Sob efeito da carga pesada de treinos, Brasil vence mesmo errando muito
Em uma partida que nada valia pelo Grand Prix, com o Brasil já classificado para as finais (veja abaixo) e a renovada Turquia eliminada, o que prevaleceu em Ancara neste domingo (26) foi um jogo de baixo nível técnico, cuja utilidade foi dar ritmo à seleção brasileira, que venceu por 3-0 (25-14, 25-21, 25-19). A quantidade de erros de execução, que se sobrepôs às falhas que resultaram em pontos das donas da casa (16) e que ocorreram até mesmo em ralis vencidos pelo Brasil, além da evidente lentidão, demonstram que o time comandado por José Roberto Guimarães sente os efeitos da carga pesada de treinos, confirmada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) ao Saída de Rede.
A atividade muscular intensa torna o atleta mais lento e menos coordenado, mas melhora o condicionamento físico no médio prazo, ou seja, a seleção estaria, em tese, na forma ideal em agosto. À medida que se aproxima a Olimpíada (faltam 41 dias para a estreia da equipe contra Camarões), os treinos na academia vão sendo gradativamente reduzidos e o time vai se soltando. Isso explica, em parte, o desempenho irregular da seleção brasileira, longe de uma atuação convincente até aqui no GP. Mas como o foco são os Jogos Olímpicos e a seleção, com uma média de idade alta, precisa estar bem fisicamente, vale a pena dar crédito à comissão técnica, liderada por Zé Roberto, tricampeão olímpico.
Várias atletas brasileiras irão disputar sua terceira Olimpíada – a quarta no caso da central Fabiana Claudino. Foi a superioridade física que permitiu a um Brasil mais jovem atropelar seus adversários há oito anos em Pequim, quando perdeu apenas um set em oito partidas. Já em Londres, a preparação mais atribulada ao longo do ciclo cobrou a fatura e o bicampeonato olímpico quase escapou. No início deste ano, Zé Roberto comentou durante uma entrevista que a seleção chegou a Londres tendo cumprido apenas 70% da carga programada de treinamento, isso numa comparação com o planejamento executado para Pequim. Diante da média de idade elevada da equipe e da velocidade e força dos principais adversários, principalmente EUA e China, o condicionamento físico cresce ainda mais em importância.
O jogo deste domingo
Na partida contra as turcas, destaque para a ponta Natália, que foi a maior pontuadora, marcou 14 vezes. A também ponteira Gabi atuou pela primeira vez em um jogo inteiro e fez 10 pontos. A oposta Sheilla fez sete pontos, sendo cinco de ataque em 13 tentativas, aproveitamento de 38,5%. A central Adenizia, que disputa a vaga de terceira central com Juciely, também esteve em quadra o tempo todo e marcou oito vezes, ainda que metade tenha vindo de bolas de xeque. Chamou a atenção o número excessivo de erros de passe da seleção brasileira, um problema que vem se repetindo ao longo do torneio.
Finais
A classificação para as finais já havia sido garantida ontem, na vitória de 3-1 sobre a Bélgica. As finais do GP 2016 serão disputadas de 6 a 10 de julho, em Bangcoc, na Tailândia. Além do Brasil e da anfitriã, estarão lá as seleções da China, dos EUA, da Rússia e da Holanda. Os classificados foram divididos em duas chaves de três times, com os dois primeiros avançando às semifinais. O Brasil está no mesmo grupo de Tailândia e Rússia. A equipe de Zé Roberto estreia às 8h (horário de Brasília) do dia 6 contra as donas da casa e joga no dia seguinte, no mesmo horário, contra as russas. O SporTV transmite as finais.
Segundo a CBV informou ao blog, a seleção deixa Ancara nesta segunda-feira e segue para Istambul, onde treina até sexta-feira. No sábado (2), o time embarca para Bangcoc. O Brasil tenta seu 11º título do Grand Prix, mas a prioridade, obviamente, é a preparação para os Jogos Olímpicos.
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