França se redime e passa sem susto pelo Irã
Quando trocou o espetáculo pela eficiência e o sorriso gratuito pela relação entre bloqueio e defesa, a França venceu o Irã por 3 sets a 0, com parciais de 25-20, 25-18, 25-22, pelo Pré-Olímpico Mundial. Sem as oscilações da vitória contra a China nem a displicência da derrota para a Polônia, os franceses jogaram para vencer sem imprevistos. O nome da partida foi o ponteiro Kevin Tillie, discreto e eficiente, como foi o voleibol do time na madrugada desta terça-feira.
O Irã atuou desfalcado do oposto Amir Ghafour, com dores no joelho. A ausência de seu maior pontuador na competição, se foi sentida pela equipe, não transpareceu nos números: Shahram Mahmoudi foi o titular da saída de rede, fez 19 pontos e foi o principal anotador da partida. A questão é que os iranianos encararam a melhor apresentação da França no torneio.
Earvin N'gapeth, com 8 pontos, nem precisou se desdobrar. O oposto Antonin Rouzier, com 18 anotações, e o ponteiro Kevin Tillie, com 13, foram os principais pontuadores do time. Destacaram-se também os centrais Le Roux e Le Goff, cada um com 3 pontos de bloqueio, fundamento em que os Bleus golearam por 11 a 2.
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O 3-0
Depois de um começo equilibrado na primeira parcial, a França começou a deslanchar a partir de um bloqueio simples de Le Roux sobre o central Seyed Mousavi. A partir daí, com 11 a 10 no placar para os europeus, o sistema defensivo francês ajustou-se ao ataque adversário e dominou as ações. Mesmo sem um saque que tirasse o passe da mão do levantador Marouf, a França abriu uma diferença tranquila para chegar à reta final do set sem ser perturbada.
No segundo set, o time comandado por Laurent Tillie construiu a vantagem vencedora aos poucos. O placar dilatado foi mérito de quem recebeu de bom grado os erros cometidos pelo Irã no saque, aproveitou as oportunidades que surgiam em contra-ataques e, sobretudo, bloqueou.
O Irã, no terceiro set, se empolgou com um ace do ponteiro Ebadipour e começou a quebrar o passe francês. A vantagem era de 12 a 8 para os adversários quando os campeões da Europa pediram tempo. Ao cabo das instruções do treinador, o jogo voltou ao ritmo dos sets anteriores.
A França se aproximou sorrateiramente, sem uma sequência de saques que mereça registro, mas eficiente na defesa e no contra-ataque. Numa bola de sorte, Rouzier atacou com ajuda da rede e empatou o set em 16-16. A virada, em 20-19, veio com novo contragolpe do jogador da saída de rede, que foi o nome do set. Num triplo sobre Mahmoudi, a França abriu 23-21 e fechou a partida numa cortada de Kevin Tillie.
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Enfim, uma vitória canadense
O Canadá gosta mesmo de se complicar. Pelo menos desta vez saiu de quadra com a vitória, a sua primeira em três jogos. Depois de perder para Polônia e Irã no tie break, novo quinto set contra os australianos, mas com desfecho favorável para os canadenses (25-19, 24-26, 20-25, 29-27, 15-11). Detalhe: o time havia vencido o primeiro set e liderava o segundo por 24-22 quando levou quatro pontos seguidos. No 24-23, o Canadá tomou um ace numa bola que ia claramente para fora, deixando de fazer 2-0.
Dois fatores atrapalharam a vida dos americanos do norte. Um deles foi a quantidade de erros, alguns infantis (o levantador reserva entra em quadra no final do terceiro set e, na primeira jogada, enfia a mão na rede tentando uma bola de segunda), totalizando 31 – o adversário cometeu 21. O outro foi o oposto australiano Thomas Edgar, que deu o ar da graça depois de ficar a maior parte do tempo no banco na derrota por 0-3 para o Irã na estreia e de jogar para o gasto na vitória de 3-1 sobre a insossa Venezuela. Na noite passada, ele foi o nome do jogo, apesar da derrota australiana. Sem demonstrar sinais de incômodo com o estiramento abdominal que sofreu há algumas semanas e que claramente o atrapalhava até a partida do final de semana contra os venezuelanos, Edgar marcou 33 pontos, sendo 31 de ataque, com aproveitamento de 62% – marca admirável em condições normais, ainda mais na atual situação, em que ele jogou com uma proteção no abdômen.
Pelo Canadá, o nome do jogo foi o eficiente ponteiro Gord Perrin, o melhor da entrada de rede em sua equipe, com 25 pontos, 23 deles no ataque, eficiência de 54,8%, muito boa para quem compõe a linha de passe. Aposta do técnico Glenn Hoag desde os tempos de juvenil, aos 25 anos Perrin se destaca no time, ao lado levantador Tyler Sanders, além é claro da estrela do time, o oposto Gavin Schmitt, que fez sua pior apresentação até aqui, mas ainda assim marcou 23 pontos. Outro que assinalou 23 pontos foi o ponteiro Nicholas Hoag, que foi irregular no ataque, mas compensou no saque, marcando sete aces e complicando o passe australiano outras tantas vezes.
O Canadá chega a quatro pontos e tem pela frente a obrigação de vencer três jogos, contra Venezuela, Japão e China, podendo até perder para os favoritos franceses. Se cair diante de mais alguém, vai depender de resultados alheios.
A Austrália, que também tem quatro pontos, ainda vai encarar poloneses e franceses – vencê-los soa como uma missão quase impossível. Tem chances contra Japão e China, seus outros adversários, mas começa a depender de uma combinação de resultados. Hoje, além da verdadeira estreia de Thomas Edgar, o time bloqueou melhor e cometeu menos erros, mas talvez tenha acordado tarde.
Outros resultados
A China venceu a Venezuela por 3 sets a 0 (25-16, 25-18, 25-15) e chegou a duas vitórias e seis pontos no Pré-Olímpico. Se, por um lado, os representantes da América do Sul, ainda sem nenhum ponto, têm chance apenas matemática de classificação, por outro, os chineses, que ainda terão Polônia, Irã, Austrália e Canadá pela frente, podem sonhar tanto com o bilhete asiático para a Rio 2016 quanto com uma das três vagas de ampla concorrência em disputa.
A Polônia fez sua obrigação e despachou o time da casa por 3-0 (25-22, 25-16, 25-23), liderando o torneio com sete pontos, o mesmo total dos franceses, mas os europeus do leste têm três vitórias, contra duas do time de N'gapeth. O Japão, que na segunda rodada foi sido surpreendido pela China, sabe que só pode perder para a França, cujo nível é bem superior ao seu. Diante de Austrália, Canadá e Irã, se cair, provavelmente dará adeus a Rio 2016. Na partida entre poloneses e japoneses, o destaque foi o veterano central Marcin Mozdzonek, maior pontuador, com 13, sendo nove no ataque e quatro no bloqueio.
Quarta rodada
O Pré-Olímpico Mundial prossegue desta terça para quarta-feira, com quatro jogos, todos transmitidos pelo canal da FIVB no YouTube. Veja a tabela da quarta rodada, com horário de Brasília:
22h10 – Canadá x Venezuela (terça-feira)
0h55 – França x Austrália
3h40 – China x Polônia
7h15 – Japão x Irã
* Colaboraram Carolina Canossa e Sidrônio Henrique
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