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Saque desequilibra e Taubaté fica a um passo da final

Janaína Faustino

10/04/2019 06h00

Time de Renan Dal Zotto precisa ter cautela para que não se repita o que aconteceu na temporada passada, quando a equipe conseguiu abrir 2 a 0 na semi, mas acabou superada pela Raposa (Fotos: Rafinha Oliveira/EMS Taubaté Funvic)

Reeditando a fase semifinal da temporada passada, o EMS Taubaté Funvic derrotou novamente, nesta terça-feira (9), no ginásio do Abaeté, em Taubaté (SP), o atual campeão Sada Cruzeiro por 3 sets a 2, com parciais de 25-15, 19-25, 16-25, 29-27 e 15-12. Com isso, o time de Renan Dal Zotto abriu 2 a 0 na série melhor de cinco da Superliga masculina, ficando a uma vitória da grande decisão.

O início do confronto deu a impressão de que o time da casa teria o mesmo desempenho do primeiro jogo, quando saiu da casa do rival, em Contagem (MG), com uma vitória relativamente tranquila por 3 sets a 1. Taubaté começou a partida em ritmo acelerado e se impondo com ótimo volume de jogo diante dos atuais campeões nacionais.

O saque foi o grande trunfo da equipe do interior paulista para desestabilizar a linha de recepção e minar o ataque cruzeirense. A diferença de dez pontos no marcador e o fato de o ponteiro norte-americano Taylor Sander, um dos pilares ofensivos do time celeste, ter terminado a primeira parcial sem marcar nenhum ponto, dão a ideia do que foi o desempenho de Taubaté no set inaugural.

Depois do massacre na primeira parcial, contudo, o Cruzeiro, mais agressivo, buscou a reação e cresceu no jogo, especialmente nos dois sets seguintes, que a equipe conseguiu dominar ao utilizar bem o saque, a mesma arma que tinha feito a diferença na estratégia ofensiva de Taubaté.

Além disso, evoluiu também no sideout (de 7 pontos marcados no ataque no primeiro set, por exemplo, a Raposa pulou para 18 no segundo). Aliás, o maior pontuador do jogo foi o oposto Evandro, com 19 acertos.

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Com o confronto mais equilibrado, os times passaram a alternar bons e maus momentos, tendo o fundamento como o grande termômetro ao longo do duelo. Um aspecto que acabou chamando a atenção negativamente para a partida foi a imensa quantidade de erros (grande parte deles justamente de saque): 40 do Cruzeiro contra 37 de Taubaté.

Assim, a vitória do time do Vale do Paraíba acabou sendo construída nos detalhes. Entre eles, as mudanças do técnico Renan, que deslocou o ponta argentino Facundo Conte para a saída de rede e colocou Douglas Souza na partida, dando mais estabilidade à linha de passe e poder de fogo ao ataque.

Aliás, vale sublinhar o crescimento da equipe sob o comando do técnico da seleção brasileira. Mais disciplinado e disposto taticamente, o time ganhou "corpo" e progrediu também no sistema defensivo que, especialmente no primeiro jogo, teve papel muito relevante em toda a engrenagem.

Por outro lado, os erros na linha de passe e no sistema defensivo do time de Marcelo Mendez também contribuíram para a ampliação da vantagem de Taubaté. O líbero Serginho falhou em momentos-chave do confronto e algumas bolas caíram com facilidade no lado cruzeirense, prejudicando a construção de contra-ataques.

Outro aspecto que precisa ser melhorado na equipe mineira é o desempenho do levantador Cachopa, que continua demonstrando dificuldades nas bolas rápidas com o central francês Le Roux – que pouco pontua no ataque – além de apresentar alguma imprecisão na distribuição e nos levantamentos para as extremidades.

É importante frisar, entretanto, que nada está decidido na semi. Apesar da vantagem paulista, a Raposa, conforme mencionado, reverteu o placar de 2 a 0 contra o mesmo Taubaté na temporada passada, avançou à final e se sagrou hexacampeão da Superliga.

Levantador Cachopa ainda não conseguiu o entrosamento ideal com o central Le Roux

Em entrevista ao SporTV, o ponteiro Felipe disse que o fator casa pode fazer a diferença neste momento. "Não tem nada decidido ainda. No ano passado, saímos de um resultado de 2 a 0 e temos tudo para reverter isso. Agora é chegar em casa, diante da nossa torcida, com a força do time, e buscar um resultado positivo", colocou.

"No ano passado a gente tinha um time que jogou muito tempo junto. Com essa mescla, tem diferença de jogadores, cada um com suas qualidades e seus defeitos. Mas a nossa equipe está pronta para enfrentar esse tipo de desafio. Os mais novos que estão jogando, Cachopa, Rodriguinho, os que chegaram de fora, tanto o Le Roux quanto o Sander. (…) Não há mais tempo para pensar em nada e nós vamos buscar esse resultado", complementou o jogador mineiro, se referindo à partida do próximo sábado (13), que será um jogo de vida ou morte para o time na série.

O ponteiro Lucarelli, de Taubaté, que anotou 13 pontos e foi eleito o melhor do jogo, ressaltou o equilíbrio da partida. "A equipe do Sada Cruzeiro é muito qualificada. Eles começaram a imprimir um ritmo de saque muito intenso e a gente sofreu bastante com isso. Mas, a gente começou a sacar com mais consciência e bloqueamos um pouco melhor no quarto e quinto sets. Então acho que esse jogo alternou muito por isso, por serem duas equipes com muita qualidade", explicou.

Por conta das fortes chuvas no Rio de Janeiro, o outro confronto da fase semifinal, entre Sesc-RJ e Sesi-SP, foi transferido para esta quarta-feira (10), às 16h30 (horário de Brasília), no ginásio do Tijuca, com transmissão do SporTV2.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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