Coreia vence e destrói meta do Brasil chegar ao pódio na Copa do Mundo
Janaína Faustino
28/09/2019 01h11
Nesta sexta-feira (27), a seleção brasileira feminina de vôlei deu adeus ao bronze na Copa do Mundo do Japão. Vindo de três triunfos consecutivos – o último foi contra Camarões -, a equipe de José Roberto Guimarães, com um desempenho ruim especialmente no passe, perdeu para as sul-coreanas por 3 a 1 (25-23, 18-25, 25-20 e 25-21) na cidade de Osaka.
Deste modo, com o novo revés – o quarto na competição – e a vitória da Rússia, que bateu o Quênia em sets diretos na madrugada deste sábado (28), com parciais de 25-16, 25-21 e 25-22, o Brasil chega ao fim do torneio sem nenhuma medalha. A oposta Nataliya Goncharova foi a maior pontuadora do cotejo com 25 acertos.
Já a China venceu a Sérvia também por 3 a 0 (25-14, 25-21 e 25-16) e levou o quinto título da Copa do Mundo com uma rodada de antecedência, superando Cuba, que segue com 4 ouros. Ting Zhu foi o destaque do jogo com 18 bolas no chão.
Em relação ao jogo do Brasil contra a Coreia do Sul, diferentemente do confronto contra Camarões, o técnico Zé Roberto optou por iniciar a partida com a central Bia e a líbero Leia. O restante da base permaneceu o mesmo com Mara, Macris, Amanda – que tem se revezado com Drussyla no torneio -, Gabi e Lorenne. A meio de rede Fabiana, a levantadora Roberta e a oposta Sheilla também entraram no jogo.
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As comandadas de Stefano Lavarini, treinador italiano que ganhou tudo na última temporada com o Itambé Minas, fizeram um primeiro set bastante equilibrado contra as brasileiras, já indicando o que viria pela frente. A partir de metade da parcial, elas abriram uma margem no placar, apostando em um saque que desajustou a recepção verde e amarela. O bloqueio sul-coreano também foi mais eficiente, tocando na maioria das bolas.
Do outro lado da quadra, o Brasil esteve inoperante no saque, facilitando a distribuição da jovem armadora Dayeong Lee. A virada de bola e o aproveitamento nos contra-ataques também custaram a engrenar nesta primeira parcial. O septeto brasileiro ainda diminuiu a diferença de 24 a 19 na reta final, mas um erro no serviço da armadora Macris deu a vitória às rivais no set (ao total, foram 6 falhas das bicampeãs olímpicas contra 3 do adversário).
No jogo de paciência, velocidade e muito volume tão característicos da escola asiática, a seleção retornou mais agressiva tanto no saque quanto no ataque. E foi justamente o bom rendimento no serviço e nas ações ofensivas que determinou o empate no duelo. A ponta Drussyla entrou na partida no lugar de Amanda e esteve bem mais efetiva no sideout, variando os golpes e quebrando a estrutura de defesa adversária. A Coreia do Sul, por outro lado, sentiu o crescimento brasileiro e não manteve o nível da primeira etapa. Além disso, passou a errar muito mais – foram 7 falhas na somente na segunda parcial.
O saque asiático, entretanto, voltou a incomodar muito o passe brasileiro no terceiro e no quarto sets. E foi através deste fundamento que as sul-coreanas mudaram completamente o rumo do confronto – os 7 aces marcados evidenciam a superioridade do rival. Desestabilizada e desconcentrada, a seleção precisou se virar no ataque especialmente com as bolas altas pelas extremidades com Gabi e Drussyla – que, mal na recepção, acabou cedendo outra vez o lugar à Amanda no último set – na entrada e Lorenne na saída.
Desta maneira, as falhas na recepção e nas tomadas de decisão nas ações ofensivas – além do bloqueio ineficaz – acabaram fazendo toda a diferença, propiciando a vitória da equipe do técnico Lavarini, que viu seu time crescer ainda mais em confiança, no volume de jogo e no ataque – tanto que os times terminaram a partida empatados em 65 pontos no sideout.
Os nomes do jogo foram a ponta Koung Kim, maior estrela do time, com 25 acertos, e sua colega de posição Jaeyeong Lee, que marcou 20 vezes. Pelo lado brasileiro, as maiores pontuadoras foram Lorenne e Gabi, que tiveram 23 e 14 acertos. As brasileiras voltam à quadra na madrugada deste domingo (29), às 2h, apenas para cumprir tabela contra a seleção russa.
*Atualizado às 7h49
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.