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Saída de Rede

Quase nada se salva na fraca seleção mexicana

Sidrônio Henrique

07/08/2016 06h00

Diante da sua torcida, os mexicanos comemoraram a classificação para a Rio 2016 (fotos: FIVB)

A estreia da seleção brasileira masculina de vôlei na Rio 2016, às 11h35 deste domingo (7), será diante do mais fraco dos doze times do torneio. O México só está na competição graças a uma brecha, em forma de repescagem, mal explicada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

Meses depois de ficar em terceiro lugar no Pré-Olímpico das Américas do Norte e Central, os mexicanos disputaram, em casa, um qualificatório contra Tunísia, Argélia e Chile. É um time tão fraco que um set ganho diante de qualquer um dos adversários no grupo A, que conta ainda com Estados Unidos, Canadá, França e Itália, será motivo para muita comemoração.

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O México está na terceira divisão da Liga Mundial e este ano ficou em décimo lugar entre doze participantes. Mesmo Egito e Cuba, que estão na outra chave e também compõem a ala dos figurantes do voleibol masculino na Rio 2016, têm mais a oferecer. É a segunda vez que os mexicanos participam do torneio olímpico de voleibol masculino – a primeira, em 1968, foi como país-sede.

Ponto forte
De modo geral, o saque mexicano não é lá essas coisas, mas com uma média pífia em todos os fundamentos, o serviço é o menos ruim. Às vezes o time engrena uma boa sequência, recorrendo ao saque suicida, como ocorreu na semana passada, em dois amistosos disputados contra a Argentina – ambos perdidos por 3-0. Vale ressaltar também que, apesar das deficiências técnicas, a equipe não se rende, até porque quase sempre seus atletas entram em quadra como franco-atiradores.

Ponto fraco
Se é difícil eleger algo de positivo na seleção do México, apontar fraquezas é exatamente o oposto. Complicado é escolher a maior delas. Você aí consegue imaginar um time minimamente competitivo que praticamente não bloqueia? Não digo apenas matar o ponto ou amortecer o ataque, mas funcionar taticamente de forma a ajudar a defesa. Pode esquecer isso no caso dos mexicanos. Os bloqueios são esporádicos, longe de refletir qualquer organização, muitas vezes por desleixo do oponente diante de um adversário tão frágil.

Qual a chance de ganhar do Brasil?
Zero. Só uma catástrofe permitiria que o México superasse a seleção brasileira no atual estágio das duas equipes.

GDANSK, POLAND - SEPTEMBER 5: ...... during the FIVB World Championships match between Russia and Mexico on September 5, 2014 in Gdansk, Poland. (Photo by Ludmila Mitrega/Getty Images for FIVB)

Pedro Rangel é o levantador titular do México

Fique de olho
Que o leitor não espere que ele seja um virtuose, mas diante da falta de técnica desse time, dá para destacar o levantador Pedro Rangel, 27 anos, 1,92m, dono de um toque limpo e que tenta, dentro das suas limitações, livrar seus atacantes do bloqueio adversário imprimindo alguma velocidade na armação das jogadas. O veterano ponteiro Carlos Guerra, 35 anos, 1,96m, exerce o papel de líder e é, muitas vezes, o maior pontuador da equipe.

Elenco (em negrito, o provável time titular)

Levantadores: Pedro Rangel (camisa 10) e Jesus Alberto Perales (6)
Opostos: Daniel Vargas (1) e Nestor Orellana (17)
Centrais: Samuel Cordova (13), Tomas Aguilera (14) e Jose Martinez (21)
Ponteiros: Carlos Guerra (9), Jorge Barajas (11), Gonzalo Ruiz de la Cruz (4) e Jorge Quiñones (7)
Líbero: Jesus Rangel (5)

Desempenho no ciclo olímpico
No campeonato da Norceca, o México ficou em quinto lugar em 2013 e em quarto em 2015 – este último sem a presença dos Estados Unidos. A última vez que o México ganhou uma medalha no torneio continental foi em 1979, quando conquistou um bronze. No Mundial 2014, não passaram da primeira fase, ganhando apenas uma em cinco partidas – contra uma desfalcada seleção egípcia e em cinco sets. O grande momento naquela competição, no entanto, foi arrancar um set dos reservas da Rússia. Nos Jogos Pan-Americanos 2015, o time terminou em sétimo entre oito participantes. Mesmo em torneios de menor expressão e jogando em casa o time não consegue decolar. Na inexpressiva Copa Pan-Americana 2016, realizada na Cidade do México, essa seleção que logo mais enfrenta o Brasil acabou na quarta colocação, abaixo das seleções sub23 de Cuba e Argentina, campeã e vice, respectivamente, e ainda da equipe B do Canadá.

O que mais rola no dia?
A primeira rodada já começa quente, às 9h30, com o duelo entre França e Itália, no qual os franceses são os favoritos. Às 17h05, Estados Unidos e Canadá fazem mais um confronto entre vizinhos, prometendo equilíbrio diante da recente ascensão dos canadenses. A última partida do dia, às 22h35, também pode ser uma boa pedida, com duas equipes intermediárias, Argentina e Irã, em ação. Os outros jogos do dia são Polônia e Egito, às 15h, e ainda a estreia da Rússia, às 20h30, diante de uma jovem e esfacelada Cuba, que mesmo inteira não ofereceria muita resistência – seis jogadores da seleção caribenha permanecem presos na Finlândia devido a uma acusação de estupro, feita durante a Liga Mundial, e foram substituídos por juvenis, além da troca de toda a comissão técnica.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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