Egonu marca incríveis 45 pontos e Itália volta a ser o pesadelo da China
Carolina Canossa
19/10/2018 07h32
Por Daniel Rodrigues
Em semifinais de Campeonatos Mundiais, o histórico apontava uma vitória para cada lado nos confrontos diretos: triunfo chinês em 2014, enquanto as italianas saíram vitoriosas em 2002. Porém, o retrospecto recente mostrava uma superioridade das europeias nos últimos embates entre as duas equipes: uma sequência de quatro resultados positivos em cinco jogos para a Itália. Aproveitando-se deste ótimo momento, na manhã desta sexta-feira (19), a jovem seleção azzurra conseguiu derrotar a China mais uma vez e garantir-se na grande decisão do Campeonato Mundial do Japão. Com uma atuação espetacular da oposta Paola Egonu, 19 anos e responsável por colocar 45 bolas no chão (39 em ataques, 1 em bloqueio e 5 em saques), as comandadas do técnico Davide Mazzanti bateram as asiáticas por emocionantes 3 sets a 2, com parciais de 25-18, 21-25, 25-16, 29-31 e 17-15, em mais de duas horas de disputa.
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As italianas, campeãs mundiais em 2002, quando a oposta Elisa Togut foi eleita a MVP da competição, buscarão o segundo título da história do país no naipe feminino. O duelo que valerá o ouro acontece neste sábado (20), às 7h40 (horário de Brasília), e será contra as sérvias, que passaram pela Holanda também na madrugada desta sexta. Está será a primeira final da história entre dois times europeus em um Campeonato Mundial.
Com seus incríveis 45 pontos, Egonu, claro, foi o grande destaque da Itália, mas vale ressaltar também a ótima atuação da ponteira Miryam Sylla, que fez 23 e a líbero Monica De Gennaro, protagonista de belas defesas e lances de muita garra. Pelo lado da China, como de costume, Ting Zhu foi a maior pontuadora, com 26 bolas no chão, seguida pela central Ni Yan, com 17, sendo seis delas em bloqueios.
Em relação aos fundamentos, os ataques foram liderados pelas europeias com folga: 80 a 60. Nos bloqueios, as chinesas tiveram maior destaque e pontuaram 12 vezes, contra 10 das italianas, enquanto que nos aces a predominância foi do time azul, responsável por oito aces, contra sete das adversárias.
Mas o que realmente chamou e vem chamando a atenção neste torneio é a serenidade deste jovem grupo italiano, encabeçado pela craque Paola Egonu. Mesmo com uma média de idade muito baixa e com somente duas remanescentes (Cristina Chirichella e De Gennaro) do último Campeonato Mundial, em 2014, a seleção demonstra estar amadurecendo muito rápido e reconquistando seu espaço no cenário internacional. Em uma partida de tamanha tensão como a desta manhã, as jovens atletas tiveram um comportamento bastante surpreendente, não deixando-se abater nos momentos mais críticos ou após cometerem erros. A final será mais um grande teste para essa equipe, mas a excelente impressão deixada por essas jogadoras já é fato consumado.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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