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Sem entrosamento, Sada Cruzeiro estreia com derrota no Mundial de Clubes

Janaína Faustino

26/11/2018 20h19

Sofrendo pela falta do melhor entrosamento, time cruzeirense estreia com derrota no Mundial de Clubes (Fotos: Divulgação/FIVB)

Demonstrando muitas dificuldades em função da falta de pleno entrosamento entre os jogadores neste início de temporada, o Sada Cruzeiro sofreu bastante na estreia do Mundial de Clubes, contra o Asseco Resovia nesta segunda-feira (26), em Reszów, na Polônia, sendo derrotado pelo time polonês por 3 sets a 2, com parciais de 23-25, 25-18, 25-23, 24-26 e 17-15. Em sua sétima participação no torneio, a equipe celeste busca o tetracampeonato mundial, o primeiro fora de seus domínios.

Para esta estreia, o técnico Marcelo Mendez escalou Evandro na saída de rede, Cachopa na armação, Le Roux e Isac no meio, Rodriguinho e Sander na entrada e Serginho como líbero. Já o treinador romeno Gheorghe Cretu iniciou o jogo com o oposto Schulz, o levantador Kawika Shoji, os centrais Mozdzonek e David Smith, Mika e Rossard pela entrada de rede e o líbero Luke Perry.

Na partida válida pelo grupo B da primeira fase da competição, a equipe cruzeirense começou o duelo com a sua habitual estratégia de saque forçado, principalmente com o central Isac e o ponteiro Rodriguinho, o que dificultou o sistema de recepção polonês e a distribuição do levantador norte-americano Kawika Shoji. Destaque nesta parcial para a boa distribuição do armador Cachopa com toda a equipe, sobretudo com o passador Taylor Sander. O norte-americano esteve muito bem no ataque, marcando 6 pontos somente neste primeiro set, a mesma pontuação do oposto Evandro. A efetividade do serviço celeste, entretanto, caiu um pouco na parte final da parcial, mas o time brasileiro conseguiu fechar o set em 25 a 23 com um ataque pelo meio de Isac.

No segundo set, o time polonês equilibrou totalmente o jogo, imprimindo a mesma estratégia de saque da equipe rival, o que gerou grandes problemas à recepção cruzeirense em praticamente toda a parcial. Além disso, com o passe mais eficiente, o Asseco Resovia melhorou o seu ataque e chegou a fazer 12 a 6. O esquema defensivo europeu também passou a funcionar melhor, facilitando o trabalho do levantador Shoji, que armou diversos contra-ataques que se converteram em pontos. Pelo lado brasileiro, o levantador Cachopa, que não vinha mostrando grande insegurança, se equivocou na distribuição e na precisão de algumas bolas para o ponteiro Sander e o oposto Evandro, além de ter utilizado muito pouco as bolas de meio com o central Le Roux, que anotou 6 pontos em todo a partida (sendo apenas 2 de ataque). Deste modo, instável, a equipe celeste diminuiu a agressividade e passou a ceder pontos em excesso ao adversário. Com muita dificuldade na virada de bola e cometendo erros no saque, o Cruzeiro permitiu que o Resovia vencesse a parcial por 25 a 18, empatando o duelo.

Os 21 pontos do norte-americano Taylor Sander não foram suficientes para evitar a derrota cruzeirense

Apesar do enorme equilíbrio entre as equipes na terceira parcial, a recepção e o saque cruzeirenses continuaram apresentando muitas falhas técnicas. Assim, sem o passe na mão e pecando na precisão dos levantamentos, o levantador Cachopa teve problemas para armar as melhores jogadas com seus atacantes na rede. Em oposição, o armador Shoji seguiu com ótima variação, fazendo seu time aproveitar todos os contra-ataques, principalmente com o ponta Rossard (maior pontuador do time europeu, com 22 pontos) e o oposto Schulz. Assim, o time polonês conseguiu virar o jogo, fazendo 25 a 23.

Ainda desestabilizado na recepção e no passe, o time tricampeão mundial continuou oscilando na quarta parcial. Mesmo com a entrada do levantador Sandro, o Cruzeiro permaneceu sem conseguir grande êxito na virada de bola em função da instabilidade na recepção. Vale ressaltar que o sistema defensivo europeu, principalmente com o líbero australiano Perry, também fez um trabalho bastante eficaz, subindo bolas importantes do ataque celeste. No entanto, mesmo mantendo a estratégia de saque forçado, sobretudo com o oposto Schulz, que anotou 17 pontos em toda a partida, a equipe, que disputa pela primeira vez o Campeonato Mundial de Clubes, deixou o set escapar com um erro de ataque do ponteiro Rossard. O time mineiro conseguiu fechar o set em 26 a 24 com um bloqueio do levantador Cachopa (foram 12 pontos somente neste fundamento).

Em um tie-break bastante nervoso, o passe brasileiro melhorou, fazendo com que o levantador cruzeirense pudesse distribuir as bolas com mais eficiência para o oposto Evandro (maior pontuador da partida, com 22 acertos), e para o ponteiro Sander, que anotou 21 pontos ao total. Além disso, os jogadores do Resovia cometeram erros de saque e de ataque em momentos decisivos do jogo (ao total, foram 42 erros enquanto que o Cruzeiro cedeu 38 pontos ao rival), o que fez parecer que o Sada Cruzeiro conseguiria conquistar a vitória. Contudo, a Raposa, que chegou a ter 14 a 11, permitiu o empate adversário, não aproveitou as oportunidades e cometeu erros capitais na parte final do set: Sander se equivocou em uma largada, foi bloqueado em um levantamento baixo de Cachopa, o oposto Evandro forçou um ataque, sendo bloqueado, e ainda atacou uma bola fundamental para fora em outro momento determinante do duelo. Assim, o time europeu fechou a partida em 17 a 15.

A próxima partida da equipe cruzeirense, decisiva para a continuidade do time no campeonato, será contra o tradicional Trentino, na quarta-feira (28), às 14h30 (horário de Brasília). O SporTV2 transmitirá o jogo.

MAIS RESULTADOS

Em partida também válida pelo grupo B, o Trentino (Itália) passou com tranquilidade pelo Khatam Ardakan (Irã) por 3 sets a 0, parciais de 25-19, 25-15 e 25-19.

Já na chave A, o atual campeão Zenit Kazan (Rússia) foi surpreendido pelos compatriotas do Fakel Urengoy em cinco sets: 25-23, 26-28, 25-21, 22-25 e 15-11. O Civitanova, do levantador Bruno e do ponta Leal, bateu o Skra Belchatow (Polônia) por 25-21, 22-25, 25-21 e 27-15, com 16 pontos do atacante brasileiro e quatro do armador.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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