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Saída de Rede

Central da seleção em alta e Ibope baixo no sobe e desce da Superliga

João Batista Junior

21/11/2016 06h00

Mauricio Souza (ao centro): nove pontos de bloqueio contra Canoas (foto: Vôlei Brasil Kirin)

Mauricio Souza (ao centro): nove pontos de bloqueio contra Canoas (foto: Vôlei Brasil Kirin)

Numa rodada em que o Sada Cruzeiro teve jogo de pouca audiência na TV, mas seguiu soberano em quadra, o Brasil Kirin se valeu da força de um meio de rede da seleção para vencer de virada. Já na Superliga feminina, Mari era a grande atração do Genter Bauru, mas quem se destacou foi outra atacante da equipe. Veja o sobe e desce da Superliga:

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SOBE

Maurício Souza

Jogador que mais pontos anotou em bloqueios até aqui nesta Superliga, o central Mauricio Souza foi o grande nome da vitória do Brasil Kirin sobre o Lebes/Gedore/Canoas, sábado, em Campinas.

O time da casa perdia por 2 a 0, mas chegou à virada e manteve a invencibilidade no campeonato com nada menos que nove pontos do meio de rede campeão olímpico no bloqueio. Nove! Não à toa, Mauricio Souza foi escolhido o melhor jogador da partida.

Thaisinha

A campeã olímpica Mari começou no banco, sexta-feira, entrou no decorrer do primeiro set, permaneceu em quadra e terminou com dez pontos anotados. No entanto, quem brilhou, mesmo, na vitória do Genter Bauru sobre o Renata Valinhos/Country por 3 a 1 foi a ponteira Thaisinha: com nada menos que 30 pontos, sendo 28 em cortadas, a jogadora teve aproveitamento de 57% no ataque.

Thaisinha tem 1,74m, estatura considerada baixa para os padrões atuais do vôlei, mas é a sexta melhor atacante do campeonato pelos critérios da CBV e a segunda maior pontuadora nesse fundamento – só perde para a oposta Rosamaria, do Camponesa/Minas.

Sada Cruzeiro

Para o atual campeão brasileiro e mundial, os resultados obtidos nessas primeiras rodadas da Superliga, contra equipes que não deverão lutar pelo título da temporada, podem ser tomados como obrigatórios. No entanto, não se deve menosprezar a sequência de jogos e deslocamentos que a equipe celeste disputou na semana passada.

Domingo, o time venceu o Caramuru Vôlei/Castro, no Paraná, por 3 a 0. Na terça-feira, em jogo da quarta rodada, bateu o Copel Telecom Maringá, também fora de casa, por 3 a 0. E na quinta-feira, de passagem por São Bernardo do Campo, bateu o time anfitrião em jogo atrasado da primeira rodada em sets diretos.

Vale ressaltar que, nessa sequência de partidas, o técnico Marcelo Mendez tem conseguido dar boa rodagem ao elenco: jogadores como os centrais Éder Levi e Pedrão, o oposto Alan, o líbero Vanderson e o levantador Fernando Cachopa, que não costumam ter muitas chances no time titular, tiveram oportunidade de jogar durante a semana passada e mantiveram a equipe na liderança da competição – e sem nenhum set perdido.

Vitória cruzeirense em São Bernardo teve pouca audiência na TV (foto: July Stanzione)

Vitória cruzeirense em São Bernardo teve pouca audiência na TV (foto: July Stanzione)

DESCE

Audiência na TV aberta

Foi até matéria do Notícias da TV, do UOL: a audiência da RedeTV!, com a exibição de São Bernardo vs. Sada Cruzeiro, na última quinta-feira, dia 17, teve 0,2 ponto de média e oscilou, nos últimos 45 minutos de exibição da partida, entre 0,1 e 0,0 (dados colhidos pelo Ibope na Grande São Paulo).

Chama a atenção, ainda, o fato de o vôlei ter sido, junto com o programa Master Game, a menor audiência da RedeTV! naquela data.

Competitividade no masculino

Se a briga pelo título masculino deve ser boa, com o Sada Cruzeiro lutando para manter a supremacia, e Funvic Taubaté, Sesi e Brasil Kirin em perseguição, o mesmo não se diz da briga por uma vaga nos playoffs. Pelo menos, não nesse início de Superliga.

O campeonato mal começou e já se nota um vão entre os oito primeiros colocados da Superliga masculina e os quatro últimos. Se cada uma das equipes dentro da zona de classificação para os playoffs já venceu, ao menos, dois jogos, entre os quatro piores colocados (Lebes/Gedore/Canoas, São Bernardo, Copel Telecom Maringá e Caramuru/Castro), ninguém sabe ainda o que é vencer.

É evidente que isso é resultado da grande diferença de investimento entre as equipes, mas traria mais graça à competição uma tabela que, por exemplo, não colocasse o Maringá em rota de colisão com os quatro principais clubes do campeonato nas quatro primeiras rodadas.

(Aliás, já falamos sobre o pouco cuidado que a CBV teve na confecção da tabela – clique aqui.)

Sesi ainda não venceu nesta Superliga feminina (foto: Orlando Bento/MTC)

Sesi ainda não venceu nesta Superliga feminina (foto: Orlando Bento/MTC)

Paulistas

Segue o drama das paulistas na Superliga feminina: com a derrota do Sesi para Camponesa/Minas (3 a 1), do São Cristóvão Saúde/São Caetano para o Rexona-Sesc (3 a 0) e do Pinheiros para o Dentil/Praia Clube (3 a 0) – além do 3 a 0 sofrido por Valinhos diante do Bauru –, as quatro últimas posições do campeonato são ocupadas por times de São Paulo.

Noutras palavras: se os playoffs da competição entre mulheres começassem amanhã, apenas o Vôlei Nestlé e o Genter Bauru, equipes de investimento dos mais elevados nesta temporada, representariam São Paulo, enquanto Pinheiros, Valinhos, Sesi e São Caetano estariam eliminados. Há perspectiva de mudança nesse quadro?

Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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