Seleção masculina foge do fantasma das lesões
A 20 dias da abertura da Rio 2016, o voleibol apresentado pela seleção masculina tem agradado aos fãs, aos atletas e ao próprio técnico Bernardinho. Com três cortes a serem feitos, o único fantasma que ronda o time são eventuais problemas físicos, algo que já minou a equipe nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos e que podem ser decisivos numa competição de tiro curto como essa. Com média de idade de 30,1 anos no atual grupo de 15 jogadores, uma das mais elevadas entre as equipes favoritas, o Brasil tem razões para se preocupar. No entanto, a situação atual é melhor do que nas duas últimas edições olímpicas.
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Tanto nos Jogos de Pequim 2008 quanto em Londres 2012 as lesões atrapalharam a seleção brasileira, que terminou ambos com a medalha de prata. A situação mais dramática ocorreu há quatro anos, na final entre Brasil e Rússia. O ponta Dante, que sofria com dores no joelho havia alguns anos devido a uma artrose, não suportou a carga a partir do terceiro set. O outro ponteiro titular era Murilo, MVP da competição, que ficou sobrecarregado. Vindo do banco, Thiago Alves não rendeu o esperado, tecnicamente falando. Giba retornava após uma cirurgia na tíbia, devido a uma fratura por estresse, e apesar de clinicamente recuperado não alcançou o melhor da sua forma.
Cenário atual
O Saída de Rede torce, claro, para que tudo esteja e termine bem. O central Isac voltou ao time após tratamento para reduzir as dores decorrentes de uma hérnia de disco. O ponta Lipe não pôde jogar em algumas rodadas da Liga Mundial por causa de uma lesão na panturrilha direita, mas já está recuperado. O também ponteiro Murilo ficou de fora durante um final de semana devido a um estiramento do músculo do peitoral e agora perde as finais do torneio por causa de uma lesão na panturrilha esquerda. Titular, o ponta Lucarelli teve dores lombares, mas recuperou-se a tempo para as finais e foi destaque na vitória de 3-0 sobre a Itália.
O blog procurou o fisioterapeuta Guilherme Tenius, o Fiapo, integrante da comissão técnica da seleção masculina. "Murilo sentiu a panturrilha no jogo contra a Bélgica e vem melhorando lentamente, ficou de fora das finais, pois não teríamos tempo hábil para colocá-lo em condições ideais, mas podemos dizer que vem evoluindo gradativamente, com segurança", ele explicou ao SdR.
Sobre Lucarelli, também boas notícias. "Ele tem uma lombalgia que não aparenta ser muito grave. O exame não mostrou nada grave e temos que realizar o tratamento proposto, avaliar dia a dia os sinais e os sintomas. É isso que nos dará garantia da melhora", disse Fiapo.
O fisioterapeuta, que trabalha com Bernardinho desde 1997, quando o técnico ainda comandava a seleção feminina, fez uma analogia para que o leitor entenda a diferença entre o risco de lesões para um atleta de alto rendimento e alguém que está fora desse universo. "Comparo o atleta que se prepara para uma competição do nível de uma Olimpíada com um carro de fórmula um, que é projetado para andar a 300 km/h e por conta disso quebra muito mais do que um carro fabricado para andar no trânsito de uma grande cidade. O atleta treina para 'andar' a 300 km/h e, por isso, o risco de se lesionar é muito maior que o meu", exemplificou o profissional, que na Rio 2016 participará da sua quinta edição dos Jogos Olímpicos.
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"O que posso garantir é que o grupo de um modo geral está em excelente forma, pronto para encarar as finais da Liga Mundial, sem esquecer que o nosso objetivo principal vem aí em poucas semanas. O risco de lesões é iminente e o nosso papel é trabalhar para tentar diminuí-lo, por meio de um trabalho multidisciplinar, que envolve fisioterapia, treinamento físico, alimentação, descanso, técnicas de relaxamento e recuperação, e é isso que temos feito de forma ininterrupta", afirmou Fiapo.
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