Fundamental em Taubaté, Dal Zotto responde críticos com título da Superliga
Carolina Canossa
12/05/2019 06h00
Se há uma unanimidade na conquista inédita da EMS Taubaté Funvic na Superliga masculina, ocorrida já no início da madrugada deste domingo (12), ela atende por Renan Dal Zotto. Todos os jogadores do elenco campeão fizeram questão de ressaltar a importância do treinador da seleção brasileira masculina na campanha da equipe que, em diversos momentos da temporada, parecia fadada ao fracasso.
Renan chegou a Taubaté no fim de fevereiro e, junto de sua comissão técnica, encontrou um time instável, sem base titular e com jogadores rendendo abaixo do esperado. A saída do técnico Daniel Castellani, que não tinha o melhor dos relacionamentos com o elenco, aconteceu logo após a decepcionante quarta colocação na Libertadores do vôlei, onde o time jogou em casa. Chamado após uma passagem interina do diretor Ricardo Navajas no cargo, o treinador deu um padrão de jogo e extraiu todo o potencial de um grupo forte, mas que estava perdido.
Na trajetória rumo ao título da Superliga, Renan não só acabou com a hegemonia do supercampeão Sada Cruzeiro como também superou o forte Sesi, que chegou à final na condição de melhor time do torneio. Tamanho sucesso é simbólico para Dal Zotto, que foi alvo de críticas quando, em janeiro de 2017, aceitou o convite para substituir Bernardinho no comando da seleção mesmo estando há oito anos longe da função de treinador.
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"Esse é um questionamento que sempre surge, mas eu não fui para uma colônia de férias nesse tempo. Eu trabalhei como diretor das seleções brasileiras por três anos, sempre com o Bernardo e o Zé Roberto. Talvez tenha sido uma oportunidade de MBA que ninguém teve", brincou o treinador, que também trabalhou na gestão do time da Cimed, tricampeão brasileiro entre as temporadas 2007/2008 e 2009/2010 (antes, em 2006, Renan já havia levado a equipe catarinense ao título da Superliga como treinador).
Para Renan, o período como executivo foi fundamental para a nova conquista da Superliga. "A gente conhece voleibol e uma das coisas mais importantes é gestão de pessoas , algo ao qual essa oportunidade que eu tive fora das quadras me agregou muito", destacou.
ELOGIO A CASTELLANI
Renan ainda fez questão de agradecer publicamente seu antecessor em Taubaté.
"Eu não peguei um time do zero, mas sim um grupo que já estava rodando, com poucas derrotas e uma estrutura montada. Tivemos um ponto de partida e, por isso, agradeço publicamente ao Daniel Castellani pelo trabalho deixado", afirmou o técnico. Ele ressaltou não quis saber que tipo de problemas havia no time antes de sua chegada. "Eram problemas internos que eu me recuso a conhecer, passei uma régua. Só sei que recebi esses garotos em boas condições, em forma e foi fácil levar a outro patamar", garantiu.
De acordo com o treinador, foi justamente o gosto por desafios que o fez aceitar a proposta no Vale do Paraíba. "Tem duas coisas que me alimentam demais: os desafios e a pressão. Isso é o que me dá vontade de levantar de manhã e preparar o treinamento, planejar o mês", assegurou, lembrando que o mesmo aconteceu na seleção, onde, em 2018, conquistou a prata no Campeonato Mundial. "Muitos falaram que eu era maluco e realmente eu fui um pouco, pois era para substituir o Bernardo, um cara que ninguém vai repetir o que ele fez. E está indo legal", comemorou.
Falando em seleção, Dal Zotto mal terá tempo para comemorar sua mais recente conquista: na segunda (13), ele já se apresenta no Centro de Treinamento de Saquarema para iniciar a temporada 2019 do time nacional, um dia depois de também passar por Taubaté para acertar as bases da temporada 2019/2020, quando tentará o bi da Superliga.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.