Para Camila Brait, Zé Roberto se decidiu por Léia ainda no Grand Prix
Depois de muito choro, com direito a rosto inchado, é hora do recomeço. Cortada da seleção feminina de vôlei às vésperas de uma Olimpíada pela segunda vez consecutiva, a líbero Camila Brait assegura que já superou o trauma de ficar fora da Rio 2016. Ela, inclusive, diz não guardar nenhum ressentimento do técnico José Roberto Guimarães, o responsável pela decisão de dispensá-la em ambas as oportunidades.
"Nem tristeza, mágoa, nada. Ali no momento ele preferiu levar a Léia, achou que ela estava melhor, e tenho que respeitar", destacou a jogadora, que finalmente decidiu atender aos insistentes pedidos de entrevistas feitos pelo jornalistas pouco antes de voltar a jogar por seu clube, o Vôlei Nestlé. Nem mesmo o fato de ter decidido não jogar mais pela seleção e, portanto, não trabalhar mais com Zé Roberto, fez Camila deixar a elegância e a resignação de lado. "Na hora do corte a gente fica muito triste, acha que a vida está acabando ali. É um sonho de todo atleta jogar uma Olimpíada, mas infelizmente não deu", emendou.
A derrota para a China e a necessidade de olhar adiante
Bernardinho ainda tem desafios à frente da seleção masculina?
Para ela, o fato de Zé Roberto ter escalado justamente Léia para enfrentar Rússia e Estados Unidos na fase final do Grand Prix é um indicativo que ele já preferia contar na Olimpíada com a outra líbero do time, Léia, que jogou pouco durante todo o ciclo olímpico.
"Acho que ele já estava querendo levá-la e deu uma oportunidade para ela jogar contra times bons. Foi o que aconteceu e a Léia jogou muito bem. Consegui reverter minha situação, estive bem contra Tailândia e Holanda, mas não foi suficiente para ele mudar a decisão", analisa a atleta, que diz sair da seleção com a consciência de quem cumpriu seu dever.
Brait prevê debandada grande na seleção
A eliminação diante da China nas quartas de final da Olimpíada do Rio de Janeiro marcou o fim de um ciclo no voleibol feminino brasileiro. Ali mesmo, à beira da quadra do Maracanãzinho, a capitã Fabiana e a oposta Sheilla confirmaram o adeus ao time nacional, mas a lista deve ter outros nomes, segundo Brait.
Amiga das atletas, a defensora acredita que os próximos meses devem ser marcados por caras diferentes vestindo a camisa verde-amarela. "Acho que mais algumas meninas devem sair da seleção, só não anunciaram ainda. Será uma seleção com bastante menina nova", destacou Brait, que deu a dica sobre dois nomes que provavelmente permanecerão. "Quem ficar lá, como a Dani Lins e Natália, vai ter que dar um suporte maior às meninas que chegarem para na Olimpíada de 2020 já haver um time mais entrosado", comentou.
Questionada sobre sua própria decisão de deixar o time nacional, Brait garante que não decidiu sair por conta da decepção da dispensa – nem mesmo uma mudança na comissão técnica a faria rever a escolha.
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"Já vinha pensando há algum tempo sobre isso, mas depois do corte ficou bem real que eu não queria mais voltar para a seleção. Tenho novos planos para a minha vida. Um deles é ter filho logo após essa Superliga e não sei se conseguiria ficar muito tempo longe dele, um mês no Grand Prix, por exemplo. Eu via o sofrimento das meninas (que já tem filhos) e chorava junto porque é muito triste. Não teria culhão para isso", afirmou.
Lobby para a jogadora de 27 anos mudar de ideia não falta. Um deles é do próprio técnico do Vôlei Nestlé, Luizomar de Moura, uma das figuras que mais lhe apoiou para superar o basque do corte. O outro é das antigas companheiras de seleção. "Pode ser que eu sinta um pouco de saudade, o que é natural, mas minha decisão não volta", assegurou.
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