Milionário, Sesc-RJ chega às portas dos playoffs da Superliga em crise
Carolina Canossa
10/03/2019 06h00
Recepção e incapacidade de jogar atrás no placar são os grandes problemas do Sesc-RJ (Foto: Luciano Belford/Divulgação Sesc-RJ)
Um mês sem vitórias e o mando de campo nos playoffs em risco real. Esta é a situação do Sesc-RJ, um dos times que mais investiram na Superliga masculina, às vésperas do início do mata-mata da principal competição de clubes do Brasil. O revés por 3 a 1 diante do Sada Cruzeiro sofrido na noite deste sábado (9) foi mais um resultado decepcionante para a equipe comandada por Giovane Gávio, especialmente considerando-se o elenco ali presente.
Desde a complicada vitória no tie-break sobre o lanterninha São Judas Vôlei em 9 de fevereiro, o Sesc foi superado por Fiat/Minas (1-3), EMS Taubaté Funvic (2-3), Vôlei Um Itapetininga (1-3), Sesi (1-3) e Sada Cruzeiro (1-3) – no meio do caminho, o clube ainda foi atropelado pelo Bolivar, da Argentina, na decisão da Libertadores do vôlei. Resultado: uma queda drástica na tabela. Com 36 pontos, o time carioca entra na última rodada da fase classificatória em quarto lugar, apenas dois pontos à frente do Vôlei Renata e três do Minas, que possui um jogo a menos que os rivais.
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A boa notícia para o Sesc é que o próximo adversário, o São Francisco Saúde/Vôlei Ribeirão, não tem mais nenhuma pretensão na disputa, estando tanto distante da zona de classificação aos playoffs como das duas últimas colocações, que levariam o time para a Superliga B. Mas é bom ficar esperto: no confronto entre as equipes no fim do primeiro turno, o time do interior de São Paulo chegou a estar liderando por 2 a 1 e só foi superado por 25 a 23 no tie-break.
Com quatro jogadores da seleção brasileira principal em seu elenco (Wallace, Maurício Borges, Maurício Souza e Tiago Brendle), o Sesc tem apresentado nítidas dificuldades na recepção, além de saque inconstante e descontrole emocional quando se encontra atrás do placar. Um problema reconhecido pelo próprio Giovane Gávio. "Temos que ser mais firmes nos momentos que temos vantagem, isso vai fazer muita diferença nos playoffs, porque é um outro tipo de campeonato, onde não há espaço para erros: é vencer ou ficar pelo caminho", admitiu o treinador.
O recomeço oferecido pelos playoffs pode servir para que a péssima fase se converta apenas em uma lembrança ruim de um time cuja continuidade na próxima temporada pode estar em jogo. Mas, pelo o que vem jogando, ficar pelo caminho nas quartas diante do Vôlei Renata ou do Minas não seria surpresa para ninguém.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.