Renan sobre o desafio de assumir Taubaté: "Ninguém veio pra fazer milagre"
Carolina Canossa
26/02/2019 06h00
Técnico da seleção masculina, Renan admitiu que ficava incomodado de não trabalhar também em clubes (Foto: Renato Antunes/Maxx Sports)
"Paixão por estar ali na quadra". Foi esta a justificativa que Renan Dal Zotto deu quando questionado sobre o que o levou a aceitar o convite para assumir a equipe da EMS Taubaté Funvic no meio da temporada 2018/2019, substituindo o argentino Daniel Castellani. Também responsável pela seleção brasileira masculina, o técnico revelou que se sentia incomodado por não trabalhar em um clube.
"Quando recebi o convite aqui, levei o assunto à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e eles na hora disseram que seria bom para o voleibol. Será um ano intenso, mas gratificante. Claro que depende uma engrenagem adequada, como acontecia com o Bernardinho (ex-técnico da seleção masculina, que também trabalha no Sesc-RJ feminino) e acontece com o Zé Roberto (treinador da seleção feminina e do Hinode Barueri). Não vejo problema algum. O importante é o discernimento de ter foco no clube quando estou no clube e na seleção quando estou na seleção", afirmou o técnico.
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Renan não perdeu tempo e assumiu o time nesta segunda-feira (25). Ele já comandará a equipe do Vale do Paraíba no jogo de quinta (28), contra o São Francisco Saúde/Vôlei Ribeirão, pela Superliga.
Para poder exercer as duas funções com tranquilidade, Renan contará com a ajuda dos auxiliares Mauricio Thomas, que chega com ele a Taubaté, e Marcelo Fronckowiak, com quem já trabalha na seleção brasileira.
"O Maurício vai ser meu braço direito aqui dentro", afirmou o treinador, deixando claro quem será seu substituto nos momentos de ausência. Sobre a seleção, ele diz já ter o trabalho para a temporada 2019 esquematizado. "A convocação sai dois dias depois do último jogo da final da Superliga, onde espero estar com Taubaté. Nesse momento, o Marcelo começará o trabalho com os mais jovens e depois me apresento para darmos sequência com o trabalho para a Liga das Nações", explicou.
SEM MILAGRES
Ao falar sobre o desafio em Taubaté, cujos resultados abaixo do esperado para o investimento resultaram na demissão de Castellani, Renan preferiu a cautela.
"Ninguém veio pra fazer milagre. O esporte é um trabalho de construção, de dia a dia. A gente até vê isso de trocar de técnico e dar resultados acontecer no futebol, mas é por um período pequeno. Acredito em trabalho, planejamento e foi isso o que me provocou a assumir esse desafio. Teremos um tempo bom, com a parada do Carnaval, para treinar muito e encontrar o melhor padrão para essas peças que temos. O mais importante é tentar tirar o melhor de cada um", analisou.
Para o treinador, o grande problema do trabalho de Castellani foi a oscilação.
"Tenho uma admiração grande pelo Daniel, que é também meu amigo pessoal e um profissional competente com uma filosofia de trabalho que talvez não tenha conseguido traduzir em resultados visíveis. Houve coisas boas, como o fato de o time estar em terceiro na Superliga, uma competição equilibrada, mas talvez tenha oscilado um pouco e temos que tentar entender o que aconteceu", destacou.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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