Para Nicola Negro, será difícil Minas repetir façanha do Mundial 2018
Carolina Canossa
28/11/2019 06h00
Técnico do Itambé Minas, Nicola Negro prevê muitas dificuldades para a equipe no Mundial de Clubes feminino (Fotos: Orlando Bento/MTC)
Uma temporada quase perfeita. Este foi o comentário mais ouvido tanto entre os profissionais de imprensa quanto entre os fãs de vôlei para classificar o momento vivido pelo Itambé Minas em 2018/2019. Hegemônico, o tradicional clube da capital mineira ganhou praticamente tudo: Estadual, Superliga feminina, Sul-Americano e Copa Brasil. O único troféu que faltou para a galeria foi o do Mundial de Clubes, torneio em que a equipe ficou com a prata ao perder a decisão para o turco VakifBank.
E é justamente para a competição que se inicia na próxima terça-feira (3), em Shaoxing, na China, que o Minas se volta agora. Na chave A, o campeão brasileiro terá um reencontro exatamente com Natália, ponteira que brilhou com a equipe no torneio e que hoje é um dos destaques do turco Eczacibasi. Cabe lembrar que, naquela oportunidade, as europeias foram batidas pelas minastenistas na semifinal e, seguramente, buscarão dar o troco no adversário.
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Além do poderoso Eczacibasi, o conjunto belo-horizontino ainda enfrentará o chinês Guangdong Evergrande e o fortíssimo Conegliano, atual campeão italiano e vice da Champions League. A questão é que o momento por que passa o Minas atualmente é outro. Além de Natália, daquele grupo vitorioso também saíram o técnico italiano Stefano Lavarini, grande responsável pela guinada do time no cenário nacional, e Gabi, reforço do VakifBank.
Para a difícil reposição, o clube trouxe o técnico Nicola Negro, compatriota de Lavarini que dirigia o Trentino Rosa na segunda divisão local, e as pontas Deja McClendon (norte-americana) e Roslandy Acosta (venezuelana). As estrangeiras ainda não conseguiram fazer a diferença na entrada de rede minastenista neste começo de temporada. O treinador, entretanto, acredita na evolução da dupla.
"É um time diferente. No ano passado a equipe jogava muito com a Natália e a Gabi nas pontas, que são duas atletas de primeiro nível. Nesse ano, temos a experiência da levantadora Macris e da líbero Leia. Sem falar na Carol Gattaz e na Thaísa, duas centrais muito fortes e espertas. E temos na entrada de rede duas jogadoras novas e com enorme potencial de crescimento", observou Nicola Negro.
Adotando um discurso otimista, porém, realista, o técnico disse que essa será a edição mais dura do campeonato. "Claro que vamos para a China com a intenção de fazer o máximo e alcançar o melhor resultado possível. Mas, honestamente, acho que chegar ao pódio esse ano será mais difícil do que na temporada passada porque o nível do Mundial será alto como nunca visto antes", ponderou.
"Serão oito times representando as quatro melhores ligas do mundo: Itália, Turquia, Brasil e China. Acredito que o Conegliano chega como favorito ao lado dos dois times turcos e do chinês Tianjin, que é uma equipe que se reforçou também com algumas jogadoras da seleção chinesa", acrescentou.
O jogo de estreia do Minas será na mesma terça-feira (3) contra o Guangdong Evergrande, que tem no plantel atletas mundialmente conhecidas, como a russa Tatiana Kosheleva, ex-Sesc-RJ, e a búlgara Dobriana Rabadzhieva.
*Colaborou Janaina Faustino
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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