Dois xarás em ascensão na seleção brasileira
Quando o técnico Bernardinho anunciou a convocação da seleção masculina em abril, eles eram vistos como meros coadjuvantes. Para alguns, nomes certos entre os cortados. Em comum, além do primeiro nome, Maurício, eles têm a trajetória ascendente numa equipe que teve este ano seu melhor começo de temporada da década e que está em busca de seu primeiro grande título em seis anos. Maurício Souza e Maurício Borges, o primeiro é central, o outro, ponteiro – Borges, inclusive, entrou numa lista de espera e só foi chamado depois.
Faltando apenas três cortes, os dois estão bem perto de realizar um sonho e disputar uma Olimpíada. Sonho que, eles mesmos admitem, era algo distante há um ano. Desde Vilvoorde, na Bélgica, onde a seleção treina para as finais da Liga Mundial, que começam na semana que vem, em Cracóvia, na Polônia, a dupla atendeu o Saída de Rede.
Veja o que eles disseram ao blog:
Saída de Rede – Como veem a chance de disputar uma Olimpíada?
Maurício Souza – É um sonho. Acho que é o sonho de qualquer atleta, de qualquer modalidade. Hoje, vejo uma oportunidade de poder disputar uma edição dos Jogos Olímpicos em casa e estou sempre dando o meu máximo para não deixar essa chance passar. Penso que o que for para ser, vai ser. Eu estou fazendo a minha parte.
Maurício Borges – É o sonho de qualquer jogador e trabalhei muito para tentar isso. Foi a minha vida inteira de trabalho e é o que eu mais quero, mais desejo. É o meu sonho e estou correndo atrás disso.
Saída de Rede – Como avaliam a evolução de vocês desde que o grupo foi formado em Saquarema em abril?
Maurício Souza – A evolução é de todo o grupo e isso dá para ver nitidamente nos jogos e nos treinos. O entrosamento, a confiança, a agressividade do grupo são evidentes. O grupo já formou uma cara, já tem características próprias e isso é muito importante, ainda mais agora nessa fase final da Liga Mundial. Precisamos dessa força, dessa união e da confiança de um no outro.
Maurício Borges – Acredito que a minha evolução foi não só nesse período. Avalio como um todo, nos últimos quatro anos, que foram bem especiais para mim. Desde o Pan-Americano 2015, acho que estou passando pela minha melhor fase. Apesar de não ter participado do Sul-Americano na minha casa (Maceió, 2015) por estar machucado, o Pan foi muito bom para mim. A mudança de país, quando fui para a Turquia, também me fez muito bem. Tudo isso foi importante para eu estar vivendo esse momento agora.
Saída de Rede – Vocês imaginavam, há um ano, que estariam tão próximos da Rio 2016 e tão bem?
Maurício Borges – Não, não tinha essa esperança, embora fosse o que eu mais queria. Fui chamado e foi uma alegria muito grande. Vim, dei o meu máximo desde o primeiro dia e agora estou buscando o meu espaço. Não sabemos ainda o que vai acontecer, se vou conseguir essa vaga ou não, mas o mais importante é que estou bem comigo mesmo, consciente de que estou fazendo tudo que posso e quero ajudar a seleção brasileira.
Maurício Souza – Sinceramente, não imaginava. Eu queria estar aqui, na seleção, fazendo parte do grupo. Esse era o meu objetivo, mas ficar próximo de uma vaga nos Jogos Olímpicos, do jeito que estou, não imaginava.
Saída de Rede – Maurício Borges, o quanto as lesões atrapalharam sua carreira? A desconfiança da torcida, manifestada nas redes sociais, chegou a incomodar?
Maurício Borges – Acho que as contusões não atrapalharam. As duas cirurgias nos pés me fizeram crescer e serviram para eu voltar cada vez mais forte. Essa manifestação (nas redes sociais) jamais me incomodou. Quem critica é porque tem a sua opinião e eu tenho que respeitar. Eu sei o que passo no dia a dia, no meu trabalho, a dedicação aos treinamentos e o quanto eu me esforço para estar bem.
Saída de Rede – Maurício Souza, você está no melhor momento da sua carreira? Pode evoluir ainda mais?
Maurício Souza – Tenho certeza que estou no melhor momento da minha carreira e também certeza absoluta que posso melhorar, jogar mais do que o que venho desempenhando. Tem muita coisa para ser melhorada e estou correndo atrás disso para poder chegar bem na hora que precisar e ajudar cada vez mais a seleção brasileira.
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