Sada Cruzeiro faz história e conquista o hexacampeonato sul-americano
Janaína Faustino
02/03/2019 22h39
Sada Cruzeiro conquistou o hexacampeonato sul-americano, ultrapassando os brasileiros Paulistano e Banespa (Fotos: Divulgação/Sada Cruzeiro)
Após uma partida em que jogou mal e precisou se superar para vencer de virada o aguerrido Obras San Juan, da Argentina, na semifinal do Campeonato Sul-Americano de Clubes, o multicampeão Sada Cruzeiro voltou a mostrar sua força. Na decisão deste sábado (2), o time celeste bateu o também argentino UPCN por 3 sets a 1 (parciais de 25-19, 25-18, 21-25 e 25-16), conquistando o hexacampeonato na competição em plena Arena Minas, em Belo Horizonte (MG).
Com o hexa, o Cruzeiro se tornou o maior vencedor da história do Sul-Americano, ultrapassando os pentacampeões Banespa e Paulistano. Além disso, manteve a recente supremacia na competição, já que triunfou nas últimas quatro edições, chegando a um total de seis títulos ((2012, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019). É importante mencionar que a equipe conquistou o 34o troféu em 44 competições disputadas – somente nesta temporada, a Raposa levou o Estadual, o tetra na Copa Brasil e, agora, a taça continental.
Em um duelo bastante nervoso, o saque foi a arma certeira para a vitória cruzeirense. Com uma variação eficiente do serviço, a Raposa quebrou a linha de passe adversária e anotou vários aces. Destaque para os ponteiros Rodriguinho, Sander (em grande atuação) e para o central Le Roux, que se saíram muito bem tanto neste fundamento quanto no ataque. O oposto Evandro também foi fundamental nas ações ofensivas em momentos cruciais do confronto.
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Neste sentido, ponto positivo na equipe de Marcelo Mendez para a evolução do entrosamento entre o armador Cachopa e o meio de rede francês. O time demonstra que vem se ajustando após a queda precoce no Mundial de Clubes e as transformações por que passou, com a saída de peças importantes, como o central Simon e o ponteiro Leal, e a chegada de novos jogadores.
Ainda sobre a final, a Raposa também mostrou consistência no bloqueio que, mesmo quando não produziu pontos diretos, amorteceu bolas importantes, gerando contra-ataques que foram bem aproveitados pelo time brasileiro. O único senão foi no terceiro set, quando a equipe se deixou envolver pela catimba argentina, perdeu a concentração e permitiu a reação do destemido conjunto rival.
No entanto, o bicampeão UPCN (vencedor do campeonato em 2013 e 2015), que diante do Fiat Minas na semi e do próprio Cruzeiro na estreia, demonstrou grande volume de jogo, conjugando perfeitamente a relação bloqueio-defesa, se sentiu intimidado pela consistente atuação mineira e pela torcida azul, que empurrou o time todo o tempo. O oposto polonês Zbigniew Bartman – que vinha sendo a bola de segurança do levantador Cavanna, ao lado dos passadores Nicolás Lazo e Guilherme Hage – não conseguiu ter o mesmo desempenho na final.
Com isso, o Cruzeiro conquistou a vaga para participar pela 8a vez do Campeonato Mundial de Clubes, competição na qual é tricampeão. O Minas, outro representante brasileiro e anfitrião do torneio sul-americano, foi derrotado por 3 sets a 1 na disputa do bronze pelo Obras San Juan, terminando na quarta posição.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.