Em jogo de muitos altos e baixos, Campinas espanta má fase e vence o Sesc
Janaína Faustino
24/11/2019 00h02
Time de Horacio Dileo quebrou a invencibilidade do time carioca na Superliga (Foto: Marcos Ribolli/Vôlei Renata)
Uma das equipes mais renovadas e de maior investimento para a temporada 2019/2020, o Sesc-RJ, comandado por Giovane Gávio, recebeu o vice-campeão paulista Vôlei Renata, do argentino Horacio Dileo, neste sábado (23), em confronto válido pela quarta rodada do primeiro turno da Superliga masculina de vôlei.
E em uma partida de muitos altos e baixos, o time carioca, jogando no ginásio do Tijuca Tênis Clube (RJ), foi surpreendido pela equipe campineira. Com mais volume, os visitantes venceram o jogo no tie-break, com parciais de 24-26, 20-25, 25-22, 25-21 e 9-15. Foi o segundo resultado positivo dos paulistas, que vinham em uma fase ruim após o vice-campeonato estadual. Já o Sesc amargou a primeira derrota na competição.
A equipe da casa não começou bem o jogo. Desconcentrada, apresentou muitas dificuldades para recepcionar o saque campineiro, especialmente do habilidoso levantador argentino Gonzalez e do ponteiro Vaccari. Assim, sem o passe A, restou ao experiente armador Marlon, ex-Fiat Minas, recorrer às previsíveis bolas empinadas para as extremidades. O oposto Wallace acabou sendo a bola de segurança do Sesc neste primeiro set e em todo o duelo (ele terminou como o maior pontuador com 27 acertos).
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Os representantes do interior paulista, em contrapartida, além de colocarem bastante pressão no serviço, também se sobressaíram com boas coberturas de defesa e com disposição no ataque tanto pelo meio quanto pelas pontas. Apesar da performance instável e das falhas (foram 11 contra apenas 4 do time visitante), o Sesc conseguiu se manter próximo do rival no marcador até o final da parcial. No entanto, o Campinas mostrou mais eficiência ofensiva no momento decisivo e largou na frente.
Mais aguerrido, o Sesc buscou se recuperar na segunda parcial. Contudo, os problemas na recepção continuaram fragilizando o conjunto carioca. As falhas no sideout e no saque também comprometeram o desempenho dos comandados de Giovane Gávio. Já o Campinas seguiu com bom rendimento na virada de bola e trabalhou de maneira taticamente organizada, conjugando bem a relação bloqueio-defesa.
O técnico Giovane, então, tentou mudar o rumo do confronto lançando o talentoso levantador Matías Sanchez à quadra. Contando com uma recepção um pouco mais constante, o armador argentino teve uma boa passagem, imprimindo velocidade ao jogo e acionando mais seus centrais Flávio e Gustavão. Além disso, o time de Campinas também apresentou uma queda, cometendo erros (10 contra 5 do adversário) que foram salutares para a vitória carioca no set.
Em um jogo de muitas alternâncias, o Sesc, mais confiante, cresceu em praticamente todos os fundamentos no quarto set – principalmente no bloqueio e no ataque, com destaque para Wallace – e apresentou um jogo bem mais fluido com o levantador Sanchez em quadra. Esperava-se, assim, que os donos da casa fossem virar o jogo. No entanto, o time voltou a se desestabilizar, desperdiçando contra-ataques e se perdendo em erros bobos. Isso propiciou o crescimento adversário e foi determinante para o primeiro revés dos cariocas na Superliga.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.