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Saída de Rede

Cada vez mais no sacrifício, Brasil avança à semifinal olímpica

Carolina Canossa

18/08/2016 02h39

Serginho x Argentina

Serginho e Wallace estão sendo fundamentais na Olimpíada (Fotos: FIVB)

Um dia após a precoce eliminação da seleção brasileira feminina de vôlei na Olimpíada do Rio de Janeiro, foi a vez dos homens. O duelo não era tão perigoso quanto o das mulheres diante da China, mas do outro lado da rede havia uma Argentina disposta a repetir a história de Sidney 2000 no nosso quintal. Não foi dessa vez: em 1h45 de jogo, o time de Bernardinho saiu de quadra com 3 sets a 1 no placar, parciais de 25-22, 17-25, 25-19 e 25-23.

Depois de atingir Murilo e quase provocar o corte de Maurício Souza, o fantasma das lesões voltou a assombrar os donos da casa: primeiro, Ricardo Lucarelli sentiu a coxa. Depois, foi a vez de Lipe ter dores na lombar. Se com os dois em boa forma as dificuldades na recepção brasileira já eram evidentes, o drama dos torcedores ficou ainda maior nessas quartas. A Argentina bem que tentou explorar isso com um saque potente, mas também teve sua dose de má sorte, quando seu principal jogador, Facundo Conte, sofreu uma torção no tornozelo e foi mais um a jogar no sacrifício.

A derrota para a China e a necessidade de olhar adiante

A sorte do Brasil é que ainda pode contar com Serginho. É verdade que o líbero já viveu tecnicamente momentos melhores, mas ele tem exercido um papel fundamental na seleção nesta Olimpíada. Além de ser um líder, o veterano ainda conseguiu cobrir bem a linha de passe prejudicada pelas lesões dos companheiros. No ataque, Wallace voltou a chamar a responsabilidade, como já havia ocorrido contra a França. É ansioso e toma bloqueios desnecessários por isso, mas fez quase um set inteiro em pontos nesta quarta (17). Não fosse por ele, provavelmente a equipe não teria chegado entre as quatro melhores.

Lucarelli Argentina

Lucarelli precisou voltar no sacrifício após Lipe sentir dores

O público que compareceu a um Maracanãzinho que tinha clima de clássico de futebol no Maracanã viu ainda a seleção masculina ter força mental suficiente para sair do buraco que se colocou no tenebroso segundo set, quando errou tudo a que tinha direito e foi atropelada pelos rivais. No intervalo antes da terceira parcial, os jogadores se reuniram em uma rodinha e conversaram bastante. Não sei o que falaram, mas foi notório como a intensidade e a concentração dali em diante foram outras.

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Quanto a você, torcedor, prepare-se: tudo indica que as emoções estão longe de acabar. Tradicionalmente uma força no saque, a Rússia vai tentar explorar as dificuldades cada vez maiores do Brasil no passe. Também será necessário desafogar Wallace, que dificilmente dará conta de superar sozinho um time que conta com Artem Volvich e Maxim Mikhaylov, os dois melhores bloqueadores da competição até o momento. Complicado? Bastante, mas longe de ser impossível.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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