Destaque da última Superliga, Natália vive começo instável na Turquia
Carolina Canossa
06/12/2016 06h00
As ótimas atuações de Natália ao longo da última Superliga fizeram os turcos abrirem o bolso: por mais que o Rexona-Sesc se esforçasse, não houve como competir contra os euros do Fenerbahce, um dos times mais ricos dos mundo. Julgando ser a hora de viver um novo desafio na carreira, a atacante aceitou, aos 27 anos, o convite para jogar pela primeira vez por um clube estrangeiro.
O começo, porém, não tem sido tão bom quanto se imaginava. Decorridas oito rodadas do Campeonato Turco, o Fenerbahce ocupa apenas a quinta posição na tabela, atrás dos grandes rivais Vakifbank e Eczacibasi e de clubes com investimento bem menor, o Bursa e o Çanakkale.
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Das três derrotas sofridas até o momento, duas foram justamente em casa e em confrontos contra os adversários que, em teoria, o Fener brigaria pelo título: 1-3 (25-22, 18-25, 25-23 e 25-22) diante do Eczacibasi em 9 de novembro e 0-3 (25-21, 25-19 e 25-18) contra o Vakifbank no último domingo (4). Sobre este último jogo, faça-se justiça: o time inteiro foi mal e, mesmo com parcos nove pontos, Natália foi a maior pontuadora da equipe. Bem marcada, porém, ela só fez 6/21 nas ações ofensivas.
Escalada para todas as partidas realizadas até agora, Natália soma um total de 101 pontos (média de 12,6 por partida) e aproveitamento de 41,1% na recepção. Não são números ruins, mas a atacante brasileira já mostrou que pode atuar além disso. Erros de recepção e passes B também estão ocorrendo em uma frequência maior que a desejada: no 2-3 diante do Çanakkale, por exemplo, foram seis pontos cedidos desta forma.
Curiosamente, o melhor jogo de Natália na Turquia até o momento se deu quando a brasileira jogou de oposta: foi no 3 a 0 fora de casa diante do Halkbank, ocasião em que ela colocou 20 bolas no chão somando. Deslocar Natália para a saída de rede foi uma das principais possibilidades não usadas pelo técnico José Roberto Guimarães nas quartas-de-final da Olimpíada do Rio, quando o Brasil acabou eliminado pela China.
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A lesão no músculo abdominal de Kim Yeon-Koung está colocando ainda mais pressão na brasileira, que possivelmente irá conviver com a situação por pelo menos mais uma rodada do Turco e na estreia da Champions League – fora há três partidas, a estrela sul-coreana tem previsão para jogar novamente somente entre 15 e 20 de dezembro. Resta saber como o técnico italiano Marcello Abbondanza vai trabalhar Natália até lá e o quanto ela corresponderá em quadra.
Demais brasileiras
Também contratada com o status da estrela que é pelo voleibol turco, Thaísa tem sofrido com a regra local e só permitir três estrangeiras juntas ao mesmo tempo no campeonato local. Depois de jogar pouco contra o Galatasaray, a central nem foi relacionada na surpreendente derrota do Eczacibasi por 3 a 2 (25-20, 25-19, 24-26, 12-25 e 15-13) diante do Seramiksan.
Joycinha, por sua vez, deu outra prova que é a melhor brasileira em atividade no país neste momento. Fora de casa, neste domingo (4), ela comandou a vitória do Bursa sobre Sariyer por 3 a 0 (25-17, 25-16 e 27-25) ao fazer 20 pontos.
Por fim, na Itália, Adenízia teve outra boa atuação e marcou 15 pontos na vitória do Savino del Bene Scandicci sobre o Sudtirol Bolzano por 3 a 2 (21–25, 25–21, 25-17, 27-29 e 15-10). O time é o quarto colocado na classificação geral.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.