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Saída de Rede

Em jogo de muitos erros, Brasil avança na raça e no embalo da torcida

Carolina Canossa

16/08/2016 01h34

Entrada de Lipe foi importante para a sobrevivência do Brasil, ainda que ele tenha cometido erros eventuais (Fotos: FIVB)

Entrada de Lipe foi importante para a sobrevivência do Brasil, ainda que ele tenha cometido erros eventuais (Fotos: FIVB)

Não foi uma apresentação dos sonhos, mas foi o suficiente. Em uma partida com uma carga enorme de dramaticidade, a seleção brasileira masculina de vôlei bateu a França por 3 sets a 1 (25-22, 22-25, 25-20 e 25-23) e garantiu sua sobrevivência na Olimpíada do Rio de Janeiro. De quebra, mandou os Bleus, um dos mais fortes candidatos ao pódio, mais cedo de volta pra casa.

Curioso é que o Maracanãzinho lotado, aquele mesmo que o craque Earvin Ngapeth não temia, teve papel importante na vitória. Pressionados e com um ginásio inteiro torcendo contra, os europeus erraram demais: 33 vezes, sendo 22 no saque. A estratégia era clara: desestabilizar a hesitante recepção brasileira. Mas, alçado à condição de titular no jogo mais importante do ciclo olímpico, Lipe correspondeu à altura, em que pese algumas falhas eventuais. O ponteiro ainda se destacou no saque, sendo a principal arma do Brasil no fundamento.

Seleção feminina está pronta para o tri, mas não pode perder o foco

Não podemos deixar de também falar de Wallace, que provavelmente fez seu melhor jogo com a camisa amarela. Com quase 60% de aproveitamento no ataque, ele foi o desafogo do time brasileiro e impediu a França de escapar no placar nos momentos em que Ricardo Lucarelli saiu do jogo. Lucarelli, aliás, precisa encarar a partida desta segunda (15) como lição de amadurecimento: só de toques bobos na rede, foram cinco. Sou capaz de dizer que ele só não foi para o banco porque nem Maurício Borges nem Douglas Souza inspiram confiança. Bruno, por sua vez, cansou de alçar bolas coladas à rede, mas fez uma boa distribuição entre os atacantes à disposição.

Rouzier teve uma bela atuação, mas não foi suficiente

Rouzier teve uma bela atuação, mas não foi suficiente

Erros à parte, a França fez sua melhor (ou menos pior) apresentação no Rio de Janeiro. Ainda que Ngapeth tenha enchido os olhos dos fãs com jogadas espetaculares, quem brilhou mesmo foi o oposto Rouzier, responsável por nada menos que 26 pontos. Mas, numa grande ironia do esporte, coube justamente a ele o erro que encerrou o duelo.

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Se quiser pelo menos beliscar o pódio, a seleção masculina ainda tem muito a melhorar. Mas os rivais que se atentem: o time de Bernardinho sobreviveu. E ainda tem um duelo teoricamente favorável contra a Argentina nas quartas – na Liga Mundial 2016, que psicologicamente parece ter sido disputada há dez anos, a vitória foi por 3 a 0. É um rival treinado por um grande técnico, Julio Velasco, e, por isso, perigoso, especialmente se assumir a condição de franco-atirador. Porém, é a melhor notícia possível para Bernardinho nesse momento. Teria a sorte virado de lado?

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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