Egonu brilha de novo e Conegliano, da Itália, é campeão mundial feminino
Carolina Canossa
08/12/2019 11h01
Paola Egonu foi o grande nome da partida, mas contou também com boas atuações de suas companheiras de equipe (Fotos: Divulgação/FIVB)
Chegou ao fim o domínio da Turquia no Mundial feminino de clubes de vôlei: depois de quatro temporadas em que as milionárias equipes do país euro-asiático levantaram a taça da competição, neste domingo (8) o Conegliano, da Itália, faturou o título pela primeira vez na sua história ao bater o Eczacibasi por 3 sets a 1, parciais de 22-25, 25-14, 25-19 e 25-21.
A conquista foi marcada por mais uma grande atuação de um fenômeno do vôlei mundial, a oposta Paola Egonu, responsável por nada menos que 33 pontos. Prestes a completar 21 anos no próximo dia 18 de dezembro, a jovem italiana desequilibrou o jogo com seus ataques potentes e saques poderosos. Desta forma, fez valer todo o esforço e investimento feito pelo Conegliano para tirá-la do rival Novara, onde foi campeã europeia em maio, na última abertura do mercado.
Mas Egonu não brilhou sozinha: a levantadora polonesa Joanna Wolosz também teve grande atuação, com jogadas precisas e consciência tática na maior parte do duelo, acionando bem as centrais Robin De Kruijf e Raphaela Folie quando foi necessário desafogar o jogo pelas extremidades. A ponteira americana Kimberly Hill também fez um importante trabalho na recepção, enquanto a líbero italiana Monica De Gennaro conseguiu defesas importantes, que irritaram o ataque adversário.
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A vitória da equipe italiana, aliás, só não se deu em três sets porque o time conseguiu tomar uma virada incrível na primeira parcial, quando chegou a estar vencendo por 16-08. Na ocasião, a brasileira Natália iniciou a reação do Eczacibasi com uma ótima sequência de saques para cima de Miryam Sylla, acabando por acordar a oposta sérvia Tijana Boskovic e a ponteira sul-coreana Kim, que entraram no modo "rolo compressor" com ótimos ataques e aces importantes.
No entanto, o time comandado pelo técnico brasileiro Marco Aurélio Motta não conseguiu manter o mesmo nível no restante da partida e ainda "facilitou" a vida do rival com um excesso de erros (foram 23 pontos cedidos de graça). Sendo assim, perdeu a chance de chegar ao terceiro título e se igualar ao rival VakifBank como maior campeão mundial de clubes da história. O Conegliano, por sua vez, coloca novamente a Itália no ponto mais alto da competição, algo que não acontecia desde 1992, quando o Il Messaggero Ravenna bateu o brasileiro Minas na decisão.
A importância de Egonu no Conegliano pôde ainda ser vista nas estatísticas de pontuação: atrás dela, com seus 33 pontos, apareceu Folie e Hill, com 11 cada. Boskovic também conseguiu bons números pelo Eczacibasi, terminando a partida com 24 pontos, sete a mais que Natália.
MINAS, QUINTO, É O MELHOR TIME BRASILEIRO
Os dois times brasileiros na competição entraram em quadra nesta madrugada para decidirem a quinta colocação. E quem se deu melhor foi o Itambé Minas, que bateu o Dentil/Praia Clube no tie-break, com parciais de 25-18, 14-25, 25-18, 22-25 e 15-09.
O duelo não só representou a "vingança" do Minas sobre o rival regional, de quem já havia perdido os títulos do Campeonato Mineiro e da Supercopa nesta temporada, como também marcou a melhor atuação da ponteira americana Deja McCledon desde sua chegada à equipe de Belo Horizonte: 23 pontos. Destaque também para a central Thaisa, que fez oito de seus 18 pontos no bloqueio.
"Não ganhamos medalha, mas acabou sendo um grande resultado e um reconhecimento dos nossos esforços. Melhoramos e crescemos a cada dia. Agora, vamos voltar ao Brasil, onde uma longa temporada nos espera. Tomara que a gente continue a evoluir", comentou Nicola Negro, técnico do Minas.
VAKIFBANK, DE GABI, FICA COM O BRONZE
Já na disputa pelo terceiro lugar, o Vakifbank Istambul superou o Novara, da Itália, com parciais de 26-24, 25-23 e 25-21. Campeão mundial em 2013, 2017 e 2018, o time turco teve uma grande atuação da oposta sueca Isabelle Haak, que terminou com 23 pontos e 71% de aproveitamento no ataque.
Única brasileira em quadra, a ponteira Gabi não foi tão bem: com apenas seis pontos, ela acabou sendo substituída por Ismailoglu ainda no segundo set e não voltou mais para quadra na terceira parcial. Pelo Novara, a Sérvia Brakocevic foi a maior pontuadora, com 14 acertos.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.