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Reservas eliminam EUA e mostram a força do Brasil às vésperas da Olimpíada

Sidrônio Henrique

15/07/2016 19h16

Os suplentes da seleção brasileira viraram a partida diante dos Estados Unidos (fotos: FIVB)

Você imaginaria que o time reserva do Brasil equilibraria o jogo e até eliminaria os titulares dos Estados Unidos? Pois foi o que aconteceu nesta sexta-feira (15), em Cracóvia, na Polônia, pelas finais da Liga Mundial. Vitória dos suplentes brasileiros de virada sobre os americanos por 3-2 (24-26, 21-25, 28-26, 25-21, 15-12), salvando dois match points no terceiro set. A três semanas da abertura da Rio 2016, é um boa notícia saber que o sistema de jogo estabelecido pelo técnico Bernardinho mantém sua eficiência mesmo com os reservas em quadra. Um banco que se mostrou capaz de corresponder, batendo um dos principais adversários do Brasil sem recorrer a nomes como o ponta Lucarelli, os centrais Maurício Souza e Lucão, e contando com o levantador Bruno e o oposto Wallace somente nas inversões do 5-1. Claro que o fato de já estarem classificados antes mesmo da partida aliviou a pressão.

As vitórias sobre a Itália (3-0) e os EUA (3-2), ambos adversários da primeira fase na Olimpíada, deram à seleção brasileira o primeiro lugar da chave. O time enfrenta a França neste sábado, às 15h30 (horário de Brasília). O Brasil disputou até aqui onze partidas na Liga Mundial 2016 e venceu dez, perdendo apenas para a Sérvia (1-3, em Belgrado), que tem essa competição como a sua principal da temporada. A outra semifinal, às 12h30, será entre Itália e Sérvia. As duas partidas têm transmissão do SporTV.

O Brasil precisava de apenas um set para garantir o primeiro lugar do grupo. Para os americanos, somente uma vitória por 3-0 ou 3-1 interessava e eles chegaram a abrir 2-0. Eliminados, dão lugar a Itália, que os venceu na quinta-feira por 3-1. Antes de Brasil e EUA entrarem em quadra, a vitória da França sobre a Sérvia por 3-2 (25-20, 25-19, 24-26, 19-25, 15-12) deu à equipe do leste europeu o primeiro lugar da outra chave, seguida pelo time do craque Earvin N'gapeth. A Polônia, dona da casa, foi eliminada, assim como aconteceu com os brasileiros no ano passado, no Rio de Janeiro.

Borges se destacou com quatro aces na partida

Testes
O técnico Bernardinho aproveitou o jogo desta sexta-feira para avaliar os ponteiros Douglas Souza e Lipe, que foram testados ao longo da partida, enquanto o também ponta Maurício Borges, que permaneceu em quadra até a metade do quarto set, demonstrou que deve mesmo estar entre os 12 na Rio 2016, talvez até entre os titulares. Isac e Éder, que lutam para entrar na lista final, foram os centrais contra os americanos.

Destaque para o oposto Evandro, 25 pontos, com aproveitamento de 56,8% no ataque (21/37) e ainda três bloqueios e um ace. Outro que chamou a atenção foi Maurício Borges, 13 pontos, sendo nove de ataque, com eficiência de 64,3% (9/14), e quatro aces – em várias passagens pelo saque, o ponteiro quebrou o passe norte-americano. O oposto Matt Anderson marcou 21 vezes e foi o principal pontuador dos EUA, ele que foi substituído depois do terceiro set por causa da queda de aproveitamento no ataque.

Dos demais ponteiros testados por Bernardinho, o veterano Lipe teve melhor rendimento ofensivo, colocando sete bolas no chão em 10 tentativas, enquanto Douglas Souza virou somente quatro em 19. Murilo, que disputou as Olimpíadas de Pequim 2008 e de Londres 2012, não está entre os 14 inscritos para as finais da Liga Mundial por causa de uma lesão na panturrilha. O treinador deve cortar um ponteiro antes da Rio 2016.

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Com Maurício Souza e Lucão despontando como prováveis titulares nos Jogos Olímpicos, Éder e Isac entraram em quadra conscientes de que disputam a vaga de terceiro central. O primeiro marcou 12 pontos, enquanto Isac fez 10. Por fundamentos, houve equilíbrio no ataque, com ambos sendo acionados 13 vezes: Éder virou sete e Isac, oito. No bloqueio, vantagem de Éder por 4 a 1. Os dois fizeram um ace, cada, mas o saque de Éder foi mais incômodo para a linha de passe dos EUA.

O líbero Tiago Brendle teve boa atuação, com poucas falhas, mas é difícil acreditar que Bernardinho abra mão da experiência de Serginho, que hoje apenas acompanhou a partida do banco, mas que, a caminho de sua quarta Olimpíada, ainda é eficiente e tem um papel de liderança sobre o grupo.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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