muito espaço para novatas nos principais torneios nos últimos anos – a exceção fica por conta da ponteira Gabi, de 22 anos. Enquanto isso, rivais como China, Sérvia e Itália contam com jogadoras de idade semelhante ou até mais novas que já acumulam uma experiência olímpica. É uma defasagem que o Brasil terá que superar antes da Olimpíada de Tóquio.
As posições de central e oposta devem ser as mais afetadas. Por permitirem uma carreira um pouco mais extensa devido ao menor impacto nas articulações, as posições de levantadora e líbero podem abrigar jogadoras mais velhas, como Léia, Dani Lins e a própria Fabíola – há ainda de se lembrar de Camila Brait, 27 anos, que optou por não defender mais a seleção após ser cortada da Olimpíada do Rio, mas tem idade suficiente para reconsiderar sua decisão até 2020. Entre as ponteiras, Gabi e Natália possuem idade e talento para defender a seleção por pelo menos mais um ciclo olímpico.
Das jogadoras que nunca foram chamadas para a seleção principal ou não conseguiram se firmar nela, esses são os nomes que podem ganhar espaço no ciclo que se inicia (em ordem alfabética):
Levantadoras: Claudinha, Juma, Macris, Naiane e Roberta
Opostas: Helô, Lorenne, Monique Pavão, Paula Borgo, Rosamaria e Tandara*
Ponteiras: Carla, Drussyla, Gabi (Vôlei Nestlé), Michelle Pavão, Suelle
Centrais: Bia, Mara, Mayhara, Saraelen e Valquíria
Líbero: Laís
* Joga como ponteira nos clubes
Vale lembrar que o Brasil é o atual campeão mundial sub-23 de vôlei feminino. Técnico da equipe, Wagner Coppini, o Wagão, acredita no potencial das novas atletas, mas pede paciência aos torcedores.
"É difícil comparar gerações. As jogadoras que estão chegando têm potencial para serem atletas de sucesso e algumas já são, mas elas tem um caminho a trilhar", comentou o técnico, lembrando que, embora seja importante, o Mundial sub-23 não garante nada a ninguém. "É o trabalho diário e a evolução dessas atletas no clube e na seleção que vão dar a ferramenta para elas serem vitoriosas, mas isso tem que acontecer sem nenhum tipo de comparação. Fazer comparações é colocar uma carga muito grande para jogadoras que estão chegando. Só o futuro vai dizer se elas vão chegar no nível de conquista de Sheilla e Fabiana. Teremos que trabalhar muito para a seleção continuar no patamar alto em que se encontra", destacou.
Para Brait, Zé Roberto se decidiu por Léia ainda no Grand Prix
Para Luizomar de Moura, que durante muitos anos trabalhou como técnico das seleções brasileira de base, há qualidade em quem está chegando, mas falta rodagem. "Falta experiência e todos os envolvidos com voleibol terão que ter paciência", comentou o treinador, que vê como essencial nesse processo a postura das atletas que permanecerem na seleção. "Haverá um papel importante para as jogadoras que estão no meio desse trabalho e já receberam o suporte necessário para o crescimento", afirmou.
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