Campanha de Alison e Bruno refletiu o equilíbrio no vôlei de praia
A medalha de ouro conquistada por Alison e Bruno Schmidt na madrugada desta sexta-feira coroou a melhor dupla masculina de vôlei de praia do mundo. A vitória por 2 sets a 0 sobre os italianos Nicolai e Lupo (21-19, 21-17) interrompeu um hiato de 12 anos sem título olímpico para times brasileiros na modalidade.
De quebra, os atuais campeões mundiais e vencedores do circuito mundial do ano passado depõem contra dois dos mais surrados clichês: "não é bom chegar com favoritismo às Olimpíadas" e "brasileiro não suporta pressão". A exemplo de Ricardo e Emanuel em 2004, eram favoritos, lidaram com a cobrança pelo título e terminaram medalhistas de ouro.
O time campeão no Rio, se não tem no ataque seu ponto mais forte, apoiou-se no bloqueio de Alison e nas defesas de Bruno para vencer um torneio duríssimo, uma competição bem diferente da que encontraram no Mundial da Holanda 2015 – de incontestável supremacia das duplas brasileiras. A campanha dos agora campeões olímpicos teve apuros e percalços que enfeitam ainda mais a medalha e a história em torno dela.
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Ainda na primeira fase, os brasileiros foram severamente testados, com uma derrota diante de Doppler/Horst, da Áustria, e uma torção no pé sofrida por Alison, contra Carambula/Ranghieri, da Itália, que quase custou mais do que apenas o segundo lugar da chave.
Nos mata-matas, passaram quase sem folga pelos rivais. Nas oitavas, só deslancharam contra Herrera e Gaviria, da Espanha, depois de um primeiro set vencido por 24-22. Em seguida, contra os norte-americanos Lucena e Dalhausser (este, campeão olímpico em 2008), o confronto foi marcado por uma forte ventania em Copacabana que propiciou ralis quase lotéricos e sets de parciais díspares (21-14, 12-21, 15-9).
Nas semis, um duelo de prender a respiração contra os holandeses Brouwer e Meeuwsen, campeões mundiais em 2013, só foi definido com 16-14 no tie break. A final, contra Nicolai e Lupo – vindos de duas derrotas na primeira fase e de uma repescagem antes das oitavas –, foi disputada sob chuva e requereu dos brasileiros duas boas reações no placar: para vencerem em sets diretos, Alison e Bruno reverteram um 5 a 1 no primeiro set e um 10 a 7 no segundo.
Êxito do torneio
A competição realizada em Copacabana foi um sucesso. Se, por um lado, os espectadores que lotaram a arena reclamaram dos jogos que começam de madrugada (um mimo para a TV norte-americana NBC, parceira do COI de longa data e muitas cifras), por outro, foram premiados com a presença diária de ritmistas e passistas de alguma das escolas de samba do Rio e com a beleza do palco montado na areia e a do cenário percebido além das arquibancadas.
No âmbito esportivo, o êxito do vôlei de praia nos Jogos foi a percepção, dado o equilíbrio do torneio de ambos os naipes, que o esporte, de fato, se universalizou.
O crescimento das duplas europeias no circuito mundial se refletiu na Rio 2016, com três parcerias do Velho Continente entre as quatro finalistas no masculino, a exemplo do que já houve em 2012. O acréscimo é que, agora, o torneio feminino – que não é mais um match race entre brasileiras e norte-americanas – finalmente teve um time europeu como medalhista, justamente as campeãs Ludwig e Walkenhorst, da Alemanha. A tendência é de que, em Tóquio 2020, a disputa seja ainda mais acirrada do que já foi no Rio.
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