Procura-se (mais) uma atacante de força
Se após a vitória contra a China falávamos que a seleção brasileira feminina de vôlei estava bem, mas ainda tinha muito trabalho a fazer, a derrota para os Estados Unidos (25-23, 26-28, 25-21 e 25-18) mostrou outro ponto a ser abordado caso o time queira aumentar suas chances de conquistar a primeira edição da Liga das Nações, torneio que substitui o Grand Prix a partir deste ano: ter outra atacante de força que possa ser o desafogo em dias que Tandara não esteja bem.
Na etapa chinesa, Tandara não tem rendido como de costume: contra as donas da casa, por exemplo, virou apenas 18 das 51 bolas que atacou. Já diante dos Estados Unidos foram apenas quatro pontos feitos em 15 cortadas com consequente substituição por Monique a partir do terceiro set.
O problema foi justamente aí: Monique também não foi bem, marcando somente quatro pontos em 22 tentativas. Temporada após temporada, fica evidente que a oposta do Sesc-RJ tem sérias dificuldades para jogar no cenário internacional, com bloqueios mais altos do que costumeiramente encontra na Superliga, onde vai bem.
Drussyla e Amanda, nas pontas, poderiam ser alternativas ofensivas para Roberta na falta de uma oposta efetiva, mas possuem uma característica de ataque mais técnico, explorando o bloqueio, do que de força. Contra a China funcionou, mas não é todo dia que isso vai acontecer.
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No total, a estatísticas do jogo apontam 14 pontos a mais no ataque para os Estados Unidos (61 a 47) – nem mesmo no set que venceu, o Brasil conseguiu pontuar mais no fundamento que as americanas. Para o Mundial, quando espera-se que Gabi e Natália estejam plenamente recuperadas fisicamente, a questão deve deixar de ser um problema, mas na Liga das Nações a falta de uma atacante de força para dividir a responsabilidade com Tandara é uma realidade com a qual a comissão técnica terá que conviver. Se estivesse em seus melhores dias, Rosamaria poderia aproveitar a chance, mas a julgar pelo fim da temporada de clubes e início da temporada de seleções, diria que não há muito o que fazer além do que já estamos vendo.
Em que pese os problemas e a derrota para os Estados Unidos, que teve suas principais estrelas em quadra, a seleção brasileira feminina de vôlei não fez uma má partida. O sistema defensivo tem sido o destaque do time, que teve chances reais de ganhar os três primeiros sets. A coisa só desandou na quarta etapa, quando o saque deixou de ser agressivo e a levantadora Carli Lloyd pôde jogar à vontade com suas atacantes. Ressalte-se ainda a grande atuação de Lauren Gibbemeyer no bloqueio (oito pontos).
Com duas derrotas em 11 jogos, a seleção brasileira feminina de vôlei encerra sua participação na quarta rodada da Liga das Nações às 5 horas (horário de Brasília) desta quinta (7), quando encara a Rússia.
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