Se o passe saiu ruim, bola pra Tandara que ela vira. Se a recepção foi perfeita, por que não aproveitar a grande fase da oposta também? Melhor jogadora da atual edição da Superliga feminina, a atacante do Vôlei Nestlé viveu mais uma grande noite e, com 37 pontos, garantiu a sobrevivência da equipe de Osasco na competição: 3 sets a 1 diante do Dentil/Praia Clube, parciais de 31-29, 27-25, 24-26 e 25-19.

O resultado fez com que a série melhor-de-cinco entre paulistas e mineiras válida pela semifinal da disputa ficasse empatada em 2 a 2. A decisão da vaga na final será na sexta (6), a partir das 19 horas no ginásio do Praia, em Uberlândia. O vencedor do duelo encarará o Sesc-RJ, que se garantiu na decisão ao vencer três partidas contra o Camponesa/Minas.

O brilho de Tandara foi visto logo no primeiro set, em que ela foi a opção majoritária da levantadora Fabíola e marcou nada menos que 14 pontos. Depois, o ritmo diminuiu um pouco, algumas cortadas passaram a ir para fora, enquanto outras o Praia se esforçou para defender, especialmente através de Fernanda Garay. Ainda assim, por muito pouco a brasilense não bateu o recorde do torneio (39 pontos), que atualmente divide com Tifanny Abreu.

"Soubemos nos manter focadas e acertar nos momentos decisivos. Tivemos sets com parciais muito apertadas e, nesses momentos, os erros não aconteceram. Atuamos com muita vontade e determinação. Além disso, contamos com o apoio de nossa apaixonada torcida, que sempre faz a diferença aqui no Liberatti", comentou a jogadora.

A boa notícia para o técnico Luizomar de Moura é que Tandara não foi o destaque único da equipe. As ponteiras Mari Paraíba e Angela Leyva viraram bolas importantes e serviram de desafogo tanto para Fabíola quanto para Carol Albuquerque, dificultando o trabalho do sistema defensivo do Praia. Já a central Bia conseguiu bloqueios importantes. Destaque negativo apenas para a líbero Tássia que, apesar de boas defesas, estava desatenta na recepção e permitiu aces que normalmente não cairiam.

Do lado do Praia, Fabiana e Walewska se alternaram como a bola de segurança da levantadora Claudinha, enquanto Fernanda Garay manteve o bom nível habitual – a ponteira, aliás, deu um susto nos fãs de vôlei ao se jogar nas placas de publicidade enquanto tentava salvar uma bola no 15-16 do quarto set. Com dores no abdômen, ela precisou de atendimento médico, mas ainda assim voltou ao jogo na tentativa de forçar um tie-break.

A sorte da equipe mineira poderia ser outra se a oposta americana Nicole Fawcett não falhasse em momentos importantes. Foi ela, por exemplo, quem errou a bola que encerrou a segunda etapa, pouco depois de desperdiçar um set point com 23-24 de vantagem. Também cometeu um toque na rede antes de esgotar a paciência da comissão técnica e ser substituída por Ellen. Dona de um saque viagem raro no vôlei feminino (que não entrou esta noite), vai precisar ser mais eficiente no próximo jogo a fim de justificar sua contratação.

O duelo também marcou a despedida do ginásio José Liberatti da Superliga (em caso de final, o jogo com mando de Osasco será disputado em um ginásio maior, como o Ibirapuera) e a torcida fez uma bonita festa que certamente terá um concorrente à altura no Triângulo Mineiro. O fator casa, aliás, tem sido preponderante nesta série, o que dá uma pequena vantagem para o Praia no quinto duelo. A vantagem, porém, para por aí e o jogo de sexta promete ser mais um confronto emocionante.

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