Quais foram os melhores jogadores de vôlei de 2019?
Janaína Faustino
28/12/2019 06h00
Debutante na seleção brasileira, Leal foi fundamental no Pré-Olímpico e na Copa do Mundo (Fotos: Divulgação/FIVB)
Assim como no feminino, chegou a vez de o Saída de Rede lembrar os grandes destaques do ano no naipe masculino. Dê uma olhada na lista em ordem alfabética:
Alan Souza
Um dos opostos em franca ascensão no vôlei brasileiro nas duas últimas temporadas, ele chegou de mansinho na seleção principal para ocupar o lugar do oposto Wallace, que ganhou merecidíssimo descanso após ter sido talvez o mais importante jogador do último ciclo que culminou no histórico tricampeonato olímpico na Rio 2016.
Assim, titular em boa parte da temporada de seleções, Alan não decepcionou. Ao contrário, teve um 2019 extraordinário. Na Superliga 2018/2019, apesar do vice-campeonato com o Sesi-SP, terminou como o maior pontuador com 395 acertos.
Na seleção, ele rapidamente mostrou a que veio e saiu com o prêmio de melhor jogador em duas competições: o Sul-Americano, em que o país confirmou sua supremacia ao vencer pela 32ª vez, e a Copa do Mundo, torneio onde ele brilhou, ajudando o Brasil a ganhar a sua terceira medalha de ouro.
Mais visado, Alan sabe que precisará trabalhar para driblar a marcação crescente dos rivais com o objetivo de manter o nível de atuação e garantir uma vaga nos Jogos de Tóquio. Potencial para tanto ele já provou que tem de sobra.
Osmany Juantorena
Há tempos o ponteiro italiano Juantorena é considerado um dos mais fortes e técnicos jogadores de vôlei do mundo. Tanto que sua extensa galeria de troféus fala por si. Neste ano, no entanto, nada ficou restando ao jogador cubano que se naturalizou em 2010 e ganhou a medalha de prata com a Azzurra na Olimpíada do Rio.
Campeão italiano com o Lube Civitanova, de Bruno e Leal, ele ainda levou o prêmio de melhor jogador da final contra o Perugia, equipe que tem em seu plantel outro astro do vôlei na atualidade, o polonês Wilfredo León. Uma semana depois, outra taça para a coleção: a da Liga dos Campeões da Europa, em que o seu time destronou o Zenit Kazan, da Rússia, e Juantorena ganhou novamente o prêmio de MVP.
Com a camisa da Azzurra, demonstrou, mais uma vez, o quanto a equipe muda de patamar quando pode contar com ele e Ivan Zaytsev. Não é nenhum exagero afirmar que a Itália não teria se classificado no Pré-Olímpico se não tivesse os dois como desafogo no time titular. Para completar, Juantorena se sagrou tetracampeão mundial de clubes ao bater o brasileiro Sada Cruzeiro, em Betim (MG). Ele já havia vencido a competição em outras três oportunidades com o Trentino.
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– Para o bem e para o mal: os fatos que marcaram o vôlei em 2019
– O ano ruim do vôlei feminino brasileiro no Mundial de Clubes
Ricardo Lucarelli
O ano teve um significado especial para o campeão olímpico Lucarelli. Foi justamente na temporada 2018/2019 que ele voltou a jogar depois de ter ficado quase oito meses longe das quadras se recuperando da cirurgia no tendão de Aquiles. Com foco no pleno restabelecimento, chegou a abrir mão do Mundial do ano passado, em que o Brasil conseguiu o vice-campeonato. A acertada opção, contudo, gerou algumas críticas à época.
Recuperado, ele voltou voando. O ponteiro foi uma peça imprescindível tanto no ataque quanto no saque, dando uma colaboração preciosa na conquista do primeiro título nacional do EMS Taubaté Funvic. E acabou com o prêmio de MVP da Superliga.
Com o Brasil, logo no início da temporada, ele formou, ao lado de Leal e do líbero Thales, uma linha de passe instável especialmente na recepção do saque balanceado. Contudo, foi compensando os problemas na preparação com o bom desempenho na virada de bola, sendo o terceiro maior pontuador da Liga das Nações.
Já no Pré-Olímpico, em uma demonstração de desprendimento, passou a desempenhar uma função em que aparecia menos no ataque da seleção brasileira. Embora também tenha sido decisivo em alguns momentos na virada de bola, Lucarelli se destacou mais no fundo de quadra e na recepção (bem mais ajustada principalmente na vitoriosa campanha na Copa do Mundo). Tanto que na competição realizada no Japão, Alan e Leal foram os brasileiros que apareceram no top10 dos maiores pontuadores. De volta à Superliga, ele segue como um dos principais atacantes do atual campeão nacional neste ano pré-olímpico.
Yoandy Leal
Outro que também tem muito que comemorar é o brasileiro Leal. Após quatro anos de espera, ele vestiu a camisa amarela pela primeira vez na Liga das Nações, torneio que abriu a temporada. E, para alegria de muitos e desespero de alguns, não teve grandes dificuldades para se adaptar ao padrão de jogo e ao ritmo intenso de treinamentos da equipe comandada por Renan Dal Zotto.
Apesar dos problemas enfrentados na recepção, o ponteiro logo se transformou em um dos motores do ataque verde e amarelo, sendo, inclusive, o principal responsável pela dramática classificação brasileira rumo aos Jogos do Japão no Pré-Olímpico de agosto. Vivendo a sua plenitude física e técnica, Leal ainda foi, ao lado de Alan, o maior destaque ofensivo da seleção na Copa do Mundo.
Se com a seleção ele viveu um ótimo 2019, no seu clube, o Civitanova, as alegrias não foram menores. Campeão italiano e da Champions League, Leal fechou o ano com o quarto título do Mundial de Clubes. Ele ganhou o ouro justamente em cima do multicampeão Cruzeiro, time em que jogou durante sete temporadas e onde venceu outras três vezes. Embora não tenha sido valorizado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB), que o deixou de fora da seleção do campeonato, Leal acabou ficando com prêmio de MVP, dado pelo levantador Bruno.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.