Rexona-Sesc – Blog Saída de Rede http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br Reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Tue, 31 Dec 2019 12:02:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Novato, Curitiba surpreende até a si mesmo com boa campanha na Superliga http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/20/novato-curitiba-surpreende-ate-a-si-mesmo-com-boa-campanha-na-superliga/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/12/20/novato-curitiba-surpreende-ate-a-si-mesmo-com-boa-campanha-na-superliga/#respond Thu, 20 Dec 2018 08:00:57 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=15394

Estreando na Superliga, equipe paranaense está em terceiro lugar na tabela de classificação (Fotos: James Helmfelt)

Debutante na elite do vôlei nacional, a equipe paranaense Curitiba Vôlei vem surpreendendo neste início de Superliga feminina. Originalmente, o projeto nasceu como Rexona na temporada 1997/1998, na cidade de Curitiba, se transferindo para a capital fluminense em 2002/2003. Já no Rio, o time se transformou no que hoje é o Sesc-RJ. Assim, o novo Curitiba Vôlei, surgido em agosto de 2016, tem como padrinhos o ex-ponteiro Giba, um dos maiores jogadores da história da modalidade, e a ex-tenista Gisele Miró. Liderado pelo técnico Clésio Prado, o time conseguiu a vaga ao se sagrar campeão da série B e, desde a estreia na competição principal, tem feito uma campanha regular com cinco vitórias em oito jogos.

Ocupando a terceira colocação na tabela de classificação, com 16 pontos, atrás apenas dos mineiros Dentil Praia Clube e Minas Tênis Clube – times de investimento bem superior –, o Curitiba Vôlei, que enfrentará o Hinode Barueri nesta sexta-feira (21), tem atuado de maneira bem competitiva. Em entrevista ao Saída de Rede, o técnico Clésio Prado e as centrais Valeskinha e Mariana Aquino falaram a respeito das potencialidades da equipe e ainda, sobre a alegria com o desempenho na principal competição do vôlei brasileiro.

Depois de onze anos fora, a central Mariana Aquino retornou ao país para defender o Curitiba Vôlei

Em relação à boa fase neste primeiro ano de disputa na série A, o treinador exaltou o comprometimento do grupo. “O fato de todos terem assimilado da melhor forma possível a proposta do projeto contribuiu muito. Todo empenho e dedicação estão fazendo a diferença”, observou. A meio-de-rede Mariana Aquino, que acaba de retornar ao Brasil após onze anos jogando fora, também enalteceu a força da equipe.

“Eu acho que a temporada aqui em Curitiba até agora não está apenas me surpreendendo, mas também causando surpresa a todos, né? Nosso time está jogando junto, todo mundo está participando, entrando e fazendo o seu melhor. A comissão está jogando junto, com alegria, indo para cima em todos os jogos e, como franco-atiradores, a gente está indo muito bem. Estamos em terceiro lugar na Superliga e isso é uma alegria imensa para nós. Não só com o time, mas com a torcida (…)”, festejou a central que atuou durante cinco anos na liga universitária norte-americana, se tornando campeã pela UCLA.

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Le Roux: “França merecia mais no Mundial e nas Olimpíadas”

A meio-de rede também teve passagens pelas ligas turca, francesa e romena. Aliás, atuando pelo Alba-Blaj, Mariana foi vice-campeã da Champions League na última temporada, perdendo a final para o multicampeão VakifBank. Traçando um paralelo com o Curitiba Vôlei, a equipe romena também não aparecia como favorita à conquista do título do mais importante torneio de clubes da Europa. Contudo, ainda que tenha se classificado automaticamente para a fase final por ter sido escolhido como sede, o time conseguiu avançar na competição obtendo bons resultados na primeira fase e, ainda, derrotando o turco Galatassaray na semifinal.

Deste modo, segundo a central, a oportunidade de jogar em sua cidade natal e a possibilidade de ampliar o mercado de trabalho aqui foram fatores determinantes para a volta. “O que me fez retornar ao Brasil foi a oportunidade de participar do projeto aqui. Eu sou de Curitiba. Então, só em poder jogar perto da minha família, dos meus amigos e em casa, já é uma grande vantagem (…). Eu estava onze anos fora de casa e quando o time subiu para a Superliga eu não pensei duas vezes. É um projeto que eu gosto muito, com uma comissão na qual eu confio bastante e com quem eu já havia trabalhado anteriormente. Então, não foi uma decisão tão difícil de tomar. E também o que me fez voltar foi a possibilidade de aparecer bastante aqui no Brasil. Para abrir oportunidades de carreira no futuro, me expandir aqui no meu país porque eu não havia jogado nenhuma Superliga antes. Por isso, foi o cenário perfeito”, destacou.

A experiente Valeskinha é um dos pilares do time

A mesma opinião é compartilhada por sua companheira de posição, a campeã olímpica em 2008, Valeskinha, uma das mais experientes do grupo, que ajudou o time a conquistar a vaga na elite. Aos 42 anos, a central, dona de uma extensa lista de troféus no vôlei, integra o projeto desde 2017. Para ela, estímulo é o que não falta. “A motivação vem do amor pelo esporte que eu pratico. Me sinto feliz em estar treinando e cada temporada é uma história nova a ser escrita. Ainda sinto ansiedade antes de cada partida”, revela a meio-de-rede que, além do ouro em Pequim com a seleção brasileira, ainda possui títulos do extinto Grand Prix e da Copa do Mundo, entre outros.

Em relação às perspectivas da equipe na temporada, o técnico Clésio Prado afirma que o grupo manterá o foco em busca de uma vaga na fase final. “As pessoas podem esperar do Curitiba Vôlei o mesmo empenho e dedicação. A entrega nos jogos e a participação de todos no projeto. As nossas ambições continuam sendo as mesmas do início da primeira rodada. Primeiro, claro, permanecer na divisão especial. E, sem dúvida, nos classificar entre os oito para disputar os playoffs. Isso já seria um grande passo para uma equipe vinda da série B”, comentou.

A experiente Valeskinha também acredita que o time tem potencial para progredir na temporada. “Depois de cada treino e jogo eu penso que podemos ir longe. Vejo a nossa evolução e percebo que temos muito a crescer ainda”, observou. Mariana Aquino corroborou: “Jogar aqui está sendo demais porque a torcida está lotando os nossos ginásios. Isso nos incentiva ainda mais a buscar melhores resultados. Nossa expectativa para a temporada é essa: a gente quer entrar nos playoffs (…)”, concluiu.

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Uma nova Gattaz: aos 36 anos, ex-central da seleção vive grande fase http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/15/uma-nova-gattaz-aos-36-anos-ex-central-da-selecao-vive-grande-fase/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2018/02/15/uma-nova-gattaz-aos-36-anos-ex-central-da-selecao-vive-grande-fase/#respond Thu, 15 Feb 2018 08:00:13 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11857

Carol Gattaz: “Tenho muita gratidão pelo Minas” (foto: Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Sorte do vôlei que o Rio Preto Automóvel Clube não tinha time de basquete feminino naquele ano. Caroline de Oliveira Saad Gattaz ficou mesmo com o voleibol. A menina alta, então com 14 anos, sempre havia praticado esporte em sua cidade natal, São José do Rio Preto (SP). “Na escola eu jogava futebol, basquete, handebol, tudo… O vôlei era o que eu menos jogava, não me interessava muito”, conta a central Carol Gattaz, capitã do Camponesa/Minas, ao Saída de Rede.

Aos 17 anos já disputava sua primeira Superliga, pelo São Caetano (SP). Era o final de 1998, lá se vão quase 20 anos. Chegou à seleção brasileira juvenil. Mais algum tempo e, aos 22, com seu 1,92m, estreava na adulta. Duas vezes vice-campeã mundial, cinco vezes campeã do Grand Prix, três vezes campeã da Superliga, até hoje não superou o trauma de não ter participado de uma Olimpíada e perdido a chance do tão sonhado ouro. A dispensa antes dos Jogos de Pequim, em 2008, é uma ferida que não cicatriza. “O corte de Pequim foi sem dúvida o maior baque da minha vida. Até hoje eu ainda sinto muito por ter sido cortada. Tive grandes conquistas na minha carreira, mas nenhum título supre a falta do ouro olímpico”.

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Hoje, aos 36 anos, Carol Gattaz é um dos grandes nomes da Superliga. O Camponesa/Minas, diz ela, a ajudou a se reinventar. Chegou em 2014, depois de algumas temporadas em baixa, quando tudo indicava que o fim da sua carreira estava próximo. “Fui contratada em setembro quando geralmente em maio você já sabe onde vai jogar na próxima temporada”, relembra a capitã. “Tenho muita gratidão pelo Minas, por todo mundo que me acolheu”, completa.

Gattaz não desistiu da seleção, mas não é sua prioridade. “Claro que se me convocassem para o Mundial, eu aceitaria na hora. Mas também não é uma coisa que eu fique pensando, ‘ah, será que vou ser chamada?’. O meu objetivo é estar bem no clube, fazer uma boa temporada, para que na próxima eu possa fechar um contrato bom e, claro, manter a minha longevidade, que é o que eu mais quero, venho trabalhando para isso”.

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A mudança na rotina inclui mais cuidado com a alimentação. Já vão longe os dias em que, nas suas palavras, “era gordinha” e chegou a ser chamada de “mão de pantufa”, vejam só. “A própria mudança pela qual meu corpo passou, com mais massa magra, ajudou a melhorar minha potência”, comenta.

Gattaz bateu um longo papo com o SdR. Falou ainda sobre Bernardinho, Zé Roberto, Tifanny, seu relacionamento com a também jogadora de vôlei Ariele Ferreira (atualmente no Hinode Barueri). Apontou as melhores centrais do País, comentou sobre as temporadas no exterior, seu jeito de liderar, seu ídolo, se pensa em parar de jogar e o que pretende fazer depois disso.

Confira a entrevista que a central concedeu ao blog:

Gattaz diz que não desistiu da seleção, mas não é sua prioridade (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Como foi o seu começo no voleibol?
Carol Gattaz –
Na escola eu jogava futebol, basquete, handebol, tudo… O vôlei era o que eu menos jogava, não me interessava muito. Eu comecei a jogar basquete pelo Automóvel Clube e também passei a praticar voleibol porque me chamaram. Quando foram inscrever o time de vôlei do clube na Federação Paulista, eu acabei optando por esse esporte porque aí eu já gostava bastante, tinha 14 anos. Também fiquei com o vôlei porque não tinha mais basquete feminino na época no clube. Aos 17 anos estava disputando minha primeira Superliga, na temporada 1998/1999, pelo São Caetano, mas era reserva, entrava pouco. Nossa, faz tanto tempo.

Saída de Rede – Carol, você sempre foi central ou chegou a jogar noutras posições nas categorias de base?
Carol Gattaz –
Joguei como ponteira ainda muito menina, mas foi uma fase bem curta, em São José do Rio Preto, quando eu era infantojuvenil. Meu negócio mesmo era ser central.

Saída de Rede – Quando foi sua primeira convocação para a seleção na base?
Carol Gattaz –
Foi no juvenil, em 1999, para o Mundial daquele ano. Fomos vice-campeãs, perdemos na final para a Rússia (0-3), a (Ekaterina) Gamova era a principal jogadora delas, já jogava bem demais, virava muita bola.
[Nota do SdR: naquela seleção brasileira jogavam também Érika Coimbra, Fernandinha e Paula Pequeno.]

Saída de Rede – No segundo semestre de 2003, quando o Zé Roberto assumiu a seleção feminina, ele te chamou. Como foi sua primeira participação na seleção adulta?
Carol Gattaz –
Eu treinei com o grupo que ia para a Copa do Mundo, mas não fui. No ano seguinte fui para o Grand Prix.

Técnico Zé Roberto conversa com Gattaz durante partida da seleção (FIVB)

Saída de Rede – Em 2005 começava um novo ciclo olímpico e você foi convocada todos os anos. Foi ao Mundial 2006, participou de quase tudo, exceto pelos cortes nas equipes que foram ao Pan, em 2007, e à Olimpíada de Pequim, em 2008. Quase dez anos depois, como é que você analisa o corte antes dos Jogos de Pequim?
Carol Gattaz –
Ainda vejo como um baque, afinal eu participei de todos os anos daquele ciclo olímpico, estive em todos os torneios importantes, só não fui ao Pan do Rio em 2007 porque eu tive um problema de saúde e perdi muito peso. O corte de Pequim foi sem dúvida o maior baque da minha vida, pra ser bem sincera. Até hoje eu ainda sinto muito por ter sido cortada. Tive grandes conquistas na minha carreira, mas nenhum título supre a falta do ouro olímpico. Claro que antes dos Jogos ninguém sabia quem ia ganhar, mas elas ganharam. Não ter esse ouro pesa muito para mim. Eu acho que não merecia ser cortada, mas foi uma decisão da comissão técnica. O grupo foi lá, ganhou o ouro. Então se era para ter feito alguma coisa certa, eles fizeram.

Saída de Rede – O Zé Roberto chegou a conversar contigo logo após o corte?
Carol Gattaz –
Nem houve conversa. Dias depois que nós ganhamos o Grand Prix foi divulgada a lista das 12 jogadoras que iam a Pequim. Eu estava na casa dos meus pais, em São José do Rio Preto. Vi a notícia e fiquei muito mal, arrasada.

Saída de Rede – Você guarda alguma mágoa do Zé Roberto pelo corte de Pequim 2008?
Carol Gattaz –
De jeito nenhum. Tenho um relacionamento muito bom com o Zé, com a família dele. Tenho gratidão pelas oportunidades que ele me deu. Eu acho que a principal qualidade de um ser humano deve ser a gratidão, pois isso faz com que você ande pra frente. Nunca tive raiva dele. Sou grata por tudo que ele me ensinou.

A central ataca durante uma partida contra os EUA no Mundial 2006 (FIVB)

Saída de Rede – No ciclo seguinte, a partir de 2009, lá estava você de novo na seleção. Como foi voltar ao time depois de não ter ido a Pequim?
Carol Gattaz –
Na temporada de clubes 2008/2009 eu fui campeã da Superliga pelo Rexona, fiz um campeonato muito bom e aquela equipe me trouxe alegria. Eu estava muito mal antes do torneio, o corte da Olimpíada tinha sido traumático. O Rexona recuperou minha vontade de vencer, voltei à seleção com bastante pique. Infelizmente, no final de 2009, início de 2010, tive uma lesão que atrapalhou muito a minha carreira, uma fascite plantar no pé direito. Fui ao Mundial 2010, de novo vice-campeã. Depois, ainda no Rexona, fiquei no banco, aí já não fui mais chamada para a seleção naquele ciclo.

Saída de Rede – Voltou à seleção em 2013 para a disputa da Copa dos Campeões, o Zé Roberto chamou veteranas como você e a Walewska. Na época, logo depois do título, você disse que estaria sempre disposta a jogar pela seleção. Aquela foi sua última convocação. Este ano você completa 37. Se vê em condições de defender a seleção, é algo que ainda quer?
Carol Gattaz –
Eu não fico pensando muito nisso porque se eu tivesse que ser chamada, ter uma oportunidade mais recente, já teria tido. Nunca vou dizer não. Eu gostei muito de jogar pela seleção e serviria ao time novamente com certeza. Quem tem que ver se ainda sou útil ou não é o Zé Roberto e a comissão técnica dele. Hoje a seleção está muito bem servida de centrais. As jogadoras dessa posição estão muito bem, se mantêm num nível forte. Claro que se me convocassem para o Mundial, eu aceitaria na hora. Mas também não é uma coisa que eu fique pensando, “ah, será que vou ser chamada?”. O meu objetivo é estar bem no clube, fazer uma boa temporada, para que na próxima eu possa fechar um contrato bom e, claro, manter a minha longevidade, que é o que eu mais quero, venho trabalhando para isso.

Gattaz vira mais uma na Superliga: central é uma das referências no Minas (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Você disse que a seleção está bem servida de centrais. Quem são as melhores da posição hoje no Brasil na sua avaliação?
Carol Gattaz –
Walewska, Fabiana, Thaisa… A Thaisa não está jogando agora, mas vai voltar logo. Sempre que penso nas melhores, nas que mais gosto de ver jogar, são essas três. Tem a Adenizia, ela joga demais. Tem a Juciely, que não está melhor no momento porque se recupera de uma lesão, isso atrapalha. Tem também a Bia e a Carol, que são mais novas e têm bastante potencial, devem se destacar por muito tempo.

Saída de Rede – Entre as centrais estrangeiras, quem chama sua atenção?
Carol Gattaz –
Olha, eu tenho acompanhado muito pouco os campeonatos internacionais, tanto de clubes quanto de seleções.

Saída de Rede – Quem foi ou quem é o seu grande modelo enquanto atleta? Há alguém em quem você se espelha, um ídolo?
Carol Gattaz –
A Walewska é a pessoa que mais me inspira, ela é uma motivação pra mim. Vejo a Wal aos 38 anos jogando em alto nível, com um físico muito bom, isso é fantástico. Ela é super disciplinada e realmente me inspira, não só como atleta, mas como pessoa também.

Bloqueando o ídolo, a também central Walewska Oliveira (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Depois daquele problema há alguns anos, a fascite plantar, você chegou a ficar no banco, teve algumas temporadas não tão boas, mas aí foi para o Minas Tênis Clube, na temporada 2014/2015, e voltou a jogar em alto nível, surpreendendo muita gente. O que foi que aconteceu para que você desse uma guinada em sua carreira?
Carol Gattaz –
Mudou tudo praticamente. É até engraçado. Primeiro, o Minas me acolheu. Eu estava sem time e fui contratada em setembro de 2014, quando geralmente em maio você já sabe onde vai jogar na próxima temporada. O time da Amil, de Campinas, tinha acabado e eu estava sem equipe, não tinha para onde ir. Estava treinando no Pinheiros na época, para manter a forma e porque eles abriram as portas para que eu tentasse conseguir um patrocinador. De repente, pintou o convite do Minas. Eu topei e acho que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Saída de Rede – Por quê?
Carol Gattaz –
Aqui no Minas eu me encontrei, não só como atleta, mas houve algo fantástico na minha vida pessoal também e tudo mudou para melhor. Eu me tornei mais madura, me sinto outra pessoa, outra jogadora. Sou muito mais calma em quadra, sei aproveitar minha experiência. Hoje eu gostaria de estar na seleção porque sei que poderia contribuir, por estar bem fisicamente e por tudo que acumulei, tudo que entendo de jogar vôlei. O que pesou muito em todas essas mudanças é que eu encontrei o amor da minha vida, né. Tenho muita gratidão pelo Minas, por todo mundo que me acolheu. Por ter encontrado a Ariele, que me deu tranquilidade. Nós duas temos muita cumplicidade, muito amor uma pela outra, muito respeito. Isso tudo me deixa muito mais calma dentro de quadra. A Ariele me deu uma paz, uma tranquilidade que eu precisava. Eu devo muito a ela… Essa minha maturidade, essa vontade de jogar. Ela me deu um gás a mais.

Carol com a esposa, a ponteira Ariele Ferreira, do Hinode Barueri (Reprodução/Instagram)

Saída de Rede – Mas houve alteração na sua rotina de treinos, no modo de se cuidar para melhorar seu desempenho?
Carol Gattaz –
Fiz mudanças na minha alimentação, no cuidado com o meu corpo, dou mais atenção ao meu descanso. Isso tudo é reflexo do meu amadurecimento. Antes eu gostava muito de sair, ir pra balada… Não que eu não goste mais, mas agora eu saio com uma frequência muito menor. Hoje eu descanso mais, sei que meu corpo precisa. Não que fosse largada antes, sempre ralei, me cuidei, mas acho que se eu tivesse a postura que tenho hoje desde os meus 19 anos, por exemplo, eu teria aprendido algumas coisas mais cedo, coisas que aprendi muito tarde. Eu estou colhendo os frutos somente agora. Só fui tomar suplementos, que são importantes, em 2013 quando eu jogava pelo Amil. São coisas que te ajudam a se recuperar mais rápido. Quanto antes você começa, seu corpo responde melhor. Aí você constrói um corpo melhor.

Saída de Rede – Na época de juvenil você estava acima do peso ideal. O quanto isso te incomodava?
Carol Gattaz –
Muito, muito, muito… Eu pesava 90 quilos, hoje eu peso 78 e minha taxa de gordura é baixíssima. Antes eu pesava 90 e minha taxa de gordura devia ser sei lá quanto. Eu era gordinha, sabe, meu quadril, minhas coxas, minha barriga… Se naquela época eu tivesse a cabeça que tenho agora e o acompanhamento necessário, teria mudado antes, com certeza. Lá pelos 21 anos foi que comecei a emagrecer. Em 2003, quando cheguei à seleção adulta, aos 22 anos, já estava bem mais leve, mas ainda não era o ideal, que é o que tenho hoje.

Com Ariele, as duas irmãs e a mãe, em São José do Rio Preto. As irmãs, ambas mais novas e com 1,81m, nunca tiveram interesse pelo esporte, segundo Carol Gattaz (acervo pessoal)

Saída de Rede – Você jogou duas temporadas no exterior, uma na Itália (2007/2008) pelo Monte Schiavo Jesi e outra, interrompida, no Azerbaijão (2012) pelo Igtisadchi Baku. Por que não seguiu na Itália e o que houve no Azerbaijão?
Carol Gattaz –
Meu ano na Itália não foi bom, acabei não fazendo um bom campeonato. Recebi um convite do Rexona para a temporada seguinte e decidi voltar. O time no Azerbaijão foi o mesmo em que a Fernandinha tinha jogado. Ela havia me avisado que o clube era problemático. Tive alguns problemas burocráticos, mas estava bem fisicamente. Só que eles foram antiprofissionais. Não os processei porque o meu empresário disse que seria difícil ganhar um processo contra eles lá. Recebi o equivalente pelo mês que fiquei e voltei para o Brasil. Depois disso fiquei sem time o restante da temporada. Preferi ficar sem porque já era dezembro quando voltei, e se esperasse acabar a temporada na próxima estaria zerada. Na época eu ainda tinha a pontuação do ranking. No ano seguinte fui contratada pelo Amil.

Saída de Rede – De uns anos para cá, é possível ver que o seu ataque está mais potente. Como é que você melhorou seu desempenho?
Carol Gattaz –
Sempre fui habilidosa, mas não tinha força. Então muitas vezes eu virava bola porque sabia tirar do bloqueio ou então explorava. Diziam que eu tinha mão de pantufa, que não sabia atacar com força. A própria mudança pela qual meu corpo passou, com mais massa magra, ajudou a melhorar minha potência. Claro que eu me valho da minha técnica, nunca vou ser aquela jogadora com muita explosão, mas hoje em dia bato bem mais forte do que quando era mais nova.

Gattaz: “Hoje eu gostaria de estar na seleção porque sei que poderia contribuir” (FIVB)

Saída de Rede – Desde o juvenil você sempre se destacou como bloqueadora, mas no ataque te viam durante muito tempo como alguém que ficava restrita a duas jogadas, o tempo atrás e principalmente a china. Você tinha dificuldade em atacar pelo meio?
Carol Gattaz –
A minha china sempre foi muito melhor do que os ataques pela frente, como o tempo ou a chutada, e essas minhas bolas não eram boas mesmo. Como a china era muito boa e as da frente eram bem medianas, ninguém queria que eu atacasse pela frente. Aí acabava atacando só por trás da levantadora, o tempo atrás e a china. No Rexona eu passei a treinar bastante com o Bernardinho os ataques na frente, batendo pelo meio. Ele acreditava muito em mim, que eu poderia atacar por ali. Então eu comecei a melhorar essa bola. O Bernardo ficava um tempão comigo no caixote, treinando muito. Como naquela época eu fazia rede de 3 (Fabiana fazia a de 2), eu tinha que atacar pela frente. Eu melhorei demais. O meu percentual de aproveitamento nos ataques pelo meio é bem parecido com os feitos por trás. Claro, tem menos marcação, eu não faço tanto.

Saída de Rede – Ao chegar no Minas, para o período 2014/2015, você se alternava com a Walewska nas redes de 2 e de 3. A partir da temporada seguinte, com a saída dela, você tem feito sempre a de 2, quer dizer, tem um trabalho mais pesado como bloqueadora, que é não apenas cobrir a diagonal, mas também ajudar a levantadora a reduzir o espaço da atacante. Com o voleibol cada vez mais rápido, como é fazer a rede de 2?
Carol Gattaz –
O bloqueio da levantadora é bem menor e para ajudá-la é bastante complicado (ela faz apenas uma passagem com a oposta na rede). Imagina, a central tem que chegar, precisa fechar o meio, cobrindo também a diagonal. A gente tenta o máximo, faz muito esforço. Você também combina a marcação com a defesa, “vou fechar um pouco mais lá e vocês defendem mais aqui” ou então “vou deixar esse espaço aberto, fiquem atentas ali”. Tem que combinar o tempo todo com a defesa porque os jogos estão muito rápidos e isso tem tornado cada vez mais difícil bloquear. A defesa tem que trabalhar bastante. Claro que as bloqueadoras devem pelo menos tocar na bola, mas é bem complicado numa rede de 2 chegar montada no bloqueio.

A meio de rede diz que gostaria de ajudar mais o time (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Carol, você tem recebido muitos elogios, se mantém há várias rodadas entre as atacantes com melhor aproveitamento na Superliga. Que avaliação faz das suas atuações esta temporada?
Carol Gattaz –
Olha, meu jogo tá fluindo, venho tentando colocar em prática o que a comissão técnica pede. Porém, uma lesão no joelho esquerdo tem me acompanhado e sou muito exigente comigo mesma. Não estou conseguindo cumprir meus objetivos que são treinar todos os dias e ajudar mais a equipe. Muitas vezes tenho que ficar fora de treino para poder jogar. Claro que tenho conseguido dar o meu melhor dentro de quadra, mas ao mesmo tempo essa lesão está me incomodando muito. Se não tivesse esse problema, eu poderia estar melhor do que estou. Estou satisfeita, mas não totalmente porque poderia render ainda mais.

Saída de Rede – Qual é a lesão no seu joelho esquerdo?
Carol Gattaz –
Tenho tendinite patelar.

Saída de Rede – Recentemente a ponteira Gabriela Guimarães, do Sesc, passou por isso e se submeteu a uma cirurgia. Isso vai ser necessário no seu caso?
Carol Gattaz –
Não, o meu caso não é cirúrgico, já foi avaliado pelos médicos. Eu vou tentar outro tipo de intervenção, mas isso somente depois do final da temporada porque eu não quero ficar de fora, preciso ajudar o meu time na Superliga. Estamos bem perto dos playoffs e eu não posso ficar parada, não me dou esse direito. Estou jogando à base de remédios, mas vou dar o meu máximo para ir até o final da Superliga. Quando acabar, faço o que tiver de fazer para voltar 100% na próxima temporada.

Carol no ataque na semifinal da Superliga 2016/2017, decidida no último jogo da série (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Até onde você acha que o Camponesa/Minas pode chegar nesta Superliga? No ano passado vocês surpreenderam, levaram a série semifinal contra o então Rexona Sesc até o quinto jogo, quase foram à final. O que esperar do time desta vez?
Carol Gattaz –
A gente perdeu a Jaqueline, mas a Pri Daroit vem jogando bem. Por causa de algumas lesões e também porque a Hooker chegou um pouco depois, o time está se encaixando agora. O chato é que perdemos muitos jogos que não poderíamos ter perdido. Mas a equipe tem todas as condições de chegar a uma final e brigar pelo título. Claro que vários adversários são muito fortes, essa tem sido talvez a Superliga mais equilibrada de todas. Não há um favorito disparado. O Praia Clube, que está invicto no torneio, perdeu de 3-0 para o Vôlei Nestlé na Copa Brasil. Não tem nada definido.
[Nota do SdR: o Minas está em terceiro na classificação, com um ponto a mais do que o quarto colocado, Vôlei Nestlé, que tem uma partida a menos.]

Saída de Rede – Você teve a chance de trabalhar com os dois técnicos que são os mais vitoriosos da história do voleibol brasileiro, duas referências no mundo todo, Bernardinho e Zé Roberto. Tem um preferido?
Carol Gattaz –
Eu tenho, mas não vou contar (risos). São dois técnicos espetaculares, perfeccionistas, dois seres humanos incríveis, cada um com suas características, suas qualidades, seus defeitos. Eu tive o privilégio de trabalhar não apenas com eles, mas com outros grandes técnicos, como o Paulo Coco e o Luizomar de Moura, pessoas por quem tenho muito respeito. Fui treinada pelo Hairton Cabral, que é outro profissional sensacional, um cara fantástico. Todos eles ajudaram a criar essa bagagem que eu tenho.

Oposta Tifanny, do Bauru, tira foto com fã após partida contra o Minas (Guilherme Cirino/Camponesa/Minas)

Saída de Rede – Você já enfrentou a Tifanny, do Bauru, a primeira transexual da história da Superliga. Como você vê a participação dela?
Carol Gattaz –
Ela foi liberada para jogar. As pessoas discutem se ela pode, se não pode… Isso não cabe a nós jogadoras decidir, mas às entidades que regem o esporte. Claro que isso foi estudado e deve seguir sendo avaliado porque ela é uma pioneira. O importante é que a definição seja boa para o esporte e para as atletas, afinal isso é a nossa vida, nossa carreira. Mas é importante também que a Tifanny não seja prejudicada. Espero que isso possa ser resolvido da melhor maneira.

Saída de Rede – Depois que você expôs na mídia seu relacionamento com a Ariele, em 2016, sentiu alguma mudança de tratamento? Houve alguma hostilidade?
Carol Gattaz –
Nos tratam de uma maneira quase sempre positiva, há até quem nos agradeça por mostrarmos que somos um casal como qualquer outro, duas pessoas que se amam. E nós duas levamos nosso relacionamento adiante de uma forma muito leve, não queremos chocar ninguém, não queremos levantar bandeira nenhuma. O que nós queremos é ser felizes. Não importa se o relacionamento é entre um homem e uma mulher, entre dois homens ou entre duas mulheres, as pessoas têm que ser felizes.

Gattaz salva bola com o pé, observada por Hooker e Mara (Orlando Bento/MTC)

Saída de Rede – Com toda a bagagem que você acumulou e sendo a capitã do Camponesa/Minas, você se preocupa em dividir isso com as jogadoras mais novas?
Carol Gattaz –
Eu gosto de ser líder, mas procuro dar exemplo pelas minhas ações, não sou muito de falar. Não sou aquele tipo de atleta veterana que senta ao lado de uma juvenil e que fica um tempão batendo papo, eu prefiro ir pra quadra e mostrar jogando o que eu quero que ela entenda. Às vezes, na academia, eu quero que elas vejam que eu estou ali ralando, pegando pesado porque isso é importante. Comigo não tem tempo ruim, não faço corpo mole. Eu gostaria de ser mais didática, mas não é o meu perfil.

Saída de Rede – Você já pensou quando vai parar e o que vai fazer depois que deixar de jogar?
Carol Gattaz –
Eu amo jogar vôlei. Fico triste quando penso que não vou poder jogar muitos anos mais, que é o que eu gostaria, pois o corpo vai pedir para parar um dia. Agora que eu estou aprendendo caminhos que me facilitam jogar, eu penso “por que não aprendi isso há dez anos?”. Nunca estabeleci um prazo para parar, quero jogar enquanto eu tiver lugar em um time competitivo, que possa brigar por um lugar na parte de cima da tabela. Ainda não pensei o que vou fazer quando parar de jogar, mas vai ter que ser algo que eu goste.

Saída de Rede – Sem ter didática, seguir a carreira de técnica não é algo que passe pela sua cabeça, certo?
Carol Gattaz –
Deus me livre! Não quero isso pra mim nunca, não é uma coisa que me empolgue (risos). Eu gostaria de aprender a trabalhar nos bastidores, com gestão esportiva, acho que poderia contribuir bastante.

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Sobe e desce do vôlei feminino 2017 tem prêmios de Zhu e gigantes em crise http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/12/28/sobe-e-desce-do-volei-feminino-2017-tem-premios-de-zhu-e-gigantes-em-crise/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/12/28/sobe-e-desce-do-volei-feminino-2017-tem-premios-de-zhu-e-gigantes-em-crise/#respond Thu, 28 Dec 2017 08:00:44 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=11073

Ting Zhu segura a taça de campeão europeu do VakifBank: time e jogadora premiados (foto: CEV)

Fim de ano é sempre um momento propício a retrospectivas, avaliações e algum saudosismo. Dentro desse paradigma, dá para dizer que o VakifBank e sua grande estrela, a ponta Ting Zhu, têm motivos de sobra para guardar o 2017 com carinho na parede da memória, assim como a meio de rede Adenízia, do Scandicci e da seleção brasileira. O mesmo não se diz, no entanto, de algumas equipes europeias do primeiro escalão do vôlei.

No Brasil, o Sesc-RJ teve um 2017 de altos e baixos, mas possui motivos para avaliá-lo positivamente, enquanto o Vôlei Nestlé não encontrou muitas razões para comemorar neste ano.

Veja o sobe e desce do vôlei feminino 2017:

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SOBE
VakifBank
Campeão europeu e mundial, o VakifBank dominou a modalidade em 2017. Com a pesada concorrência caseira do Fenerbahçe e do Eczacibasi VitrA, o time – que também conquistou a Copa da Turquia no último dia 24 – só não teve um ano perfeito porque caiu nas semifinais da liga turca passada, depois de liderar folgadamente todo o campeonato.

Com um elenco que tem nomes como a central sérvia Milena Rasic, a oposta holandesa Lonneke Slöetjes e a levantadora turca Naz Aydemir, a craque do time é a maior jogadora de vôlei das últimas temporadas, a ponta Ting Zhu.

Ting Zhu
Falando em Ting Zhu, dá para dizer que, mais uma vez, o ano foi dela. Com 23 anos completados em novembro passado, a atacante chinesa, além de conduzir sua seleção ao título da Copa dos Campeões e o VakifBank ao topo do mundo, ainda aumentou sua coleção de prêmios individuais.

Rotina: Zhu foi escolhida MVP da Copa dos Campeões: (foto: FIVB)

Zhu foi eleita a melhor jogadora da Liga dos Campeões 2016/2017, do Mundial de Clubes deste ano e da Copa dos Campeões. Nada mal para quem já tinha no currículo os prêmios de MVP da Copa do Mundo 2015 e das Olimpíadas de 2016.

Adenizia
Além do bom desempenho que teve com a seleção brasileira este ano, a central Adenizia vive, no Savino Del Bene Scandicci, da Itália, o auge de sua carreira.

Com 31 anos de idade, a atacante de meio de rede foi a maior bloqueadora da liga italiana 2016/2017 e segue a mesma trilha na atual temporada: após 12 rodadas, tem 52 pontos anotados de bloqueio no campeonato nacional, 15 a mais que a segunda colocada nesse quesito. Sua equipe está no terceiro lugar do campeonato, com dez vitórias em 12 jogos.

Dentil/Praia Clube
Depois de duas temporadas entre os grandes da Superliga (vice-campeão em 2015/2016, semifinalista em 2016/2017), o Dentil/Praia Clube parece firme no caminho para um inédito título nacional desta vez.

Praia, de Claudinha e Fê Garay, lidera Superliga (foto: Divulgação/Praia Clube)

Mesclando jogadoras remanescentes de outras empreitadas, como a levantadora Claudinha e as centrais Walewska e Fabiana, com atletas recém-contratadas, como a oposta norte-americana Nicole Fawcett, a líbero Suelen e as pontas Amanda e Fernanda Garay, o time de Uberlândia dominou amplamente o primeiro turno da Superliga, com 11 vitórias em 11 jogos e apenas dois sets perdidos. Ninguém, no vôlei nacional, termina o ano mais em alta do que o Praia.

Sesc-Rio
Se levássemos em conta só a temporada atual, quando tem convivido com lesões e oscilações, o time de vôlei feminino do Rio não constaria do “sobe” nessa nossa avaliação – talvez ficasse, simplesmente, fora de qualquer lista. Contudo, a equipe aparece aqui porque, embora a parceria de décadas com a Unilever tenha terminado, sua despedida foi em grande estilo.

Além de conquistar a Superliga pela 12ª vez, com uma vitória no tie break sobre o arquirrival Vôlei Nestlé, o então Rexona-Sesc obteve o vice-campeonato mundial em Kobe, no Japão. As cariocas caíram para o VaifBank na disputa do ouro, mas não sem antes superarem equipes do quilate do Dínamo Moscou, na primeira fase, e do Volero Zürich, nas semifinais.

DESCE
Vôlei Nestlé
Vice-campeão da última Superliga, o time do Osasco, apesar de todo o investimento que tem no voleibol, tem tido uma temporada bem oscilante no nacional. O tamanho do problema da equipe pode ser medido na tabela de classificação do campeonato.

Vôlei Nestlé vê líderes a distância na Superliga (foto: João Pires/Fotojump)

Como reflexo do voleibol inconsistente que vem apresentando, o time está a longínquos 11 pontos do Praia na classificação e a seis do Sesc-RJ, segundo colocado. Além disso, as osasquenses, terceiras na classificação, não venceram nenhuma das cinco melhores equipes da tabela.

Camponesa/Minas
Depois da boa campanha na temporada passada, quando esteve a ponto de eliminar o Rexona-Sesc nas semifinais, esperava-se que o Camponesa/Minas lutasse pela ponta da tabela nesta Superliga. Mas não é o que tem ocorrido.

Sem contar com a qualidade do passe de Jaqueline, que foi para o Hinode Barueri, e dependente das cortadas de Destinee Hooker – que demorou para entrar em ação e não tem repetido as boas atuações passadas –, o time sofreu derrotas para as equipes da parte de cima da tabela, como Praia e Sesc, e também para esquadras do pelotão intermediário, como Pinheiros e São Cristóvão Saúde/São Caetano – que venceu as mineiras na ida e na volta.

Dínamo Krasnodar
Bicampeão da Copa CEV – o segundo torneio interclubes mais importante da Europa – em 2016, o Dínamo Krasndar, nos últimos anos, tem convivido com problemas financeiros. O time, que chegou a ter Fernanda Garay e Tatiana Kosheleva no elenco há algumas temporadas, perdeu muitas jogadoras importantes e neste ano, está descendo mais um degrau.

Ao fim de dez rodadas da liga russa, o sexteto de Krasnodar não venceu nenhuma partida, somou apenas dois pontos e amarga a lanterna da competição. O curioso é que, há algumas semanas, a ponteira Liubov Sokolova, de 40 anos, deu uma pausa na aposentadoria e voltou à ativa para defender a equipe, mas isso ainda não foi o bastante para melhorar a situação da equipe no nacional.

Volero Zürich
Acostumado a nadar de braçada no campeonato nacional e a figurar entre as grandes no cenário europeu, o Volero Zürich tem tido uma temporada bem modesta. Com a queda no aporte financeiro, a equipe perdeu titulares como Akinradewo, Rykhliuk, Rabadzhieva, Mammadova e Zvikovic, e, como esperado, sentiu o baque.

Volero Zürich tem tido derrotas na liga suíça (foto: CEV)

Depois de quase seis anos sem saber o que era perder na liga suíça, o Volero já sofreu três reveses na atual temporada e ocupa, ainda assim, a vice-liderança. Na estreia da Liga dos Campeões, uma derrota para o modesto Alba Blaj (Romênia) por 3 a 1 indica um ano difícil para as suíças no torneio. Além disso, o ex-oposto Anderson, campeão olímpico de 2004, começou a temporada como técnico, mas deixou o comando da equipe uma semana antes da estreia na Champions – foi substituído pelo holandês Avital Selinger.

Casalmaggiore e Bergamo
O Pomì Casalmaggiore venceu a liga italiana em 2015 e a Champions League em 2016. Já o Foppapedretti Bergamo, mais tradicional, é sete vezes campeão continental, oito vezes campeão italiano e ganhou, ano passado, a Coppa Itália. Mas, na atual temporada, a situação da dupla é de amargar.

Entre 12 equipes, o Casalmaggiore, de Lo Bianco, Brayelin Martinez, Sarah Pavan, Martina Guiggi aparece na décima posição, com duas vitórias e dez pontos em 12 jogos, e o Bergamo, de Myriam Sylla, Sanja Malagurski, no penúltimo lugar – um triunfo a mais e um ponto a menos que o Pomì.

Não bastasse a campanha vexatória, a direção do Casalmaggiore teve também uma atitude que vai totalmente na contramão do profissionalismo: o presidente do clube, Massimo Boselli, anunciou, no último dia 17, que os salários das jogadoras estavam suspensos até que o desempenho em quadra fosse satisfatório.

(Há alguns meses, fizemos uma avaliação do ano das seleções. Clique aqui para ver.)

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Gabi volta à seleção: “Ninguém tem vaga garantida” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/gabi-volta-a-selecao-ninguem-tem-vaga-garantida/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/08/14/gabi-volta-a-selecao-ninguem-tem-vaga-garantida/#respond Mon, 14 Aug 2017 09:00:40 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8863

A ponteira de 1,80m tem a admiração do técnico José Roberto Guimarães (foto: FIVB)

Com apenas 23 anos, ela já pode ser chamada de veterana na seleção brasileira. Gabriela Guimarães, 1,80m, a ponteira que desde 2012 defende o antigo Rexona, atual Sesc-RJ, está de volta, depois de concluir o tratamento de uma inflamação no joelho. Sua primeira convocação foi em 2012, ainda prestes a completar 18 anos, para ganhar experiência, e a partir da temporada seguinte, início do ciclo passado, ela se firmou. Se até 2016 era reserva, difícil imaginá-la fora da equipe titular agora, porém Gabi politicamente rebate. “Ninguém tem vaga garantida”, disse ao Saída de Rede. A seleção tem como foco a Copa dos Campeões, de 5 a 10 de setembro, no Japão. Antes o time disputa, de 15 a 19 de agosto, na Colômbia, o Campeonato Sul-Americano, valendo uma vaga para o Mundial 2018.

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Ela faz questão de ressaltar o desempenho das colegas ponteiras na recente conquista do 12º título brasileiro no Grand Prix. “A Rosamaria e a Drussyla foram bem demais. A Natália, todo mundo viu, não é preciso dizer muito, jogou em alto nível. Não há vaga cativa na seleção, joga quem estiver melhor”. Nos bastidores, o técnico tricampeão olímpico José Roberto Guimarães não esconde sua admiração por Gabi.

Gabi recebe um saque na Superliga (Alexandre Loureiro/CBV)

Retorno aos poucos
Ainda recuperando a forma e retornando à seleção num torneio tecnicamente fraco como o Sul-Americano, Gabi acredita que deve ser pouco acionada esta semana. “Acho que vou jogar pouco nesse campeonato, talvez entre para ganhar ritmo”.

Após o Sul-Americano, a seleção brasileira fará dois amistosos contra os Estados Unidos, na casa do adversário, em Anaheim, nos dias 27 e 29 de agosto, como preparação para a Copa dos Campeões. “Ali eu espero estar mais solta”, comentou.

Gabi tenta bloquear a china de Akinradewo. Será que conseguiu? (FIVB)

Equipe renovada
Reserva no período 2013-2016, a atleta evita comentar seu papel na seleção no ciclo iniciado este ano rumo a Tóquio 2020, em que jogadoras antes coadjuvantes ganharam papel de protagonista e novos nomes vão se integrando ao time. “Temos que ver como a equipe vai ficar, até porque algumas veteranas estão fora por enquanto, mas voltam ano que vem”, afirmou.

Para ela, foi uma “tortura” ter apenas que torcer e não poder jogar na conquista do Grand Prix 2017. “Torcer é muito sofrido, jogar é mais fácil. De longe você não pode fazer nada”. A atacante enfatiza o orgulho que sentiu pela recuperação da seleção no torneio. “O time correu o risco de não ir à fase final, quase não foi para a semifinal, de repente foi campeão, aquilo foi demais. Queria muito ter estado ali, falava com as meninas o tempo todo, ficava ansiosa. Há uma lição importante a ser tirada desse GP, que é não se deixar abater nunca, saber dar a volta por cima. Foi uma vitória linda desse grupo todo. A Itália tem a Egonu, a Sérvia tem a Boskovic, a China tem a Zhu, mas nós temos um conjunto”.

A atleta concede entrevista após uma partida em São Paulo (FIVB)

Dores e recuperação
Diagnosticada com uma tendinite patelar (inflamação que afeta o joelho devido ao esforço repetitivo) na reta final da Superliga 2016/2017, ela suportou as dores para poder ajudar a equipe do Rexona-Ades a chegar ao 12º título da competição e depois ao vice-campeonato no Mundial de Clubes. “A partir da semifinal da Superliga, eu tive que diminuir a intensidade da minha participação nos treinamentos, deixava para saltar somente durante as partidas. Já no Mundial eu praticamente nem treinava, me guardando para os jogos”, explicou. Durante uma partida de cinco sets, por exemplo, uma ponteira salta em média 120 vezes, entre ataques, bloqueios, fintas e saques.

Para tentar escapar de uma cirurgia, Gabi optou pelo tratamento com ondas de choque. A terapia consiste no uso de ondas mecânicas (pulsos sônicos) produzidas por um equipamento de pequenas dimensões. A intensidade das ondas é aumentada gradualmente, de acordo com a tolerância do paciente. Os efeitos das ondas de choque são baseados na produção do óxido nítrico, que é uma substância que estimula o surgimento de vasos sanguíneos, e também no estímulo das células-tronco e outras células que regeneram os tecidos. Após voltar do Japão, em setembro, a atleta vai passar por uma nova avaliação do departamento médico do seu clube para ter certeza se uma intervenção cirúrgica pode ser realmente descartada.

Bernardinho conversa com Gabi durante a Superliga (Alexandre Arruda/Sesc-RJ)

Clube e Superliga
Ela começou a treinar, de forma leve, há pouco mais de um mês, no Sesc-RJ. “Tive que maneirar. Agora que o Bernardinho não está mais com a seleção masculina, ele vem com gás em dobro para treinar a gente”, brincou Gabi.

Para a próxima temporada da Superliga, ela vê mais dificuldades e joga a responsabilidade para os adversários. “OK, estamos acostumadas a ganhar, mas não nos vejo como favoritas agora. Olha os times que o Praia Clube, o Vôlei Nestlé e o Minas montaram. Se a última edição já foi complicada para vencer, diria que a próxima vai ser ainda mais difícil”.

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Xodó no Rio, “Diva Régis” se prepara para desafio no voleibol polonês http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/18/xodo-no-rio-diva-regis-se-prepara-para-desafio-no-voleibol-polones/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/07/18/xodo-no-rio-diva-regis-se-prepara-para-desafio-no-voleibol-polones/#respond Tue, 18 Jul 2017 09:00:54 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=8401

Jogadora reage com bom humor às brincadeiras da torcida (Foto: Reprodução/Facebook Fc Regiane Bidias)

Nas últimas duas temporadas, pouco se viu Regiane Bidias em quadra. Apesar do posto de capitã do Rexona-Sesc, vencedor das cinco últimas edições da Superliga, a atacante teve uma função mais importante fora do que dentro da quadra. Agora, 13 anos depois de chegar ao Rio de Janeiro, ela se prepara para o primeiro desafio no voleibol de outro país.

Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, Régis falou da opção em assinar com o Budowlani Lodz, da Polônia – segundo ela, houve uma proposta para permanecer na equipe, que passará a se chamar Sesc, mas a falta de oportunidades de atuar a fez dar um novo passo na carreira. “Eu quero jogar, mas, com a base que ficou, com Gabi e Drussyla, seria meio complicado”, analisa a atleta, com uma humildade rara de se encontrar no meio esportivo. Ela também confessa ter sentido uma certa tristeza com as poucas chances que teve. “(A reserva) me incomodava, mas o time estava sempre jogando bem. Então, procurava ajudar dando informações, por exemplo. Mas, se o Bernardinho me chamasse, eu estava pronta”, conta.

Veterana e novata levam o Rexona ao 12º título da Superliga

Por seleção, líbero Suelen faz cirurgia bariátrica e perde 32 kg

A curiosidade de conhecer novos lugares foi outro fator que pesou na decisão de Régis, ainda que ela admita saber pouco sobre o país onde vai morar a partir de agosto: “Olha, não conheço quase nada (risos). Todo mundo só fala que eu vou passar frio lá na Polônia, mas estou bem ansiosa em saber como é lá”. Única brasileira no elenco, ela tem tentado reforçar o inglês nas últimas semanas, mas sua principal arma mesmo será o bom humor e a solidariedade das futuras companheiras de time. “Não tem nada que o Google Tradutor não ajude”, brinca.

Jogadora do Sesc desde 2004, Régis é a recordista de títulos da Superliga, com dez conquistas, além do vice-mundial conquistado este ano (Foto: Divulgação)

Do período passado no Rio de Janeiro, a principal sentimento que fica é o de gratidão por tudo o que o técnico Bernardinho e a comissão técnica lhe proporcionaram. “Não tenho nem o que falar deles, que me abraçaram desde o dia em que cheguei e também quando tive problemas no ombro e no joelho. Só tenho a agradecer. Entrei menina e saio como uma pessoa experiente, com uma cabeça que sabe o que quer daqui pra frente”, destaca.

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Diva Régis

Como não poderia deixar de ser, Regiane também comentou o assédio dos torcedores, que, em um misto de brincadeira e afeição, passaram a chamá-la de “Diva Régis”, apelido que também passou a ser usado dentro do Rexona-Sesc.

“Já até ganhei um travesseiro com os dizeres: ‘Eu sou diva e não durmo: descanso minha beleza’”, diverte-se a jogadora. “Eu estranho até hoje, mas até no treino as meninas passaram a me chamar de diva. Falavam o apelido de todas, mas o meu era o mais zoado”, conta.

E será que a brincadeira vai pegar em polonês? No que depender de Regiane, a resposta é não: “Nem vou falar lá que existe esse apelido (risos)”.

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Na seleção, Drussyla ainda se adapta à nova fase: “Tudo aconteceu muito rápido” http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/06/06/na-selecao-drussyla-ainda-se-adapta-a-nova-fase-tudo-aconteceu-muito-rapido/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/06/06/na-selecao-drussyla-ainda-se-adapta-a-nova-fase-tudo-aconteceu-muito-rapido/#respond Tue, 06 Jun 2017 09:00:41 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7556

Drussyla revela ter sentido um “frio na barriga” quando soube que seria titular nos amistosos contra a República Dominicana (Foto: Oswaldo Forte/MPIX/CBV)

Se há dois meses você falasse para Drussyla Costa que hoje ela estaria vestindo a camisa da seleção adulta feminina de vôlei, a ponteira lhe acharia uma pessoa com ótimo senso de humor. Ou, na melhor das hipóteses, excessivamente otimista. Apesar de ser uma das jogadoras de mais destaque nas categorias de base verde-amarelas nos últimos anos, a atleta que está prestes a completar 21 anos era apenas reserva no Rexona-Sesc, com eventuais participações nas partidas da Superliga.

** Clubes não aceitam calendário e podem abandonar Superliga ainda este ano **

Três pontos positivos e três negativos do começo do ciclo da seleção feminina

Rússia e Itália se garantem no Mundial feminino. Já a Holanda…

Foi então que começou a semifinal contra o Camponesa/Minas. O cenário equilibrado e as inconstantes atuações da holandesa Anne Buijs fizeram com que o técnico Bernardinho bancasse a aposta e colocasse Drussyla pra valer em quadra no terceiro jogo da série melhor-de-cinco. Deu certo: com boa atuação da ponteira tanto no passe quanto no ataque, o Rexona não só garantiu a vaga na final como foi campeão da Superliga. No Mundial de clubes, foi uma das chaves para que a equipe carioca chegasse à decisão, onde perdeu para o milionário time do VakifBank, cujo orçamento permitiu a montagem de uma espécie de seleção do mundo.

Para Zé Roberto, jogadora precisa de tempo para ganhar experiência e rodagem internacional (Foto: Divulgação/CBV)

Foi o suficiente para que o técnico José Roberto Guimarães resolvesse dar uma chance à jovem que teve uma infância pobre e até sofreu preconceito por não ter conseguido manter os estudos.

“Nós ficamos muito felizes quando aparece um talento como a Drussyla. Ela fez uma boa fase final da Superliga e também teve atuações consistentes no Mundial de clubes. É uma jogadora jovem que precisa de tempo para ganhar experiência e rodagem internacional com a camisa da seleção. É importante que tenha os pés no chão, saber que tem muita coisa para aprender e nunca esquecer as dificuldades que enfrentou para chegar até aqui. Esse ano ela também vai jogar o Mundial sub-23, pois achamos importante a sua participação no torneio”, comentou Zé Roberto com exclusividade para o Saída de Rede.

A convocação do experiente treinador foi uma surpresa para a própria Drussyla. “As coisas aconteceram muito rápido”, admitiu.

Tão rápido que ela teve que cancelar os planos de férias, trocadas por um pequeno período de cinco dias de descanso entre o Mundial de clubes e a apresentação à seleção brasileira. “Estava planejando outras coisas pra mim, desmarquei tudo. Mas estou muito feliz porque é uma oportunidade única, tenho que aproveitar. Vale a pena o sacrifício”, destacou.

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Sacrifício que fica mais claro quando se olha o calendário: Drussyla segue com a seleção principal até o fim do Grand Prix, nos primeiros dias de agosto. Depois, se apresenta à seleção sub-23, que entre 10 e 17 de setembro irá defender o título no Mundial da categoria, na Eslovênia. Na volta, já iniciará a temporada 2017/2018 com o Rexona, que passou a se chamar apenas Sesc após saída do então patrocinador principal.

Nesta nova fase, enfrentar as melhores atletas do mundo será uma constante. E Drussyla já sentiu a diferença no Mundial de clubes. “Lá a bola foi mais alta enquanto na Superliga temos um jogo de mais velocidade. As jogadoras também são maiores, mas nós brasileiras temos que tentar igualar essa diferença de altura com habilidade e um jogo mais inteligente”, destacou a jogadora de 1,85 m. “O Mundial foi uma experiência única, pois nunca tinha jogado com meninas tão boas, altas. Por mais que nas categorias de base eu tenha enfrentado atletas da Europa, da Rússia, a exigência é outra. Foi bem difícil, mas tentei dar o meu melhor. Teve dias que consegui, outros não, mas queria manter o foco no time pra ajudar as meninas da melhor forma possível”, contou.

Ponteira teve que abdicar das férias planejadas: “Vale o sacrifício” (Foto: Oswaldo Forte/MPIX/CBV)

Agora, na seleção, o momento é de desfrutar o sonho que virou realidade.

“Está sendo um grande aprendizado o dia a dia com as jogadoras e a comissão técnica. Os dois amistosos, em Manaus e Belém, contra a República Dominicana foram muito especiais. No vestiário, quando o Zé avisou que eu seria titular no primeiro jogo, me deu um frio na barriga, mas procurei ficar calma, lembrei de todos os treinamentos feitos até aquele momento e procurei aproveitar ao máximo a oportunidade”, afirmou a atleta.

Drussyla e as demais jogadoras da seleção feminina estarão em quadra nesta terça-feira (6), às 13h45 (horário de Brasília), quando o Brasil enfrenta a Polônia pelo torneio amistoso de Montreux, na Suíça. O duelo terá transmissão do SporTV 2.

* Colaborou Sidrônio Henrique

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Qual é a situação de Sheilla, Mari, Jaqueline e Paula no mercado? http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/29/qual-e-a-situacao-de-sheilla-mari-jaqueline-e-paula-no-mercado/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/29/qual-e-a-situacao-de-sheilla-mari-jaqueline-e-paula-no-mercado/#respond Mon, 29 May 2017 09:00:22 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7413

Paula, Sheilla e Jaqueline, bicampeãs olímpicas. Mari, ouro em Pequim 2008 (fotos: FIVB)

Elas estiveram presentes em grandes momentos do voleibol brasileiro, têm lugar cativo na memória do torcedor e ainda animam uma legião de fãs, que constantemente perguntam ao Saída de Rede onde as quatro irão jogar na temporada 2017/2018. A oposta Sheilla Castro, 33 anos, a ponta/oposta Marianne Steinbrecher, 33, e as ponteiras Jaqueline Carvalho, 33, e Paula Pequeno, 35, estão à disposição no mercado e a gente conta para você, sem revelar valores, qual é a situação de cada uma.

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Sheilla Castro
Bicampeã olímpica, Sheilla Castro não jogou na temporada de clubes recém-encerrada. Após a eliminação do Brasil pela China nas quartas de final da Rio 2016, ela deu adeus à seleção e anunciou que tiraria um ano sabático. Nos dois períodos anteriores, havia jogado pelo time turco VakifBank. Foi titular no primeiro ano, mas no segundo ficou como reserva da holandesa Lonneke Sloetjes – às vezes sequer era escalada como suplente pelo técnico Giovanni Guidetti.

Um dos maiores empecilhos à contratação de Sheilla no Brasil é o alto valor pedido pela atleta, fora do alcance mesmo dos clubes de maior orçamento. O Vôlei Nestlé já tem duas opostas, Paula Borgo e Lorenne. O Dentil/Praia Clube busca uma estrangeira para a posição e, de qualquer forma, já conta com o máximo de duas atletas ranqueadas pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) com o teto da pontuação (sete pontos), a central Fabiana Claudino e a ponta Fernanda Garay – Sheilla e outras oito jogadoras estão no topo do ranking. O Sesc RJ (antigo Rexona-Sesc) já renovou com a oposta Monique e não tem espaço para a veterana. O Camponesa/Minas, desde o fim da temporada, tinha a americana Destinee Hooker como prioridade e renovou com ela. O Hinode/Barueri aguarda um co-patrocinador e foca numa estrangeira para a posição – o técnico José Roberto Guimarães tem à disposição uma relação com quatro nomes, todas com custo inferior ao de Sheilla, sendo uma europeia a primeira da lista.

Segundo uma fonte consultada pelo SdR, ainda que fosse reduzido pela metade, o valor pedido por Sheilla Castro “seria considerado irreal”. A mesma fonte comentou que, embora a prioridade dela seja permanecer no país, os mercados italiano e asiático não foram descartados.

Jaqueline entrou em quadra no returno da Superliga 2016/2017 e ajudou o Minas (foto: Orlando Bento/MTC)

Jaqueline Carvalho
Outra do grupo das bicampeãs olímpicas e das ranqueadas com sete pontos pela CBV, a ponta Jaqueline Carvalho não tem pressa. Embora seja considerada uma das principais ponteiras-passadoras do mundo por técnicos do quilate de Bernardinho, Zé Roberto e do americano Karch Kiraly, seu custo comprometeria a maioria dos orçamentos no Brasil e ela não tem interesse em voltar a jogar no exterior agora.

Na temporada passada, a exemplo do período 2014/2015, pegou o bonde andando, mas mesmo assim ajudou o Camponesa/Minas a chegar às semifinais da Superliga. Entre uma e outra, na edição 2015/2016, teve um desempenho abaixo do usual no Sesi. Em entrevista ao Saída de Rede, publicada em fevereiro, ela avisou que não pretende parar e que, inclusive, segue à disposição da seleção. Além de enfatizar que quer acompanhar o dia a dia do filho – Arthur completou 3 anos em dezembro –, Jaqueline dá apoio ao marido, o bicampeão mundial Murilo Endres, que permanece no Sesi, agora como líbero. Ele foi pego no teste antidoping no início deste mês. A contraprova do exame de Murilo confirmou o resultado positivo para furosemida, um diurético que consta na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

Paula Pequeno
MVP de Pequim 2008 e presente na campanha de Londres 2012, a ponteira Paula Pequeno jogou as últimas quatro temporadas no Brasília Vôlei. A veterana despertou a atenção do Bauru, mas assim como o seu atual clube, o time paulista tem limitações orçamentárias. O Bauru perdeu a Genter como patrocinador master e busca outro parceiro – o anterior segue apoiando, mas agora apenas com uma cota. Na capital federal, a equipe de PP4 renovou com o Banco de Brasília (BRB), mas ainda aguarda a confirmação da permanência do co-patrocinador, a Terracap.

Tanto no interior paulista como no Planalto Central, Paula teria ainda a opção de trazer, caso consiga, um patrocinador e jogar pela equipe. Bauru terá certamente um time mais competitivo, mas ela é de Brasília, está bem instalada na cidade e isso também pode pesar. Parar não está nos planos da atacante, que foi peça importante para seu clube na última edição da Superliga. Em janeiro, ela disse ao SdR: “Enquanto meu físico aguentar e eu amar o voleibol do jeito que amo, vou estar aqui dentro”.

Mari durante aquecimento numa partida da Superliga 2016/2017 (foto: Neide Carlos/Vôlei Bauru)

Marianne Steinbrecher
Titular na campanha do ouro olímpico em 2008, Marianne Steinbrecher também não pensa em parar. “Eu acho que fisicamente, apesar dos contratempos, ainda tô super tranquila pra jogar”, disse ao Saída de Rede, numa entrevista veiculada em março. Mari, que não renovou com Bauru, tem outras questões que dependem de ajustes com seu futuro clube. “Eu tenho que ver minha mãe, que agora é uma senhora paraplégica que mora sozinha, eu tenho todo um esquema um pouco diferente”, explicou na época ao blog. A mãe dela vive em Rolândia, no interior do Paraná, cidade onde a paulistana Mari foi criada. Quando a equipe do interior paulista a contratou, o técnico Marcos Kwiek deu seu aval para que ela se ausentasse quando fosse preciso. A ponta/oposta foi reserva de Bruna Honório na Superliga 2016/2017. Seu destino na próxima temporada permanece indefinido.

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Dicas de Dani Lins e condição de titular na Superliga empolgam Roberta no retorno à seleção http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/26/dicas-de-dani-lins-e-condicao-de-titular-na-superliga-empolgam-roberta-no-retorno-a-selecao/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/26/dicas-de-dani-lins-e-condicao-de-titular-na-superliga-empolgam-roberta-no-retorno-a-selecao/#respond Fri, 26 May 2017 18:00:37 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7359

No ano passado, Roberta Ratzke foi campeã do GP, mas foi cortada antes da Rio 2016 (foto: CBV)

A primeira passagem da curitibana Roberta Ratzke pela seleção brasileira principal, no ano passado, teve um gosto amargo. É que a levantadora do Rexona-Sesc sabia desde a convocação que havia grandes chances de ter que ceder o lugar para Fabíola, que deu à luz menos de três meses antes da abertura da Rio 2016. Ainda pôde participar da campanha vitoriosa no Grand Prix, como reserva de Dani Lins, mas não sentiu o sabor de disputar uma Olimpíada. Agora é diferente. Na luta a partir do começo deste ciclo, Roberta, 27 anos, 1,85m, quer entrar para valer na corrida por um lugar na equipe rumo a Tóquio 2020.

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“Minha busca agora é poder ver o máximo de anos possíveis o meu nome na lista de convocadas. Vou me entregar novamente, igual ao que fiz no ano passado. Mas este ano eu volto como uma atleta diferente. É que sendo titular (no Rexona-Sesc) eu pude jogar mais, tive mais experiência. Conversei com a Dani Lins também, ela me passou bastante coisa, está super na torcida”, contou Roberta ao Saída de Rede.

Embora esteja no time de Bernardinho desde 2010, Roberta Ratzke só conseguiu a titularidade na reta final da Superliga 2015/2016, substituindo a levantadora americana Courtney Thompson durante a série semifinal. Na edição 2016/2017, teve a chance de ser titular do Rexona-Sesc desde o início do torneio.

A jogadora admite que ficou aflita com a espera pela convocação. “Estava ansiosa porque no ano passado ela saiu um dia depois da final da Superliga e este ano a gente teve que esperar mais um pouquinho, por causa do Mundial de Clubes, então o coração ficou apertado. Mas no final fiquei muito feliz em ver meu nome e estar mais um ano presente”.

Roberta conquistou em abril mais um título de Superliga com o Rexona-Sesc (Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV)

Depois do título na Superliga (o sexto dela, todos com a equipe carioca) e do vice-campeonato no Mundial de Clubes realizado no Japão, Roberta Ratzke, que seguirá no agora Sesc RJ, se apresentou à seleção, que está concentrada em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Juntou-se ao grupo no último domingo (21). “Sobrou pouco tempo para descansar, mas é uma honra poder vestir a camisa do Brasil novamente”, afirmou.

Ela foi convocada por Zé Roberto para o Montreux Volley Masters, torneio anual disputado na Suíça, que será realizado de 6 a 11 de junho, e também, como era esperado, está na lista ampla para o Grand Prix 2017, de 7 de julho a 6 de agosto. Na primeira competição, vai se revezar com Naiane, que jogava pelo Camponesa/Minas e irá para o Hinode/Barueri na próxima temporada de clubes. No GP, as duas ganham a companhia das levantadoras Juma, que renovou com o Bauru Vôlei, e Macris, que deixou o Brasília Vôlei e jogará pelo Minas.

Titular da seleção a maior parte desta década, Dani Lins, que ainda não definiu sua situação com o Vôlei Nestlé, tem planos de engravidar este ano e não foi chamada. Fabíola, reserva no Mundial 2014 e na Rio 2016, sofreu uma lesão no joelho, em abril, durante treino do clube suíço Volero Zurich para os playoffs da Liga dos Campeões da Europa, passou por uma artroscopia e está em recuperação – ela jogará pelo Vôlei Nestlé na próxima temporada.

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Carrasca da seleção feminina na Rio-2016 confessa ser fã da brasileira Gabi http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/21/carrasca-da-selecao-feminina-na-rio-2016-confessa-ser-fa-da-brasileira-gabi/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/21/carrasca-da-selecao-feminina-na-rio-2016-confessa-ser-fa-da-brasileira-gabi/#respond Sun, 21 May 2017 09:00:18 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7278

Gabi, 1,80m, e Zhu, 1,98m: admiração mútua (Fotos e dados: Divulgação/FIVB e Vakifbank)

O nome Ting Zhu causa arrepios na torcida brasileira. Afinal, foi a chinesa de apenas 22 anos uma das principais responsáveis pela eliminação precoce da seleção feminina de vôlei, logo no primeiro mata-mata da Rio 2016. Há exatamente uma semana, ela também teve grande atuação na final do Mundial de clubes, impedindo o Rexona-Sesc de conquistar um título inédito.

Isso, porém, não significa que Zhu não admire o voleibol bicampeão campeão olímpico. Em vídeo promocional feito pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) durante o Mundial, Zhu foi questionada sobre qual seria a jogadora que mais admira. E a resposta contemplou justamente uma brasileira…

“Eu gosto da Gabi, a recepção e a defesa dela são boas”, comentou a chinesa, cujo sotaque a fez pronunciar o nome da brasileira de uma maneira bastante peculiar: “Gábi”. A estima é recíproca. Convidada a participar da mesma brincadeira, Gabi escolheu justamente Zhu. “Ela é muito boa e tem a mesma idade que eu. A Zhu é incrível”, declarou a ponteira, que também apontou a americana Jordan Larson como uma de suas atletas preferidas:  “É muito completa”

Convocação de Zé Roberto tem o que deve ser feito em 2017: renovação

“Falso canhoto” é a grande promessa do vôlei brasileiro

A chinesa ainda falou sobre outra jogadora de vôlei que gosta de ver atuar, uma russa: “Kosheleva. Ela pega bolas muito altas e por toda a quadra, sem chance para o bloqueio e a defesa”.

O vídeo completo, em inglês, pode ser visto abaixo e conta com as opiniões de várias jogadoras, como a russa Yana Shcherban (voto para a americana Kimberly Hill e Zhu), Hill (Jordan Larson), Fabi (“As líberos japonesas são uma grande inspiração”), Anne Buijs (Zhu), Foluke Akinradewo (Zhu), Maja Poljak (“Não sei. Não quero desapontar ninguém que eu não mencionar, então prefiro ser diplomática (risos)”), Olesia Rykhliuk (“Todas são muito boas, não posso dizer uma só”) e Milena Rasic (outra que também não opinou).

E no seu caso, qual é a jogadora que você mais admira?

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Convocação de Zé Roberto tem o que deve ser feito em 2017: renovação http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/17/convocacao-da-selecao-feminina-tem-campeas-no-sub-23-e-11-finalistas-da-superliga/ http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/05/17/convocacao-da-selecao-feminina-tem-campeas-no-sub-23-e-11-finalistas-da-superliga/#respond Wed, 17 May 2017 09:00:59 +0000 http://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/?p=7261

Convocação de Zé Roberto privilegiou jogadoras mais jovens (foto: Leandro Martins/MPIX/CBV)

A lista das 24 convocadas pelo técnico José Roberto Guimarães para defender a seleção brasileira no Torneio de Montreux e de inicialmente inscritas no Grand Prix 2017 mostra que o primeiro ano do ciclo olímpico é, de fato, propício a testes. Nomes como Fernanda Garay, Thaisa, Dani Lins ou Jaqueline devem figurar noutras convocações – recordemos, inclusive, que Fabiana e Sheilla já disseram publicamente que não pretendem mais atuar na seleção, mas o treinador já deixou claro que ainda gostaria de contar com as duas. Porém, pensando que oito das 12 jogadoras do time das Olimpíadas do Rio tinham mais de 29 anos de idade, o que se impõe agora é a necessidade de dar rodagem a jogadoras mais jovens.

No plantel atual, apenas Adenizia, Tandara e Natália já têm uma medalha olímpica no currículo – o ouro de Londres 2012. A elas, juntem-se Juciely, Gabi e Léia, que disputaram a Rio 2016, e Carol, bronze junto com todas elas (exceto Juciely) no Mundial da Itália 2014. As sete são as únicas da lista que já participaram de alguma das duas principais competições do voleibol mundial.

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É bom frisar que essa lista vai sofrer alguns cortes, especialmente para o Grand Prix. Dito isso, registre-se que apenas quatro das 24 convocadas têm 30 anos de idade ou mais e que metade do elenco nem completou 26 anos ainda. É de se notar, por exemplo, que as levantadoras que conquistaram o mundial sub-23 em 2015 – as paraenses Juma e Naiane – foram convocadas e, junto com elas, outros seis nomes daquela equipe: Rosamaria, Saraelen, Paula Borgo, Valquíria, Gabi Souza e Drussyla.

Convocadas por Zé Roberto, Saraelen, Juma e Rosamaria foram campeãs mundiais no sub-23 (FIVB)

Outro aspecto próprio do período de experimentos é a posição em que algumas das jogadoras atuarão. Em Montreux, Edinara e Fernanda Tomé, de acordo com o anúncio oficial, jogarão na saída de rede, enquanto, no Grand Prix, devem figurar na entrada – nesta temporada, pelo São Cristóvão Saúde/São Caetano, Edinara, que passou boa parte do primeiro turno da Superliga na reserva, jogou mais como oposta e Tomé, ponteira. Já Gabi Souza, embora ponta do Vôlei Nestlé, é uma das três líberos inscritas para o GP.

Uma curiosidade na convocação de Zé Roberto é que, das titulares do time campeão brasileiro há algumas semanas, apenas a líbero Fabi – que não defende a seleção desde 2013 – não foi chamada: embora nenhuma jogadora do Rexona-Sesc esteja na seleção da Superliga (a CBV considera apenas as estatísticas para montar seu time ideal), o clube carioca foi o que mais jogadoras cedeu à equipe nacional, com seis atletas – uma a mais que o Osasco, o que contabiliza 11 finalistas da Superliga 2016/2017.

Dentre as jogadoras do Rio, ressaltem-se a oposta Monique, que ano passado alegou motivos pessoais para pedir dispensa da seleção às portas do Grand Prix, e a ponta Drussyla, que assumiu a titularidade da equipe comandada por Bernardinho na reta final da temporada e terminou como um dos destaques do time. Além delas, a levantadora Roberta, que enfim disputou uma Superliga completa como titular do Rexona, ganhou mais uma chance para se firmar na seleção: campeã do GP como reserva de Dani Lins, ela deu lugar a Fabíola no time olímpico.

Fora da “seleção” da Superliga, sexteto do Rexona está na seleção de Zé Roberto (Inovafoto/CBV)

Será também uma boa oportunidade para a atacante Rosamaria, do Camponesa/Minas, deslocada da saída para a entrada de rede, a levantadora Macris, a ponteira Amanda e a central Bia mostrarem na seleção o bom voleibol que apresentaram na Superliga.

Outra curiosidade na lista é que a central Saraelen e a oposta Paula Borgo perderam espaço no time titular do Vôlei Nestlé, respectivamente, para Nati Martins e Ana Bjelica, e ainda assim foram convocadas. O mesmo vale para Gabi, que passou mais tempo na reserva de Malesevic do que em quadra, mas, como já dito, com a ressalva de haver sido chamada para jogar de líbero.

Zé Roberto convida Fofão para integrar comissão técnica da seleção feminina

As três atletas que atuam o exterior, por sua vez, tiveram uma temporada muito boa. Na liga italiana, a líbero Suelen foi titular do Bergamo, quarta melhor campanha da fase classificatória, enquanto a meio de rede Adenízia, pelo Scandicci, foi a central que mais fez pontos na competição – tanto no geral, quanto de bloqueio. Na Turquia, a ponteira Natália foi campeã pelo Fenerbahçe da copa e da liga locais, sendo, inclusive, premiada como a melhor jogadora das finais do campeonato nacional.

O torneio de Montreux será disputado entre os dias 6 e 11 de junho. O Brasil está no grupo B, ao lado da Alemanha, da Tailândia e da Polônia, contra quem estreia Já no Grand Prix, que começa dia 7 de julho e vai até 6 de agosto, a caminhada brasileira começa em Ancara, na Turquia, diante da Bélgica. Antes, nos dias 30 de maio e 1º de junho, a seleção encara a Rep. Dominicana em amistosos, respectivamente, em Manaus e Belém.

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