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Castiglione não esconde ansiedade: “Tenho vontade de jogar contra o Brasil”

Sidrônio Henrique

28/07/2016 15h00

"Voltar a um país onde já joguei me deixa muito contente" (fotos: FIVB)

Aos 30 anos, a levantadora titular da Argentina, Yael Castiglione, vai realizar um antigo sonho perto de velhos conhecidos, os torcedores brasileiros. Pela primeira vez o vôlei feminino da Argentina vai participar da uma Olimpíada, justamente no Rio de Janeiro. "Sei como os brasileiros sentem o voleibol e me recordo como fui bem recebida desde o primeiro dia que estive lá. Estou ansiosa para chegar. Tenho muita vontade de jogar contra o Brasil ali, pois o Maracanãzinho é especial", afirma a atleta de 1,83m, que atua na liga polonesa, mas que de 2013 a 2015 jogou na Superliga, primeiro pelo Maranhão, depois no Rio do Sul.

As Panteras – como são chamadas as atletas da seleção de vôlei no país vizinho – desembarcaram na manhã desta quarta-feira (27), em São Paulo, e de lá seguiram para Campinas, onde ficarão concentradas, treinando no ginásio Taquaral. A equipe fará dois amistosos contra a seleção sub20 do Brasil no local, nesta sexta-feira, às 19h30, e no sábado, às 17h, ambos abertos ao público – os ingressos podem ser trocados no ginásio por alimentos não-perecíveis. No dia 2 de agosto, seguem para o Rio de Janeiro. O time está no grupo A da Olimpíada e terá como adversários, pela ordem, Rússia, Brasil, Coreia do Sul, Camarões e Japão.

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Com a ajuda da jornalista argentina Sol Didiego, do site Somos Vóley, o nosso blog encaminhou três perguntas para Yael Castiglione, na despedida das Panteras, nesta terça-feira (26), no centro de treinamento mantido pelo governo federal, em Buenos Aires.

Saída de Rede – Como você se sente voltando a jogar diante da torcida brasileira, contra o Brasil e ainda mais numa Olimpíada?
Yael Castiglione – Pensar que vou jogar no Brasil me traz muita felicidade, voltar a um país onde já joguei me deixa muito contente. Sei como os brasileiros sentem o voleibol e me recordo como fui bem recebida desde o primeiro dia que estive lá. Estou ansiosa para chegar. Tenho muita vontade de jogar contra o Brasil ali, pois o Maracanãzinho é especial. Não é fácil jogar como equipe da casa, muito menos como visitante naquela atmosfera, mas estou confiante que podemos fazer uma boa partida, ainda que a seleção brasileira seja muito forte.

Yael conversa com sua reserva, Clarisa Sagardia, durante aquecimento

Saída de Rede – Por ser levantadora, te preocupa a fragilidade da linha de passe, evidente na Copa do Mundo 2015 e também este ano, no Grand Prix e na Copa Pan-Americana?
Yael Castiglione – O passe é algo no qual temos trabalhado diariamente. Eu diria que está mais ligado a forma como nos organizamos e nos comunicamos em quadra do que com algum aspecto técnico. Já vi nossa linha de recepção render mais e na Copa Pan-Americana, por exemplo, que foi nosso último torneio, não estivemos muito bem. Da minha parte, tento sempre a melhor solução para compensar, caso receba um passe B ou C. Mas se confiamos em quem está ao nosso lado, tudo flui melhor.

Saída de Rede – Quando entrevistamos a central Mimi Sosa, ela nos disse que vocês têm como objetivo derrotar pelo menos uma das equipes asiáticas no Rio. Um eventual triunfo sobre alguma delas, somado a uma vitória diante de Camarões, provavelmente garantiria a classificação da Argentina para as quartas de final. Ganhar do Japão ou da Coreia do Sul é um sonho ou uma possibilidade?
Yael Castiglione – Não temos muita experiência em enfrentar seleções asiáticas. O jogo rápido praticado por elas faz com que precisemos de um tempo de adaptação até nos acostumarmos ao estilo que elas utilizam. Porém, se formos capazes de colocar em prática nosso jogo, respeitando nossa estrutura tática, o resultado pode ser positivo para a gente. Com certeza, somos capazes de complicar qualquer partida. Acredito que estamos mais próximas do nível do jogo da Coreia do Sul do que daquele apresentado pela seleção do Japão, então acho que podemos fazer uma boa partida contra as sul-coreanas.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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