Brasil joga mal de novo e é atropelado pelos EUA na Copa do Mundo
Janaína Faustino
19/09/2019 07h27
A oposta Lorenne tenta passar pelo bloqueio de sua colega de posição, Drews, enquanto é observada pelo técnico José Roberto Guimarães (Fotos: Divulgação/FIVB)
O torcedor brasileiro terá que digerir mais um duro revés da seleção feminina de vôlei na Copa do Mundo do Japão. Na manhã desta quinta-feira (19), com uma performance novamente muito ruim, o time de José Roberto Guimarães sucumbiu diante dos Estados Unidos, uma das equipes favoritas ao título, em um dos maiores clássicos do vôlei mundial.
E, assim como contra a Holanda, as brasileiras caíram por 3 a 0, parciais de 22-25, 18-25 e 19-25. Com o resultado negativo, a seleção praticamente deu adeus ao título.
Vale lembrar que a enorme fragilidade exposta pelo Brasil frente ao selecionado norte-americano, entretanto, não é novidade. A inconsistência na virada de bola, na recepção, no saque e no sistema defensivo já havia aparecido em maior e menor grau nos cotejos anteriores na competição.
Assim, com um começo avassalador, a seleção americana não precisou fazer força para abrir rapidamente 10 a 3 na etapa inicial. Com um padrão de jogo bastante veloz e muita agressividade no saque, o time encurralou a linha de passe brasileira, que cometeu inúmeras falhas, impossibilitando uma distribuição adequada da levantadora Macris.
E mais:
– No 7o episódio do Voleicast: Seleção masculina sofre para conquistar o 32o título continental
– Ouça no Voleicast #6: Seleção feminina mantém hegemonia regional
Sem o passe nas mãos, a armadora recorreu às bolas lentas e altas pelas extremidades, favorecendo uma leitura perfeita do bloqueio americano, que tocava em todas. Para se ter uma ideia, as centrais Fabiana – que depois foi substituída por Mara – e Bia pouco trabalharam não apenas nesta etapa, mas no jogo inteiro. Outro grande problema do Brasil foi o sideout, que esteve efetivo somente com a ponta Drussyla, responsável por 6 acertos no set.
Em uma primeira parcial em que nada funcionou, o bloqueio (ao total, foram 8 pontos no fundamento contra 4 das brasileiras), o saque e a defesa também patinaram em quadra e não conseguiram frear o ímpeto das comandadas de Karch Kiraly. A seleção ainda esboçou uma reação na reta final do set, mas não foi suficiente para impedir o êxito adversário.
O técnico Zé Roberto tentou mudar o panorama do confronto com a escalação da levantadora Roberta como titular na etapa complementar. Entretanto, o Brasil permaneceu sem ver a cor da bola. Com um jogo coletivo lento e extremamente previsível, o time repetiu as mesmas falhas do set inicial e acabou técnica e taticamente dominado do início ao fim.
No set derradeiro, a seleção brasileira buscou equilibrar a partida, evitando que as americanas se distanciassem rapidamente no placar, como ocorreu nas parciais anteriores. Contudo, com baixíssimo aproveitamento nos contra-ataques, sem o desafogo na saída de rede, já que Lorenne teve uma atuação bem abaixo, e sem as demais jogadoras que logo foram bem marcadas pelo bloqueio rival, como foi o caso de Drussyla, o Brasil foi facilmente batido.
As maiores pontuadoras do jogo foram a ponteira Kelsey Robinson e a oposta Andrea Drews com 15 e 14 acertos, respectivamente. Pelo lado brasileiro, os destaques foram Gabi e Drussyla com 12 pontos cada.
Foi a segunda derrota do time verde e amarelo para o rival no ano, uma vez que as americanas ganharam o bi na Liga das Nações no início da temporada. Em partida válida pela sexta rodada da Copa do Mundo, o Brasil enfrentará, no domingo (22), às 3h (horário de Brasília), a China, atual campeã olímpica, na cidade de Sapporo.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.