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Brasil vai da derrota acachapante no primeiro set à virada contra Bélgica

João Batista Junior

25/06/2016 12h56

A seleção brasileira sofreu no primeiro set, mas saiu de quadra com a vitória diante da Bélgica (fotos: FIVB)

A seleção brasileira sofreu no primeiro set, mas saiu de quadra com a vitória diante da Bélgica (fotos: FIVB)

 

Depois do primeiro set deste sábado, é difícil imaginar que o voleibol das brasileiras tenha mais algum degrau para descer este ano. Na vitória por 3 sets a 1 sobre a Bélgica (13-25, 25-19, 25-16, 25-18), em Ancara, pelo Grand Prix, não sobressai o resultado, já que vencer as belgas no vôlei é obrigatório, e sim, a bisonha primeira parcial que o Brasil perdeu.

O saque de Van Gestel foi responsável pela boa vantagem da Bélgica no começo do jogo

O saque de Van Gestel foi responsável pela boa vantagem da Bélgica no começo do jogo

Não há muito o que falar de quem que abre uma partida contra um time do nível técnico da Bélgica perdendo por 9 a 0. Em apenas 5min16s, com direito a um pedido de tempo de Zé Roberto e ao tempo técnico do oitavo ponto, a seleção bicampeã olímpica sofreu nada menos que nove pontos das belgas.

A ponteira Celine Van Gestel sacou sete vezes sobre Fernanda Garay, uma vez sobre Camila Brait e outra contra o passe de Jaqueline, a mesma linha de recepção do Mundial de dois anos atrás, para obter uma vantagem abismal, e que, depois, ficou ainda maior (parcial de 16-13 para as europeias no restante do set).

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Não é o caso de comparar esse confronto com a virada na final de Londres 2012. Primeiro, porque a Bélgica está muito, mas muito longe de ser a seleção dos EUA. Segundo, porque a equipe que aplicou um 25-13 neste sábado (e também tirou um set do Brasil na semana passada), é a mesma que perdeu seus seis primeiros jogos no GP. E terceiro, porque três semanas atrás, em Montreux, perdeu para uma seleção basicamente sub-23 do Brasil por 3 a 0.

O time de Lise Van Hecke, Freya Aelbrecht, Charlotte Leys não teve muita chance contra Paula Borgo, Rosamaria, Naiane, Gabi Souza, Laís. Então, como venceu um set arrasador contra Jaqueline, Dani Lins, Thaisa, Brait, Garay?

A ressalva vem de uma informação da CBV: o Brasil, no Grand Prix, tem se dedicado com afinco à musculação, já que o objetivo é a Rio 2016. Mas como o time apresenta tão pouco contra a Bélgica? Como apresenta tão pouco em oito compromissos no GP?

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O time
Da equipe que vem jogando no Grand Prix, o técnico Zé Roberto substituiu Léia, Fabiana, Natália e Sheilla por, respectivamente, Camila Brait, Juciely, Jaqueline e Tandara – as duas últimas, titulares pela primeira vez no torneio.

A entrada de Jaqueline e a volta da líbero Camila Brait (Léia foi titular em três dos últimos quatro jogos) não melhoraram muito o passe, pois a maior parte dos saques adversários foram para Fernanda Garay. A diferença é que, passado o furacão da primeira parcial, o jogo entrou no normal de um Brasil vs. Bélgica e o ataque brasileiro apareceu.

Juciely, mais uma vez, aproveitou bem a oportunidade que teve. Disputando, teoricamente, com Adenízia a terceira vaga no time olímpico, a central marcou 12 pontos, sendo dois em aces, quatro no bloqueio e seis no ataque (50% de aproveitamento, a atacante mais eficiente do Brasil na partida).

Tandara teve bom aproveitamento de ataque neste sábado

Tandara teve bom aproveitamento de ataque neste sábado

Jaqueline e Tandara foram as maiores pontuadoras do Brasil no confronto – 17 anotações da ponteira, 13 da oposta.

Tandara fez dez pontos de ataque em toda a partida, terminando com aproveitamento de 38,4% nas cortadas. Contudo, do segundo set em diante, foram nove pontos dela nesse fundamento em 17 tentativas, o que lhe conferiu 53% de eficiência nos sets da virada.

O Brasil está classificado para as finais do Grand Prix, que serão disputadas entre os dias 6 e 10 de julho, em Bangcoc. No domingo, a seleção encerra a participação na fase classificatória a partir das 11h30, pelo horário de Brasília, contra a Turquia.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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