Roberta Ratzke – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Recepção dá a tônica da vitória do Sesc-RJ no clássico contra Osasco http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/14/recepcao-da-a-tonica-da-vitoria-do-sesc-rj-no-classico-contra-osasco/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/14/recepcao-da-a-tonica-da-vitoria-do-sesc-rj-no-classico-contra-osasco/#respond Fri, 14 Dec 2018 23:38:21 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15341

Time de Bernardinho demonstrou personalidade na partida contra o grande rival (Foto: Reprodução/Instagram Sesc-RJ)

Sem desfrutar do mesmo favoritismo e poderio financeiro de outras épocas, os tradicionais Sesc-RJ e Osasco Audax entraram em quadra nesta sexta-feira (14), no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio, dispostos a buscar uma melhor posição na tabela e reverter a campanha irregular que ambas as equipes têm feito neste início de Superliga. Em uma competição que tem se mostrado extremamente equilibrada, os times de Bernardinho e Luizomar de Moura iniciaram o confronto ocupando a quarta e a sexta colocações, respectivamente, na classificação geral. Entretanto, o Sesc se deu melhor em um dos maiores clássicos do voleibol feminino brasileiro, derrotando categoricamente Osasco por 3 sets a 0 (25-19, 25-23 e 25-12). Com o triunfo, as cariocas subiram para o terceiro lugar na classificação, com 15 pontos. A equipe osasquense, por outro lado, permaneceu na mesma posição, com 12.

O treinador Bernardinho escalou a armadora Roberta, as ponteiras Peña e Kosheleva, as centrais Mayhara e Juciely, a oposta Monique e a líbero Gabiru para o jogo. Pelo lado paulista, Luizomar escalou Claudinha no levantamento, Mari Paraíba e Angela Leyva na entrada de rede, Nati Martins e Walewska pelo meio, Hooker na saída e a líbero Camila Brait.

Ambas as equipes iniciaram o duelo procurando construir o jogo em cima de um fundamento em que, curiosamente, os dois times apresentam grande deficiência: o passe. Com um saque forçado principalmente sobre a ponteira peruana Angela Leyva (que até terminou substituída no primeiro set em função dos erros no passe e da hesitação no ataque, voltando no decorrer da partida), as donas da casa desmontaram a recepção adversária, prejudicando bastante a distribuição de jogadas de Claudinha. O time paulista, por outro lado, optou por sacar na oposta Monique, improvisada na recepção carioca, na ponteira Kosheleva e na líbero Gabiru, com o objetivo de minar o passe e, consequentemente, as possibilidades de armação da levantadora Roberta. Com isso, as duas equipes falharam, mas as mandantes se saíram infinitamente melhor nesta estratégia, chegando a abrir 19 a 8 na primeira parcial.

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Sem dúvida, a efetividade do saque merece então ser destacada, já que produziu vários pontos direitos ao longo do jogo, além de ter quebrado o passe de ambas as equipes, facilitando o trabalho de bloqueio. Apesar de terem aprimorado o desempenho no final da primeira parcial, equilibrando a partida no segundo set, as comandadas de Luizomar de Moura seguiram cedendo muitos pontos em erros ao rival, desperdiçando oportunidades de contra-ataque que poderiam ter construído maior vantagem. Deste modo, com muito volume de jogo, as cariocas tiraram proveito das imperfeições e da inconsistência defensiva adversária, que se perdeu em momentos primordiais.

Em uma partida tecnicamente muito ruim, o Sesc-RJ chegou a abrir 13 a 3 no marcador no terceiro set, contando com uma impressionante insegurança do time osasquense. Uma presa fácil na última parcial, a equipe visitante se perdeu completamente ao cometer erros bobos e elementares que favoreciam o trabalho das cariocas. Assim, após os dolorosos reveses para Fluminense e Hinode Barueri, o Sesc se recuperou, demonstrando uma postura mais aguerrida e determinada no clássico, com mais constância no virada de bola e nos contra-ataques. Destaque para a atuação da russa Tatiana Kosheleva, que, apesar de ainda não estar em sua melhor forma, fez um ótimo jogo, pontuando em todos os fundamentos (ela foi a maior pontuadora do confronto, com 14 pontos).

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Bernardinho comemora a volta de Gabi: “A presença dela é fundamental” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/18/bernardinho-comemora-a-volta-de-gabi-a-presenca-dela-e-fundamental/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/01/18/bernardinho-comemora-a-volta-de-gabi-a-presenca-dela-e-fundamental/#respond Thu, 18 Jan 2018 08:00:01 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11429

Bernardinho e Gabi durante treino do Sesc no Rio de Janeiro (foto: Divulgação/Gabi Guimarães)

Quase três meses afastada das quadras por causa de uma cirurgia no joelho direito, a ponteira Gabriela Guimarães, do Sesc-RJ, voltou no final de 2017 e tenta recuperar o ritmo o mais rápido possível. “A Gabi dá consistência ao time. Uma jogadora completa, que passa, defende, bloqueia, ataca, tem muita agilidade. A presença dela é fundamental para qualquer aspiração alta da equipe”, comemora o técnico Bernardinho.

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A ponta de 23 anos e 1,80m fez seu retorno na primeira rodada do returno da Superliga 2017/2018, diante do Sesi. Após ficar de fora contra o Hinode Barueri, jogou contra o Renata Valinhos/Country e o São Cristóvão Saúde/São Caetano. O Sesc vive um bom momento – não perdeu um set sequer no segundo turno – e Gabi vem para tentar ajudar a conter o Dentil/Praia Clube. Ela vê o adversário de Uberlândia como eventual campeão, como disse numa entrevista concedida ao SdR no final do ano passado.

O time do Triângulo Mineiro lidera a Superliga com 41 pontos – está invicto após 14 jogos, tendo perdido apenas quatro sets. Mesmo com uma partida a menos, tem um ponto a mais do que o vice-líder Sesc. O Praia busca um título inédito, enquanto a equipe carioca venceu a competição 12 vezes.

Sesc é vice-líder da Superliga, liderada pelo Praia Clube (Hélio Melo/Sesc-RJ e Divulgação/Praia Clube)

Briga com o Praia
“Estava todo mundo na expectativa pelo retorno da Gabi, uma jogadora que ajuda demais. A volta dela nos dá mais uma opção e nos permite brigar em igualdade de condições com o Praia Clube, que é o time que está na nossa frente”, comenta a veterana líbero Fabi.

A levantadora Roberta ressalta a importância de Gabi para a equipe dentro e fora de quadra. “Ela soma demais, pensa muito no grupo, é positiva. Olho para a Gabi e vejo alguém em quem tenho confiança. Fico feliz por saber que está voltando bem, sem dor”, afirma.

Gabi ficou quase três meses longe das quadras (Erbs Jr/Sesc-RJ)

“Falta ritmo”
Bernardinho observa a falta de ritmo de Gabi, mas não poderia deixar de lembrar que há bastante tempo até os playoffs. “Ela ficou sem jogar durante meses. Disputou a Copa dos Campeões com a seleção, no início de setembro, depois só voltou no final de dezembro. Falta ritmo, ela ainda está errando muito por isso. O ataque dela não está no nível que pode alcançar. Mas o mais importante é que ela está se recuperando fisicamente. A Superliga é longa, ainda tem muita coisa para acontecer”.

No dia 24 de setembro, Gabi se submeteu a uma cirurgia no joelho direito para se livrar de uma tendinite patelar. Encarou uma recuperação longa. No retorno, diante do Sesi, em dezembro, entrou para fazer fundo de quadra no segundo set e jogou todo o terceiro, marcando três pontos. Contra o Valinhos, foi escalada como titular e teve uma atuação discreta, com cinco pontos, sendo um de bloqueio e quatro de ataque – aproveitamento de 31%. Já na partida mais recente, contra o São Caetano, melhorou: somou 13 pontos, todos de ataque, virando 57% das bolas recebidas – desempenho muito bom no fundamento. Ainda não enfrentou nenhum dos times entre os oito primeiros da tabela, mas, como enfatiza Bernardinho, tem tempo para burilar seu jogo.

Sesc tenta chegar ao 13º título da Superliga (Orlando Bento/MTC)

Copa Brasil
Nesta quinta-feira (18), Gabi deve ser titular na semifinal da Copa Brasil, diante do Vôlei Nestlé, em Lages (SC), num jogo que começa às 21h30 (horário de Brasília), com transmissão do SporTV. A outra semifinal, mais cedo, às 19h, também com SporTV, será um duelo mineiro entre Camponesa/Minas e Dentil/Praia Clube. A final será na sexta-feira, às 21h30. O Sesc é o atual campeão – derrotou o Minas na decisão em 2017.

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“Vai ser difícil tirar o título do Praia Clube”, afirma Gabi http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/12/20/vai-ser-dificil-tirar-o-titulo-do-praia-clube-afirma-gabi/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/12/20/vai-ser-dificil-tirar-o-titulo-do-praia-clube-afirma-gabi/#respond Wed, 20 Dec 2017 14:00:10 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=10921

Gabi se submeteu a uma cirurgia no joelho direito para curar uma tendinite patelar (foto: Erbs Jr/Sesc-RJ)

Um dos principais nomes do voleibol brasileiro, a ponta Gabriela Guimarães está de volta após quase três meses parada por causa de uma cirurgia no joelho. Fez sua estreia na Superliga 2017/2018 na noite desta terça-feira (19), na vitória por 3-0 do Sesc-RJ em casa sobre o lanterna Sesi, pela primeira rodada do returno. Cinco vezes campeã nacional, ela prevê um caminho complicado nesta temporada para chegar ao sexto triunfo. “Vai ser difícil tirar o título do Praia Clube”, afirmou Gabi em entrevista ao Saída de Rede.

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A atacante se disse impressionada com a campanha da equipe de Uberlândia, que fechou a primeira fase da competição invicta, com 11 vitórias e apenas dois sets perdidos. Na noite passada somou a 12ª vitória, mais uma em sets diretos, desta vez sobre o Renata Valinhos/Country. “Montaram um time excelente, com o Paulo Coco de técnico, a (Fernanda) Garay na entrada, a (americana Nicole) Fawcett na saída, além de manter a Fabiana e a Walewska no meio de rede. É uma equipe muito forte”. O Praia tenta um título inédito, enquanto o clube treinado por Bernardinho venceu a Superliga 12 vezes.

Dentil/Praia Clube lidera a Superliga invicto com 12 vitórias (Divulgação/Praia Clube)

Abatimento
Fora da quadra, no início deste mês, Gabi viu o Sesc ser derrotado em casa pelo Dentil/Praia Clube em sets diretos, não passando dos 16 pontos em duas parciais. “Saímos muito abatidas do ginásio naquela noite, sabendo que teríamos que trabalhar bastante para melhorar nosso jogo”, contou ao SdR a ponta de 23 anos e 1,80m.

O Sesc terminou o primeiro turno com apenas aquela derrota, vencendo as demais partidas. Após a primeira rodada do returno, o time do Triângulo Mineiro soma 36 pontos e o carioca, vice-líder, 31.

Foram 86 dias, desde a cirurgia no joelho direito no dia 24 de setembro para se livrar de uma tendinite patelar, até a partida de ontem contra o Sesi – Gabi entrou para fazer fundo de quadra no segundo set e jogou todo o terceiro, marcando três pontos. Ela havia voltado a ser relacionada entre as jogadoras desde a nona rodada do primeiro turno, contra o Camponesa/Minas, em Belo Horizonte, mas ainda não havia entrado em quadra.

Gabi estreou na Superliga 2017/2018 nesta terça-feira contra o Sesi (Erbs Jr/Sesc-RJ)

Erros e contusões
Dois problemas, segundo ela, têm incomodado o técnico Bernardinho: o grande número de lesões e a quantidade de erros que o Sesc vem cometendo.

O blog observou que na temporada 2016/2017 a equipe errava mais do que na anterior, e na atual isso foi se acentuando. A ponteira, no time desde 2012, concordou. “Nossos erros estão aumentando e isso incomoda demais o Bernardinho. Sempre tivemos algumas mudanças no elenco, mas conseguíamos manter uma quantidade muito reduzida de falhas. Agora nem tanto”, disse Gabi.

Ela ressaltou, porém, que a vice-liderança é algo positivo e que os erros demonstram que há possibilidade de crescimento. “Seria frustrante se estivéssemos jogando assim e fosse o nosso limite”.

Bernardinho durante pedido de tempo: preocupação com lesões e erros (Orlando Bento/MTC)

As lesões têm atrapalhado a rotina de treinamento do Sesc. “O Bernardinho se vê obrigado a reduzir a carga de treinos porque boa parte do time está se recuperando de lesões ou mesmo cirurgias, como é o meu caso e o da Gabiru”, comentou, referindo-se à sua xará, a também ponta Gabi Souza, que sofreu um rompimento do ligamento cruzado do joelho esquerdo no dia 20 de outubro, durante a vitória por 3-2 sobre o Hinode Barueri, na segunda rodada da Superliga.

Outras atletas que estão se recuperando são a levantadora Roberta e as centrais Juciely e Mayhara. A primeira, embora venha jogando, sente dores em razão de uma torção no tornozelo esquerdo ocorrida no início do mês. Juciely levou uma bolada no olho na sexta-feira passada (15) e Mayhara sofreu uma ruptura no músculo adutor da coxa direita, ficou quase um mês parada e voltou a jogar nesta terça-feira.

Ponteira Natália está no Fenerbahçe desde a temporada passada (CEV)

“Natália faz falta”
Gabi lamentou a ausência de Natália, que desde a temporada passada joga pelo clube turco Fenerbahçe, após quatro anos no time carioca, período intercalado com uma passagem pelo extinto Amil/Campinas. “A Natália faz falta, como faria a qualquer equipe. É uma referência, uma jogadora com um ataque bem forte, capaz de decidir partidas importantes. Claro que a Drussyla, a Monique e eu vamos dividindo essa responsabilidade, mas com a Natália seria mais fácil”.

Ela destacou ainda como a ponteira Kasiely, em seu primeiro ano no Sesc, tem correspondido sempre que acionada. “A Kasiely teve que assumir algumas responsabilidades na marra e tem se saído muito bem”.

Uma das atletas mais admiradas por José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina, que em várias oportunidades declarou ser fã do estilo dela, Gabi ainda não pensa no Campeonato Mundial 2018 – jogou o ciclo olímpico passado, sendo reserva na campanha do bronze no Mundial 2014. Por enquanto, seu foco está na Superliga. “Nosso time vai crescer no segundo turno. É nos playoffs que todos precisam realmente jogar bem e até lá seremos mais consistentes”.

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Brasil se impõe e vence fácil a Argentina na estreia no Sul-Americano http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/15/brasil-se-impoe-e-vence-facil-a-argentina-na-estreia-no-sul-americano/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/15/brasil-se-impoe-e-vence-facil-a-argentina-na-estreia-no-sul-americano/#respond Tue, 15 Aug 2017 23:22:02 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8899

Tandara, que marcou 16 pontos, vira mais uma bola contra a seleção argentina (fotos: Nelson Rios/CSV)

Vencedor das últimas 11 edições, de um total de 19 conquistas, sem perder sets no torneio desde 1999, a seleção brasileira feminina fez prevalecer a lógica e bateu em sets diretos (25-21, 25-15, 25-15) a Argentina na primeira rodada do 32º Campeonato Sul-Americano, em Cali, na Colômbia. A vitória fácil das brasileiras sobre um adversário que, nos últimos anos, vem se firmando como a segunda força do continente demonstra o abismo técnico entre a equipe treinada por José Roberto Guimarães e os demais times. O campeão da competição garantirá vaga no Mundial 2018, no Japão.

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Além de brasileiras, argentinas e colombianas, o campeonato tem a presença do Peru, da Venezuela e do Chile. Todas as equipes se enfrentam, em cinco rodadas que serão disputadas em dias seguidos. Os jogos são exibidos no site da Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV).

TABELA DO SUL-AMERICANO FEMININO (horário de Brasília)
Dia 15 (terça-feira) – Brasil 3-0 Argentina (25-21, 25-15, 25-15)
Dia 16 (quarta-feira) – Brasil vs. Venezuela, às 17h
Dia 17 (quinta-feira) – Brasil vs. Chile, às 19h
Dia 18 (sexta-feira) – Brasil vs. Peru, às 19h
Dia 19 (sábado) – Brasil vs. Colômbia, às 17h30

Seleção brasileira posa para fotografia antes da partida em Cali

Escalação
O Brasil entrou em quadra com Tandara (chamada pelo locutor da CSV de “Tândara”), Roberta, Natália, Rosamaria, Adenizia, Bia e Gabi – time que tem sido uma escalação inicial constante de Zé Roberto esta temporada, exceto pela presença da líbero Suelen em vez de Gabi. No dia 6 deste mês, a seleção brasileira conquistou seu 12º título do Grand Prix, enquanto a Argentina terminou no 10º lugar na segunda divisão.

Zé Roberto levou ao Sul-Americano as 14 jogadoras que participaram da fase final do GP. Além das oito mencionadas acima, foram inscritas Macris, Monique, Amanda, Drussyla, Carol e Mara. Todas foram acionadas contra a Argentina. Já a ponteira Gabi, que se integrou à seleção na última quinta-feira (10), viajou para a Colômbia, mas apenas treina com o grupo como preparação para a Copa dos Campeões, no Japão, de 5 a 10 de setembro.

O jogo
Com uma certa dose de acomodação, as brasileiras permitiram que as oponentes equilibrassem o primeiro set até o 18º ponto, mas depois controlaram a partida, apesar de demonstrar relaxamento nos finais da segunda e terceira parciais.

Tandara foi a maior pontuadora, com um total de 16. No ataque, ela colocou no chão 10 em 21 tentativas. Natália marcou 12 pontos, sendo 11 de ataque (recebeu 23 levantamentos). Adenizia fez 10 pontos, sendo seis no ataque. Pela Argentina, as maiores pontuadoras foram duas centrais: Julieta Lazcano, com 11, e Mimi Sosa, bastante conhecida pelo torcedor brasileiro (irá para sua quarta temporada na Superliga), com nove. O Brasil marcou 11 pontos de bloqueio (seis com Tandara) contra sete do adversário. Foram sete aces das brasileiras e dois das argentinas. O time de Zé Roberto ganhou quase um set em erros das oponentes, foram 21 pontos, e cedeu 12.

Provável rodízio
Em razão do baixo nível dos adversários, que cientes da superioridade brasileira encaram o Sul-Americano como uma preparação para o qualificatório continental que dará outra vaga para o Mundial 2018 (será disputado de 11 a 15 de outubro, em Arequipa, no Peru), o técnico Zé Roberto provavelmente promoverá um rodízio ao longo do campeonato no time que começará as partidas.

A Argentina, que esta temporada não conta com a levantadora Yael Castiglione e com a oposta Leticia Boscacci (ambas pediram um tempo para ficar com a família e tentar engravidar), veio à Colômbia sem suas duas melhores ponteiras: a veterana Yas Nizetich, que sentiu dores no joelho direito, e a novata Elina Rodriguez, com um estiramento na parte posterior da coxa direita. Se em condições normais de temperatura e pressão, resistir ao Brasil seria uma tarefa ingrata para Las Panteras, como são chamadas em seu país, com os desfalques a vida das brasileiras ficou ainda mais fácil – uma parte considerável dos pontos da Argentina na primeira parcial surgiu em erros ou falta de atenção do Brasil.

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Em ritmo de treino, com set adicional, Brasil é pouco exigido em amistoso às vésperas do GP http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/06/28/em-ritmo-de-treino-com-set-adicional-brasil-e-pouco-exigido-em-amistoso-as-vesperas-do-gp/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/06/28/em-ritmo-de-treino-com-set-adicional-brasil-e-pouco-exigido-em-amistoso-as-vesperas-do-gp/#respond Wed, 28 Jun 2017 09:00:22 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7938

Seleção feminina venceu a Polônia diante de 4,5 mil torcedores no Mineirinho (fotos: Pedro Vilela/MPIX/CBV)

Preocupado com a falta de ritmo da seleção feminina, que voltou a dar ênfase à preparação física após a conquista do torneio de Montreux, na primeira quinzena de junho, o técnico José Roberto Guimarães apostou nos dois amistosos contra a Polônia para aumentar o entrosamento antes do Grand Prix, que começa no dia 7 de julho. O adversário é que não ajudou muito. Sem que as europeias oferecessem muita resistência no primeiro confronto, o Brasil passeou em quadra e marcou 3-0 (25-16, 25-12, 25-23). A partida foi realizada na noite desta terça-feira (27), no ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte. Teve até set adicional, também vencido pelas brasileiras, por 25-14. As duas seleções voltam a se enfrentar nesta quinta-feira (29), no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, às 21h30, com transmissão do SporTV e da RedeTV.

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Do ponto de vista técnico, o jogo valeu pouco. O time polonês, que já é inferior ao brasileiro, sentiu o desgaste da viagem da Europa até Belo Horizonte. Espera-se que seja mais aguerrido em São Paulo. O Brasil exibiu pequenas falhas na transição da defesa para o contra-ataque. Gradativamente, à medida que diminui a intensidade da carga na musculação, a seleção brasileira deverá apresentar um voleibol mais ágil. Isso deve ocorrer provavelmente a partir da terceira semana do GP.

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O Brasil jogará a primeira semana do Grand Prix em Ancara, na Turquia, e enfrentará, respectivamente, Bélgica, Sérvia e as anfitriãs, nos dias 7, 8 e 9 de julho. A Polônia, que mais uma vez falhou na tentativa de se classificar para uma edição do Campeonato Mundial e sequer disputará a repescagem, está na segunda divisão do GP e segue para a Argentina, onde enfrentará Croácia, Canadá e o time da casa, na cidade de Neuquén.

As duas equipes se cumprimentam na rede depois da partida

Titulares
Zé Roberto colocou em quadra um time parecido com o que jogou as finais do Montreux Volley Masters. Apenas trocando a central Adenizia, que sentiu dores na coxa direita após o treino da manhã, por Bia, que fez sua estreia na seleção principal. Além dela, começaram a partida a central Carol, a oposta Tandara, a levantadora Roberta, as ponteiras Natália e Rosamaria, com Suelen de líbero. Entraram ao longo do jogo a levantadora Macris, a oposta Edinara, a central Mara e as pontas Amanda e Drussyla. A seleção brasileira jogou o set adicional com Macris, Fernanda Tomé (na saída de rede), Amanda, Drussyla, Bia, Mara e Gabi (líbero).

Natália e Tandara foram os destaques do Brasil – ambas jogaram as três primeiras parciais. Natália foi a maior pontuadora da seleção, marcando 15 vezes (nove no ataque e seis no bloqueio), com aproveitamento de 53% na parte ofensiva. Tandara fez 13 pontos (11 de ataque e dois no bloqueio), virando 52% das bolas que recebeu. Rosamaria marcou dez vezes, todas no ataque, com índice de 40% de aproveitamento. As centrais Bia e Carol fizeram dez e sete pontos, respectivamente. A ponteira polonesa Malwina Smarzek foi a maior pontuadora da partida, com 17.

Amanda recebe um saque enquanto Zé Roberto a observa

Smarzek foi a única ameaça do apático time do leste europeu, completamente desorganizado, com bons momentos apenas em algumas passagens no bloqueio. O placar de 25-23 no terceiro set, por exemplo, deveu-se mais à acomodação e aos erros das brasileiras do que propriamente méritos das polonesas. A ponta Natalia Medrzyk, que havia sido o principal destaque contra o Brasil na competição amistosa disputada recentemente na Suíça, não entrou em quadra nesta terça-feira – em Montreux, o time de Zé Roberto venceu por 3-1. De volta à equipe, mas ainda sem ritmo, a oposta Berenika Tomsia, principal atacante da Polônia, foi pouco efetiva, teve breve passagem na primeira parcial e marcou somente um ponto.

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Dicas de Dani Lins e condição de titular na Superliga empolgam Roberta no retorno à seleção http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/26/dicas-de-dani-lins-e-condicao-de-titular-na-superliga-empolgam-roberta-no-retorno-a-selecao/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/26/dicas-de-dani-lins-e-condicao-de-titular-na-superliga-empolgam-roberta-no-retorno-a-selecao/#respond Fri, 26 May 2017 18:00:37 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7359

No ano passado, Roberta Ratzke foi campeã do GP, mas foi cortada antes da Rio 2016 (foto: CBV)

A primeira passagem da curitibana Roberta Ratzke pela seleção brasileira principal, no ano passado, teve um gosto amargo. É que a levantadora do Rexona-Sesc sabia desde a convocação que havia grandes chances de ter que ceder o lugar para Fabíola, que deu à luz menos de três meses antes da abertura da Rio 2016. Ainda pôde participar da campanha vitoriosa no Grand Prix, como reserva de Dani Lins, mas não sentiu o sabor de disputar uma Olimpíada. Agora é diferente. Na luta a partir do começo deste ciclo, Roberta, 27 anos, 1,85m, quer entrar para valer na corrida por um lugar na equipe rumo a Tóquio 2020.

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“Minha busca agora é poder ver o máximo de anos possíveis o meu nome na lista de convocadas. Vou me entregar novamente, igual ao que fiz no ano passado. Mas este ano eu volto como uma atleta diferente. É que sendo titular (no Rexona-Sesc) eu pude jogar mais, tive mais experiência. Conversei com a Dani Lins também, ela me passou bastante coisa, está super na torcida”, contou Roberta ao Saída de Rede.

Embora esteja no time de Bernardinho desde 2010, Roberta Ratzke só conseguiu a titularidade na reta final da Superliga 2015/2016, substituindo a levantadora americana Courtney Thompson durante a série semifinal. Na edição 2016/2017, teve a chance de ser titular do Rexona-Sesc desde o início do torneio.

A jogadora admite que ficou aflita com a espera pela convocação. “Estava ansiosa porque no ano passado ela saiu um dia depois da final da Superliga e este ano a gente teve que esperar mais um pouquinho, por causa do Mundial de Clubes, então o coração ficou apertado. Mas no final fiquei muito feliz em ver meu nome e estar mais um ano presente”.

Roberta conquistou em abril mais um título de Superliga com o Rexona-Sesc (Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV)

Depois do título na Superliga (o sexto dela, todos com a equipe carioca) e do vice-campeonato no Mundial de Clubes realizado no Japão, Roberta Ratzke, que seguirá no agora Sesc RJ, se apresentou à seleção, que está concentrada em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Juntou-se ao grupo no último domingo (21). “Sobrou pouco tempo para descansar, mas é uma honra poder vestir a camisa do Brasil novamente”, afirmou.

Ela foi convocada por Zé Roberto para o Montreux Volley Masters, torneio anual disputado na Suíça, que será realizado de 6 a 11 de junho, e também, como era esperado, está na lista ampla para o Grand Prix 2017, de 7 de julho a 6 de agosto. Na primeira competição, vai se revezar com Naiane, que jogava pelo Camponesa/Minas e irá para o Hinode/Barueri na próxima temporada de clubes. No GP, as duas ganham a companhia das levantadoras Juma, que renovou com o Bauru Vôlei, e Macris, que deixou o Brasília Vôlei e jogará pelo Minas.

Titular da seleção a maior parte desta década, Dani Lins, que ainda não definiu sua situação com o Vôlei Nestlé, tem planos de engravidar este ano e não foi chamada. Fabíola, reserva no Mundial 2014 e na Rio 2016, sofreu uma lesão no joelho, em abril, durante treino do clube suíço Volero Zurich para os playoffs da Liga dos Campeões da Europa, passou por uma artroscopia e está em recuperação – ela jogará pelo Vôlei Nestlé na próxima temporada.

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Mundial de Clubes: Rexona-Sesc saca melhor e vai à semifinal; Vôlei Nestlé cai perdido em quadra e agora briga pelo quinto lugar http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/12/mundial-de-clubes-rexona-sesc-saca-melhor-e-vai-a-semifinal-volei-nestle-cai-perdido-em-quadra-e-agora-briga-pelo-quinto-lugar/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/12/mundial-de-clubes-rexona-sesc-saca-melhor-e-vai-a-semifinal-volei-nestle-cai-perdido-em-quadra-e-agora-briga-pelo-quinto-lugar/#respond Fri, 12 May 2017 07:02:28 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7144

Drussyla marca e comemora: a ponteira de 20 anos e 1,86m fez 22 pontos (fotos: FIVB)

Campeão brasileiro e sul-americano, o Rexona-Sesc está na semifinal do Mundial de Clubes Feminino, disputado em Kobe, no Japão. Já o outro representante do Brasil, o Vôlei Nestlé, vice-campeão da Superliga, está fora da disputa de medalhas, restando-lhe apenas a briga pelo quinto lugar do torneio.

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Na manhã desta sexta-feira (12) na Ásia, noite de quinta-feira no Brasil, o Rexona-Sesc superou o Dínamo Moscou por 3-1, numa boa exibição da ponta Drussyla. Na sequência, o Vôlei Nestlé, campeão mundial em 2012 e que jamais havia deixado de subir ao pódio nas quatro vezes em que participou da competição, caiu em sets diretos para o Volero Zurich, da Suíça.

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Será justamente o Volero, que ainda não perdeu um set, o adversário do Rexona na semifinal, neste sábado, às 3h40 (horário de Brasília). Antes, à 0h55, clássico turco entre o favorito VakifBank e o Eczacibasi, ambos recheados de estrelas. As duas partidas serão transmitidas pelo SporTV. Antes do torneio, Bernardinho afirmou que tinha como expectativa “alcançar a semifinal e ver o que vai acontecer”. No ano passado, o time ficou na quinta colocação.

Monique tenta superar o bloqueio de Poljak: oposta brasileira teve participação importante

Rexona-Sesc vs. Dínamo Moscou
O Rexona-Sesc avançou à semifinal ao bater o Dínamo Moscou, campeão russo e quarto colocado no Campeonato Europeu, por 3-1 (25-23, 23-25, 25-23, 25-23), numa partida intensa, como as parciais demonstram, mas com nível técnico apenas razoável. Embora o número de erros que resultaram em pontos diretos tenha ficado dentro do aceitável (16 da equipe russa e 19 da carioca), as falhas foram se acumulando dos dois lados, prejudicando a execução do jogo. Ganhou quem melhor utilizou o serviço. Ainda que tenha feito menos aces, cinco contra seis do Dínamo, o Rexona-Sesc sacou melhor, tornando ainda mais previsível o estilo marcado das campeãs russas.

Quem olhasse as duas equipes no papel, diria que o Dínamo Moscou era amplamente favorito. Afinal, das sete titulares, cinco são ou já foram da seleção da Rússia e as outras duas são a ponta/oposta dominicana Bethania de la Cruz, aproveitada na entrada de rede, e a central croata Maja Poljak, ambas estrelas internacionais. A principal jogadora, no entanto, é a oposta russa Nataliya Goncharova, uma das melhores atacantes de saída de rede do mundo. Na manhã desta sexta-feira em Kobe, ela foi responsável por quase 40% das tentativas de ataque do Dínamo, mas causou menos estrago do que o esperado, apesar de ter deixado a quadra como maior pontuadora do confronto, empatada com a ponta brasileira Drussyla, com 22 pontos.

No duelo entre as principais atacantes de cada time, o desempenho foi bem parecido – embora Drussyla, como ponta, tenha que se preocupar com a recepção. Goncharova marcou 21 no fundamento, ante 18 da brasileira. Mas enquanto o aproveitamento da estrela russa foi de 40,4%, Drussyla alcançou 41,9%.

Goncharova ataca: estrela russa não impediu a derrota do Dínamo Moscou para o time carioca

Pelo Rexona-Sesc, vale ressaltar a distribuição correta, ainda que nem sempre precisa, da levantadora Roberta Ratzke. A central Juciely, a oposta Monique e a ponta Gabi, com 17, 15 e 13 pontos, respectivamente, tiveram participação importante no jogo.

Não há como não citar o técnico Bernardinho, o grande responsável por transformar um time taticamente obediente, porém com uma linha de passe irregular e tendo baixa estatura para os padrões internacionais, em um sexteto capaz de superar uma equipe com diversas estrelas. Mesmo sem ter um bloqueio alto, o Rexona-Sesc marcou 11 pontos no fundamento e amorteceu várias bolas, na maioria das vezes recuperadas pela defesa e transformadas em contra-ataque.

Do lado russo, foi incompreensível a insistência do treinador Yuri Panchenko em manter em quadra a ponteira Yana Shcherban, que esteve mal no ataque e na recepção. Apenas no quarto set ela saiu para a entrada de Natalia Krotkova, que rendeu mais. A veterana Bethania de la Cruz fez 17 pontos e, em diversos momentos, foi o desafogo da levantadora Ekaterina Kosianenko. Por falar na armadora, se ela mostrou entrosamento com a central Ekaterina Lyubushkina, que deixou a quadra com 14 pontos, sendo sete no ataque, seis no bloqueio e um ace, não se pode dizer que havia sintonia com a craque Poljak, uma das melhores do mundo no meio de rede. A croata marcou oito pontos, sendo sete no bloqueio, sua especialidade, mas quase não conseguia atacar, desperdiçada ofensivamente por Kosianenko.

Destaque para as defesas das duas líberos, a brasileira Fabi e a russa Anna Malova.

Uma curiosidade: a exemplo do time turco VakifBank diante da equipe carioca, o campeão russo marcou impressionantes 19 pontos de bloqueio em quatro sets e fez seis aces. Entretanto, o Dínamo Moscou amorteceu menos ataques do Rexona-Sesc e o saque não foi tão agressivo ao longo da partida como o do VakifBank.

Vôlei Nestlé chegou perto de fechar o primeiro set, mas estagnou e foi caindo ao longo da partida

Vôlei Nestlé vs. Volero Zurich
O time de Osasco, treinado por Luizomar de Moura, entrou em quadra diante da equipe suíça sem poder perder mais do que um set. Do outro lado, bastava exatamente um para garantir o primeiro lugar da chave. Num jogo de baixo nível técnico, com alguns lampejos do Volero Zurich no ataque e no bloqueio, o Vôlei Nestlé perdeu por 3-0 (27-25, 25-22, 25-18) e agora disputa o chamado torneio consolação, valendo do quinto ao oitavo lugar. Entra em quadra às 7h10 (horário de Brasília) deste sábado (13) contra o Hisamitsu Springs, do Japão, para decidir se brigará pelo quinto ou pelo sétimo lugar no dia seguinte. A partida não terá transmissão pela TV.

O vice-campeão da Superliga chegou a liderar a primeira parcial por 23-20, mas estancou e viu o adversário empatar o placar. Ainda resistiu mais um pouco na virada de bola, mas com duas cravadas na diagonal, a ponta cubana Kenia Carcaces, ex-jogadora do Osasco, definiu o set para o Volero. A liderança da chave estava assegurada para o time suíço.

Volero Zurich fechou a fase de grupos do Mundial com três vitórias em sets diretos

Duas titulares da equipe europeia, a levantadora sérvia Bojana Zivkovic (titular na ausência da brasileira Fabíola, que passou por cirurgia no joelho recentemente e não pôde ir ao Mundial) e a central americana Foluke Akinradewo, sequer voltaram para o restante da partida. O saque do Volero incomodou a linha de passe do Vôlei Nestlé. O vice-campeão brasileiro oscilou na virada de bola e exibiu desorganização nas transições da defesa para o contra-ataque. Mesmo sem que o oponente se empenhasse muito – Osasco chegou a marcar um ponto de manchete e outro numa largada alta no meio da quadra –, o time brasileiro não conseguiu estabelecer um ritmo que atrapalhasse o rival. Até esboçou uma reação, marcando quatro pontos seguidos quando perdia por 16-22, mas já era tarde. O Volero Zurich fechou a parcial, tirando o Vôlei Nestlé da disputa por medalha.

O terceiro e último set foi meramente protocolar. O time da Suíça colocou mais reservas em quadra e o Osasco, sem motivação alguma, jogou ainda pior.

A ponteira Tandara, do Vôlei Nestlé, foi a maior pontuadora do confronto, marcando 14 vezes, todas no ataque. Ela virou metade das bolas que recebeu. A levantadora Dani Lins, campeã olímpica em Londres 2012, teve uma atuação irregular, com erros de distribuição e de precisão.

Pelo Volero, a oposta ucraniana Olesia Rykhliuk liderou com 12 pontos, tendo jogado apenas nos dois primeiros sets. Destaque para Carcaces, que também esteve em quadra somente nas duas primeiras parciais e virou 11 vezes em 14 tentativas – todos os seus pontos foram de ataque.

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Juciely desafia o tempo e segue como referência no esporte http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/29/juciely-desafia-o-tempo-e-segue-como-referencia-no-esporte/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/04/29/juciely-desafia-o-tempo-e-segue-como-referencia-no-esporte/#respond Sat, 29 Apr 2017 09:00:10 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=6812

Juciely conquistou mais uma Superliga este ano (foto: Guilherme Cirino/Instagram @guilhermectx)

Com velocidade e tempo de bloqueio impressionantes, eficiente no ataque, Juciely Barreto é, aos 36 anos, referência entre as meios de rede brasileiras. Não se surpreenda se o técnico José Roberto Guimarães convocá-la para a seleção neste ciclo. Juciely desafia o tempo. Terá 39 anos em Tóquio 2020. Mesma idade que a também central americana Danielle Scott tinha em Londres 2012. “Eu penso nela, viu”, diz ao Saída de Rede a mineira da cidade de João Monlevade, admitindo que a estrangeira duas vezes vice-campeã olímpica é um exemplo. “Quando reflito sobre quanto chão teremos até lá, pergunto a mim mesma: ‘será que dá?’ Hoje em dia a resposta é ‘não sei’, mas até bem pouco tempo era ‘não’. Se o Zé Roberto me chamar, vamos conversar”.

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Quem acompanhou a decisão da Superliga 2016/2017, domingo passado, com a vitória do Rexona-Sesc por 3-2 sobre o Vôlei Nestlé, a viu fazer a diferença na reta final da partida. Só no tie break foram seis pontos, o último deles marcado quando sua equipe chegou a nove no placar e ela foi para o saque. Ao longo do torneio, a veterana esbanjou regularidade e muitas vezes foi o desafogo da levantadora Roberta Ratzke. “Eu peço bola mesmo, quero ajudar. Ali no tie break era a nossa temporada resumida em 15 pontos”, relembra.

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Jucy sabe que a renovação deve ser a tônica na seleção, mas sem deixar de lado a experiência de algumas peças, numa mescla que possa garantir sucesso. Contra si, além do tempo que ela insiste em desafiar, a exigência constante de esforço extra diante dos ataques e bloqueios mais altos no cenário internacional. Se a convocação não vier, segue a vida no clube. Já são sete temporadas no atual Rexona-Sesc – venceu seis Superligas com o time carioca (já havia ganhado uma com o Minas Tênis Clube) e deve permanecer. Parar não está em seus planos.

Vôlei entrou tarde em sua vida
Ser apontada como uma das principais centrais do País parece estranho para alguém com um minguado 1,84m e que descobriu o voleibol tão tarde. Tinha 18 anos quando, em 1999, começou no Usipa, clube de Ipatinga (MG), a pouco mais de 100 quilômetros de João Monlevade, onde vivia com os pais, que moram lá até hoje. “Eu brincava de vôlei na escola, gostava, mas não pensava em ser jogadora. Até que alguém me viu e fui parar no Usipa, achavam que eu tinha que ser central”, conta a atleta.

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Em 2000 foi para o Macaé. Chamou a atenção do Minas Tênis Clube e no ano seguinte seguiu para a tradicional equipe de Belo Horizonte – um timaço onde jogavam, entre outras, Fofão, Cristina Pirv, Ângela Moraes, Érika, Elisângela e Ana Maria Volponi, além das juvenis Fabiana e Sheilla, sob o comando do treinador Antônio Rizola. Ganharam a Superliga derrotando o BCN Osasco de José Roberto Guimarães na final.

Ângela Moraes lidera volta olímpica em 2002 no Mineirinho: ídolo de Juciely (foto: CBV)

Pouco experiente, estando apenas na sua terceira temporada na modalidade, treinava mais do que jogava. Encontrou naquele time, na época MRV Minas, seu grande ídolo no vôlei: a central Ângela Moraes, de 1,81m. “Eu parava só para ficar olhando ela treinar. A Ângela me influenciou de todas as formas, eu ficava tentando fazer tudo igualzinho a ela, que atacava uma china linda, incrível na velocidade de perna e de braço. Ela tinha também uma bola de dois tempos que era única: ela quicava no tempo frente e atacava uma chutada. Essa eu tentei fazer muitas vezes e nunca consegui”, conta Juciely.

Oposta?
No segundo ano no MRV Minas não jogou, apenas treinava. “Queriam me transformar em oposta, diziam que eu era baixa demais para ser meio de rede, mas eu não levava jeito para atacar na saída. Tenho todos os cacoetes de atacante de meio, tinha que ser central, apesar de pequena”. A baixa estatura é compensada com velocidade e impulsão. Aliás, a jogadora do Rexona-Sesc diz que não sabe o quanto salta. “Não sei qual é a minha impulsão ou o meu alcance, mas sei que salto bastante”. Os dados no site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) estão longe da realidade.

Fique por dentro do mercado do vôlei

Passou uma temporada em Osasco, depois foram duas no Brasil Telecom, de Brasília. Voltou ao Minas para mais um ano. Então, no período seguinte, 2008/2009, novamente no Brasil Telecom, desta vez em Brusque (SC), ela acredita que explodiu de vez. “A partir daquela temporada em Brusque, comecei a jogar bem mesmo”. A equipe contava com jogadoras como Fabíola e Elisângela. Ao lado de Nati Martins, atualmente no Vôlei Nestlé, Juciely formava a dupla de centrais titulares.

Com o troféu da Superliga 2016/2017 (foto: Guilherme Cirino/Instagram @guilhermectx)

Despertando o interesse de Bernardinho
O Brasil Telecom quase foi responsável por uma das maiores zebras da história da Superliga. Após eliminar o Pinheiros nas quartas de final, o time de Brusque encarou simplesmente na série melhor de três partidas da semifinal a equipe de Bernardinho, na época Rexona-Ades. O primeiro jogo, em Santa Catarina, foi vencido pelo Brasil Telecom por 3-2. No seguinte, em pleno Tijuca Tênis Clube, no Rio, a equipe visitante abriu 2-0, para desespero do técnico multicampeão. O Rexona viraria a partida e venceria o jogo seguinte, mas o adversário impôs respeito. Jucy chamou tanto a atenção que recebeu um convite de Bernardinho para jogar no Rio de Janeiro.

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“Minha pontuação no ranking das atletas não me ajudou e eu não me encaixava no Rexona. Fui jogar na temporada seguinte no São Caetano/Blausiegel, que tinha também a Fofão, a Sheilla, a Mari”, recorda a central.

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Porém, no período 2010/2011, finalmente pôde jogar no Rexona. “Aquele time patrocinado pela Blausiegel acabou e fomos Sheilla, Mari e eu jogar no Rio, treinadas pelo Bernardinho”. Começava para Juciely uma história que segue até hoje. Várias atletas entraram e saíram da equipe, mas a meio de rede mineira segue firme.

Recebendo prêmio de melhor central no GP 2015 (foto: FIVB)

Primeira convocação e cortes
Após sua temporada inicial no Rexona, veio também sua primeira convocação para a seleção adulta – jamais havia sido chamada nas categorias de base. “Com o Bernardo cresci a ponto de me tornar uma atleta da seleção brasileira. O Zé Roberto apontou muitos caminhos, me deu soluções quando comecei a disputar jogos internacionais, onde a realidade é completamente diferente. São grandes técnicos”, elogia Jucy, sem esquecer de afagar os dois.

Dos cortes sofridos na seleção, ela fala com resignação. “É algo doloroso, é um sonho que fica para trás, mas é um risco com o qual o atleta convive”.

Ficar fora da Olimpíada de Londres, em 2012, “doeu demais”, admite a atleta, que no entanto ressalta: “Apesar de ter sofrido, tinha consciência que a Adenízia estava melhor, ela vinha jogando muito bem”. O corte da lista de jogadoras que foi ao Mundial 2014 era esperado, pois Juciely sofria com uma lesão no joelho esquerdo.

Alegria e tristeza na Rio 2016
A participação na Rio 2016, apesar do desfecho triste, com a queda diante da China nas quartas de final, é lembrada com carinho por ser a única em Jogos Olímpicos. “Quando você entra na vila olímpica, percebe que aquele sonho se realizou”. A presença dos pais e dos amigos no Maracanãzinho foi extremamente importante para ela.

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Questionada se a chave muito tranquila da primeira fase na Olimpíada havia preparado suficientemente o time para o duelo nas quartas, ela rebate: “Tínhamos consciência de que o mata-mata seria muito difícil. A (ponteira) Ting Zhu saiu do passe no segundo set, a (técnica) Lang Ping fez umas mudanças e a gente não conseguiu mais acompanhar o ritmo delas”.

Juciely comemora um ponto durante a Rio 2016 (foto: FIVB)

Saque perdido
A central fica com a voz embargada quando relembra o saque desperdiçado no final do tie break diante da China. O Brasil perdia por 11-12 das orientais e Juciely, no serviço, buscou uma paralela, mas a bola foi para fora – a oposta Sheilla Castro erraria outro no rodízio seguinte.

“O meu erro ainda me revolta. Como pude errar aquele saque? Não dormi aquela noite, chorei muito. Nos dias seguintes, sempre que alguém me abordava, falando do jogo, eu caía no choro. Fui pro interior do Rio, um lugar onde ninguém me conhecia, depois fui pra Minas, ficar com meus pais. Nós todas (jogadoras) procuramos respostas para aquela derrota contra a China e não temos. As chinesas jogaram demais”, afirma Jucy.

Mundial de Clubes
O foco agora é o Mundial de Clubes, de 9 a 14 de maio, em Kobe, no Japão. A chave, com o VakifBank da Turquia e o Dínamo Moscou, é complicada, mas ela se mantém otimista, mesmo sabendo o quanto é difícil enfrentar bloqueios mais elevados ou tentar conter atacantes mais altas. “É outro nível, muito puxado, tenho que me desdobrar. No Grand Prix 2015 ganhei o prêmio de melhor central e fiquei me perguntando como poderia ter sido a melhor no meio de tanta mulher alta”. Às vezes não é preciso ser alta para ser grande.

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Bernardinho: “Time nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/15/bernardinho-time-nasceu-competitivo-e-seguira-sendo-por-outros-20-anos/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/15/bernardinho-time-nasceu-competitivo-e-seguira-sendo-por-outros-20-anos/#respond Wed, 15 Mar 2017 09:00:34 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=5684

“Foram 20 anos incríveis, quem vai tocar o processo agora é o Sesc” (foto: Divulgação)

O momento parecia de turbulência com a saída do patrocinador Unilever, parceiro desde 1997, mas Bernardo Rezende garante que a equipe de vôlei feminino sob seu comando segue firme. “O time vai continuar sendo competitivo. Nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos. Não há nenhuma descontinuidade, é um processo ajustado e quem vai tocar agora é o Sesc”, disse o técnico multicampeão ao Saída de Rede.

Esta é a primeira parte de uma entrevista que o treinador concedeu ao SdR. Nesta o foco é o voleibol feminino. Além da transição no Rexona-Sesc, equipe que conquistou a Superliga 11 vezes e que encerrou a fase classificatória da atual edição na liderança, com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Bernardinho fala sobre a dificuldade de enfrentar “seleções” no Mundial de Clubes, relembra que o arquirrival Osasco (atual Vôlei Nestlé) venceu a competição tendo “uma verdadeira seleção” e que depois perdeu a final da Superliga para o Rexona.

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Ele aponta o Camponesa/Minas, liderado pela oposta americana Destinee Hooker e pela ponteira Jaqueline Carvalho, como favorito na Superliga e alega que vencê-lo três vezes numa eventual semifinal é uma tarefa complicada.

Fala de talentos do voleibol brasileiro, como a central Bia, as pontas Rosamaria, Gabi e Tandara, as opostas Lorenne e Paula Borgo, além das levantadoras Roberta, Naiane, Juma e Macris.

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Sobre a estrangeira de sua equipe, a ponta holandesa Anne Buijs, Bernardinho afirma que “aos poucos ela está começando a mostrar mais consistência na atuação de alto nível”.

Confira a primeira parte da entrevista que Bernardo Rezende nos concedeu:

Saída de Rede – Como fica a equipe com a saída da Unilever após 20 anos de parceria?
Bernardinho – O time vai continuar sendo competitivo. Nasceu competitivo e seguirá sendo por outros 20 anos. Foram 20 anos incríveis e não há nenhuma descontinuidade, é um processo ajustado, combinado, de prosseguimento e quem vai tocar o processo agora é o Sesc. Esse processo foi conduzido por nós, junto com o Sesc, nessa transição. A Unilever jamais nos abandonou, muito pelo contrário, sempre foi uma parceira orientadora, muito preocupada com a consistência do projeto, tanto na parte competitiva quanto nas frentes sociais.

O técnico durante Mundial de Clubes 2016, nas Filipinas (foto: FIVB)

Saída de Rede – O Rexona vai para o Mundial de Clubes em maio, no Japão. Diante dessa situação, de transição, o time já havia se programado para contratar algum reforço?
Bernardinho – Nós não temos nenhuma verba neste momento para poder buscar alguém. E também não seria justo chegar num momento como esse e sacar uma jogadora para, de repente, colocar outra. Seria muito bacana poder reforçar, tentar trazer alguém que nos desse uma condição a mais. Osasco, quando foi ao Mundial, tinha uma verdadeira seleção.

Sobre o arquirrival Osasco e seu título mundial: “Tinha uma verdadeira seleção” (foto: FIVB)

Saída de Rede – Você fala da edição de 2012, quando Osasco ganhou?
Bernardinho – Exatamente… E depois nós ganhamos delas na final aqui (na Superliga). (Osasco) Era uma seleção com das quatro titulares: Garay, Jaqueline, Thaisa e Sheilla. Tinha ainda duas reservas imediatas da seleção: Fabíola e Adenízia. O time chegou ao Mundial em condições de brigar. Hoje, as equipes turcas são verdadeiras seleções do mundo. Eczacibasi, por exemplo, o VakifBank, o Fenerbahce… Esses times são all-star, com jogadoras de várias seleções do mundo, se torna mais difícil vencê-los. No último Mundial a gente estava meio despreparado e perdeu duas vezes por 3-2, pro Eczacibasi e pro Casalmaggiore, campeão europeu. Esses dois foram os finalistas. Então faltou pouco. Quem sabe a gente não consiga depois da Superliga, mais preparado, um pouco mais? (Nota do SdR: o Rexona-Sesc terminou o Mundial 2016 na quinta colocação.)

Saída de Rede – O fato de o torneio agora ser no fim da temporada de clubes, pouco depois do encerramento da Superliga, ajuda o time? Embora esses adversários também estejam com bom ritmo.
Bernardinho – Para nós, que não temos a quantidade de talentos individuais a nível mundial que esses times têm, a questão do sistema funcionar é a única chance que a gente tem. Não dá para brigar na individualidade. Sob esse ponto de vista, a consistência de uma temporada talvez nos dê uma possibilidade a mais. Claro que esses grandes times continuam sendo os favoritos, mas talvez a gente tenha uma pequena condição a mais.

Bernardinho orienta o time durante partida da Superliga (foto: Alexandre Arruda/Divulgação)

Saída de Rede – Falando agora de Superliga, as outras equipes no top 4, Minas cresceu no segundo turno, Praia Clube caiu um pouco ao longo da competição e Osasco está se ajustando. Desses três adversários, qual seria o mais perigoso?
Bernardinho – O Minas com certeza é o mais perigoso. Na minha opinião, o Minas se tornou o favorito.

Saída de Rede – Por quê?
Bernardinho – Uma coisa é ter o Minas sem uma Hooker e sem uma Jaqueline. A Hooker é uma das grandes opostas do mundo. Veja bem, não falo só da Superliga, falo do mundo, e ela ataca como poucas. A Jaqueline é completa, arma o time de uma maneira… Que jogadora tem condições de passar como ela passa, arrumar o time, defender, fazer o jogo como ela faz? Aí você tem Rosamaria, Carol Gattaz fazendo excelente temporada, a Naiane… Pelas jogadoras que tem hoje, o Minas se tornou favorito na Superliga.

Saída de Rede – Enfrentá-las numa melhor de cinco jogos em uma possível semifinal facilita para vocês, não? Afinal, ganhar três vezes do Rexona…
Bernardinho – (Interrompendo) É, mas ganhar três vezes desse Minas aí é tão complicado quanto ganhar três vezes do Rexona.

Saída de Rede – Se você diz… E quanto ao Praia e ao Osasco?
Bernardinho – Acho que o Praia vive um momento de insegurança emocional, mas é um time com muito potencial. Na final, no ano passado, por muito pouco a coisa não fugiu da gente. Foi uma final muito dura. E Osasco é sempre Osasco, uma equipe de tradição, que vai chegar, mudou um pouco a forma de jogar: no último ano tinha mais força no meio, a cubana na ponta, agora tem a Tandara, duas estrangeiras, com muita força ali. A Bia tem jogado em altíssimo nível.

A central Bia, do Vôlei Nestlé, foi bastante elogiada por Bernardinho (foto: João Pires/Fotojump)

Saída de Rede – Você acha que a Bia subiu muito de produção em relação ao ano anterior?
Bernardinho – Ela já tinha jogado muito bem no Sesi com a Dani Lins. O fato de ter uma grande levantadora do lado dela, e ela sempre foi uma grande bloqueadora, deu uma condição… Me lembro que ganhamos grandes competições com a Dani e as centrais eram a Valeskinha e a Juciely, que são mais baixas, e a Dani as fazia jogar, mesmo sendo jogadoras fisicamente menos capazes de jogar com atletas grandes. A Dani faz isso muito bem e a Bia está se beneficiando disso. Para o voleibol é muito importante ter uma jogadora como ela, que naturalmente já é uma grande bloqueadora. É um belo trabalho feito lá e ter a Dani por perto dá uma condição ainda melhor.

“Natália foi uma jogadora fundamental” (foto: FIVB)

Saída de Rede – O Rexona sempre teve muito volume de jogo e você procura fazer o time jogar de forma acelerada na virada de bola e no contra-ataque. No ano passado, quando o passe não saía, era bola para a Natália, que descia o braço. Como está isso hoje? Conversando outro dia com o Anderson Rodrigues (técnico do Brasília Vôlei), ele dizia que o Rexona está bem, porém errando mais do que no ano passado. Você também acha isso? O que está faltando para o time?
Bernardinho – É exatamente isso. O Anderson enxerga um pouco com os meus olhos, até por termos convivido tanto tempo. Nós ainda não temos a consistência… Olha, a Natália foi uma jogadora fundamental nos últimos dois anos, dava um equilíbrio muito grande, pra gente se permitir ter um passe pior às vezes. Era uma jogadora que resolvia, ela foi excepcional. Não tê-la este ano requer um time que cometa menos erros, que desperdice menos, mas ainda estamos em busca disso, dessa consistência maior. Nos momentos importantes estamos tendo boas atuações, mas o time ainda oscila. A Anne (Buijs) tem altos e baixos, mas teve momentos muito bons, como na Copa Brasil, a final do Sul-Americano, mas não posso atribuir a ela a responsabilidade que a Natália já tinha condições de assumir. Eu tenho que ter também a calma de fazer com que ela tenha a tranquilidade de jogar sem um excesso de peso sobre ela. Quem está assumindo uma responsabilidade maior é a Gabi, o que é muito bom para ela, para o amadurecimento.

Saída de Rede – Mas ela não tem característica de força, tem outro perfil, não dá para comparar com a Natália.
Bernardinho – Não, mas você pode jogar de outra maneira. A ideia é um pouco essa, que ela jogue de uma forma com mais velocidade, para que ela consiga criar situações de dificuldades para o outro time.

O treinador orienta Anne Buijs: “Está começando a mostrar mais consistência” (foto: Marcelo Piu/Divulgação)

Saída de Rede – Quando a Brankica Mihajlovic (ponta sérvia, vice-campeã na Rio 2016), que tem um perfil parecido com o da Anne, com deficiências no passe e no fundo de quadra, jogou aqui, ela deslanchou a partir das quartas de final. Você está preparando a Anne para crescer na reta final?
Bernardinho – Aos poucos ela está começando a mostrar mais consistência na atuação de alto nível. É o que a gente espera dela: crescer fisicamente e conseguir lidar com uma situação de pressão que a Superliga exige o tempo todo.

Saída de Rede – Atualmente, no cenário internacional, temos a impressão de que existe uma carência de ponteiras passadoras. Você diria que o vôlei no Brasil reflete isso também?
Bernardinho – A Gabi é uma jovem ponteira excepcional. A Natália tem pouco tempo nessa função… Então, nós temos duas ponteiras. São pontas que às vezes não são tão boas passadoras, como a Tandara também não é, mas que você pode compor. Veja, a Sérvia jogou a Olimpíada com a Brankica na ponta, a Tandara não é pior passadora do que ela. Você tem como compor e o Zé Roberto vai saber montar isso. No Brasil há um pouco dessa carência, não só no feminino também há no masculino, mas eu diria que não estamos tão mal posicionados neste sentido. Temos algumas jogadoras interessantes para surgir, como a Rosamaria.

Saída de Rede – Nós conversamos com ela, que admitiu que não dava para ser oposta em nível internacional, até por sua altura (1,85m), mas sim ponteira. Ela pensou exatamente nisso.
Bernardinho – Ela pensou e os treinadores dela também. Na minha opinião é uma solução excepcional, ela tem plenas condições de jogar nessa posição.

Ele diz que Macris “taticamente joga muito” (foto: CBV)

Saída de Rede – Que outros destaques você vê entre as jogadoras mais jovens aqui no Brasil?
Bernardinho – Levantadoras você tem a Roberta, a Naiane, a Juma, que são jovens e boas jogadoras. A Macris é uma atleta que taticamente joga muito, ela é diferente e entra nesse rol. A Dani Lins continua sendo a principal e melhor jogadora da posição. Mas temos um leque de jogadoras interessantes para trabalhar, com boa estatura. Olhando pro futuro, eu vejo boas levantadoras. Sobre opostas, não sei se a ideia é a Tandara jogar um pouco ali, a Natália jogar eventualmente, mas eu tinha uma crença muito grande em uma menina que é a Paula Borgo, que fez duas boas temporadas e este ano está jogando menos. Claro que isso é momentâneo e é uma jogadora que tem potencial. Não temos uma quantidade grande, talvez seja o caso de pensarmos em uma estrutura um pouco híbrida.

Saída de Rede – E a Lorenne, sua jogadora até a temporada passada, foi ideia sua ela ir para o Sesi, sob o comando do Juba, que tinha sido seu assistente, para ela jogar mais?
Bernardinho – Sim, ela tinha que sair pra jogar.

“Lorenne talvez necessite mais tempo” (foto: Sesi)

Saída de Rede – Está muito verde ainda para se pensar em seleção principal?
Bernardinho – Ela está galgando, agora já joga a Superliga, tem potencial. Lorenne talvez necessite um pouco mais de tempo, assim como a Paula Borgo. Elas precisam passar por um processo de amadurecimento internacional para poder jogar.

Saída de Rede – A Lorenne joga de uma forma diferente do que historicamente as nossas opostas fazem, mais lenta, porém com mais alcance e com mais potência. Como você vê isso?
Bernardinho – É, ela vai mais alto, pega uma bola mais lenta. Temos que ver, pois a forma de jogar do Brasil não é muito esta e, lá fora, jogar com uma bola tão lenta talvez não seja o mais recomendável. Mas é uma jogadora de potencial, tem que ser trabalhada para ter condição de jogar internacionalmente. É preciso testá-la lá fora. Já jogou Mundial sub23, ou seja, está começando a ganhar essa experiência.

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Saque e bloqueio do Brasília equilibram jogo, mas Rexona segue invicto http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/12/09/saque-e-bloqueio-do-brasilia-equilibram-jogo-mas-rexona-segue-invicto/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/12/09/saque-e-bloqueio-do-brasilia-equilibram-jogo-mas-rexona-segue-invicto/#respond Fri, 09 Dec 2016 08:00:14 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=3883

A ponteira Gabi recebeu o troféu Viva Vôlei (fotos: Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV)

O Terracap/BRB/Brasília Vôlei resistiu, foi o adversário mais difícil para o invicto Rexona-Sesc até aqui, mas no final vitória carioca sobre a equipe brasiliense por 3-1 (25-22, 14-25, 25-21, 25-23), na melhor partida da Superliga 2016/2017, com quase duas horas de duração. O jogo, realizado no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, abriu a oitava rodada do primeiro turno, que será concluída nesta sexta-feira (9) com cinco confrontos.

O Rexona segue líder isolado, agora com 24 pontos, enquanto o Brasília, com 18, pode terminar a rodada como terceiro ou quarto, dependendo do resultado de Dentil/Praia Clube vs. Vôlei Nestlé, que se enfrentam logo mais, às 21h30, em Uberlândia, com transmissão do SporTV. Foi a segunda derrota no torneio do time brasiliense, que era o vice-líder e vinha de uma sequência de quatro vitórias por 3-0, inclusive sobre Praia Clube (desfalcado de duas titulares, diga-se) e Vôlei Nestlé. O Rexona-Sesc perdeu apenas dois sets nesta edição (o outro foi para o Genter Vôlei Bauru).

A eficiência na relação saque-bloqueio permitiu que o Brasília Vôlei, mesmo jogando como visitante, equilibrasse o duelo desta quinta-feira (8) diante de um oponente tecnicamente superior, undecacampeão da Superliga.

O serviço do Brasília dificultou a vida da levantadora do Rexona, Roberta Ratzke, que jogou a maior parte do tempo sem o passe na mão. Foram 14 pontos de bloqueio do time da veterana Paula Pequeno contra oito do Rexona – a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) não disponibiliza informações sobre ataques amortecidos nas suas estatísticas.

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Já o saque das cariocas teve pouco efeito sobre a linha de recepção do time da capital federal, com exceção de Paula, que sempre teve dificuldade no fundamento ao longo de sua carreira. Mas mesmo quando não havia passe A, impedindo que a levantadora Macris Carneiro pudesse imprimir velocidade, as atacantes evitavam enfrentar o bloqueio do Rexona. Destaque ainda para a defesa brasiliense, que atuou bem tanto na cobertura do seu ataque quanto no posicionamento diante das atacantes rivais.

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Alvo preferencial do saque das visitantes e sem corresponder na recepção, a ponta holandesa Anne Buijs foi substituída pelo técnico Bernardinho por Drussyla nos dois primeiros sets, sequer jogou no terceiro e voltou somente no quarto, quando o adversário liderava por 9-5. Uma das principais atacantes europeias, Buijs tem oscilado até mesmo no seu principal fundamento, tentando se adaptar ao ritmo do vôlei brasileiro.

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A única parcial em que não houve equilíbrio foi a segunda, justamente aquela vencida pelo Brasília Vôlei, quando o desempenho da linha de passe carioca caiu ainda mais, para desespero do seu treinador.

No final do quarto set, quando o placar marcava 23-23, dois erros cometidos pela equipe comandada por Anderson Rodrigues deram a vitória ao Rexona – primeiro, dois toques cometidos pela líbero Silvana, depois foi a vez de um levantamento baixo de Macris, que a central Roberta não conseguiu corrigir e atacou para fora.

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As ponteiras Gabi (Rexona-Sesc), que recebeu o troféu Viva Vôlei, e Amanda (Brasília Vôlei) foram as maiores pontuadoras, ambas com 18. No entanto, a ponta do time brasiliense teve melhor rendimento no ataque, com 46,9% (15/32), ante 39,5% (17/43) da atacante da seleção brasileira. Transferida para o Brasília na temporada passada, Amanda havia jogado desde adolescente na equipe carioca, permanecendo por 10 temporadas, entrando quase sempre apenas para sacar. Na noite passada, ela destacou-se contra seu ex-clube no serviço, no bloqueio e no passe, além do ataque.

Rexona-Sesc e Terracap/BRB/Brasília Vôlei voltam à quadra na terça-feira (13), quando será disputada a nona rodada. As cariocas enfrentam o arquirrival Vôlei Nestlé, às 21h30, em Osasco, com transmissão pelo SporTV, enquanto o Brasília joga em casa, às 20h, contra o lanterna Renata Valinhos/Country, que ainda não marcou ponto na tabela de classificação da Superliga 2016/2017.

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