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Saída de Rede

Sérvia expõe deficiências do Brasil

João Batista Junior

17/06/2016 08h43

Diante das titulares da Sérvia, o Brasil perdeu a invencibilidade no Grand Prix (fotos: FIVB)

Diante das titulares da Sérvia, o Brasil perdeu a invencibilidade no Grand Prix (fotos: FIVB)

A derrota do Brasil para a Sérvia, na manhã desta sexta-feira, por 3 sets a 2 (16-25, 29-31, 25-19, 25-19, 18-16) preocupa. Ou, ao menos, ativa o sinal de alerta na seleção brasileira. Não pela derrota em si, já que ainda há muito chão e muita chance para que as brasileiras assegurem vaga nas finais do Grand Prix. Nem pela perda de uma invencibilidade histórica diante das rivais.

O que preocupa é que, num jogo que bem pode se repetir num mata-mata na Rio 2016, o passe brasileiro foi quebrado irremediavelmente e o ataque nas pontas não compensou a consequente falta de jogadas de meio. Especialista em recepção, Jaqueline demorou a ser colocada em quadra e, quando entrou, já no quinto set, quase fez o Brasil conseguir o que seria uma vitória injusta.

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A linha de recepção brasileira sofreu contra as europeias

A linha de recepção brasileira sofreu contra as europeias

Foi a primeira partida das titulares da Sérvia na competição. No primeiro set, quando ainda espreguiçavam no Grand Prix, o Brasil não teve problema para sair na frente no placar. A superioridade brasileira era tanta que Dani Lins só se lembrou de levantar duas vezes para Sheilla, e mesmo os erros que a seleção cometia no saque não incomodaram muito. Tudo mudou a partir da reta final do set posterior.

A oposta Boskovic foi a principal pontuadora da partida, com 30 pontos na conta. A ponta Mihajlovic, no entanto, com 26, foi o maior nome do confronto.

As duas maltrataram a recepção brasileira com o saque viagem – a jogadora da saída de rede marcou dois pontos no fundamento e a ex-atacante do Rexona-AdeS, cinco. Numa passagem emblemática no quarto set, a Sérvia ampliou uma vantagem de 4-3 para 11-3, graças a uma sequência de Mihajlovic no serviço. Mérito das rivais, claro, mas um time que quer ser campeão olímpico não pode passar por isso.

Saque vira aliado do Brasil na estreia da Liga Mundial

O ataque brasileiro, por sua vez, foi caindo de rendimento no decorrer da partida até quase sumir. No quarto set, por exemplo Sheilla, Garay e Natália obtiveram, somadas, apenas quatro pontos. Já no tie break, o equilíbrio no placar se deveu mais aos erros das adversárias – que pareciam um tanto afobadas diante da possibilidade de vencer o Brasil pela primeira vez.

Fernanda Garay atacou o mesmo número de vezes que Thaisa e Fabiana juntas

Fernanda Garay atacou o mesmo número de vezes que Thaisa e Fabiana juntas

Muito em consequência do passe ruim, as jogadoras mais eficientes do ataque brasileiro na partida, as centrais Fabiana e Thaisa, receberam, juntas, 36 levantamentos, o mesmo número de Fernanda Garay. Com efeito, o Brasil obteve 57 pontos nesse quesito contra 67 das sérvias.

Ainda neste fim de semana, o Brasil enfrenta a Bélgica, às 3h30 da madrugada do sábado, e a China, às 4h30 do domingo – horário de Brasília. A expectativa é de vitória tranquila contra as europeias e mais um duro teste diante das asiáticas.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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