Trentino bate Civitanova, de Bruno e Leal, e é penta no Mundial de clubes
Carolina Canossa
02/12/2018 20h19
Com cinco títulos, Trentino mantém a impressionante marca de jamais ter perdido uma final de Mundial (Fotos: Divulgação/FIVB)
Maior vencedor da história do Campeonato Mundial de clubes no vôlei masculino, o Trentino fez jus à sua tradição para faturar o pentacampeonato da disputa neste domingo (2). Em duelo contra o também italiano Civitanova, a equipe comandada por Angelo Lorenzetti mostrou ampla superioridade para vencer a final da edição 2018 por 3 sets a 1, parciais de 25-20, 22-25, 25-20 e 25-18.
Com o resultado, o Trentino mantém a impressionante marca de jamais ter perdido uma final de Mundial – além dos títulos de 2009, 2010, 2011 e 2012, todos conquistados no Catar, o time também conquistou a medalha de bronze em 2013 e 2016, quando o torneio foi disputado em Minas Gerais e teve o Sada Cruzeiro como vencedor. O Sada, aliás, é o segundo maior vencedor do campeonato, a despeito da decepcionante campanha realizada este ano.
Para triunfar mais uma vez, a grande força do Trentino foi o ataque, especialmente com os ponteiros. Na final, por exemplo, foram 55 pontos no fundamento contra apenas 41 do Civitanova. O americano Aaron Russell (20 pontos) e o sérvio Uros Kovacevic (16 pontos) foram os maiores pontuadores do time. A boa leitura de jogo do levantador Simone Gianelli fica evidente no fato de todos os atacantes que tinha à disposição em quadra terem feito ao menos dez pontos. Há de se ressaltar ainda a qualidade do líbero francês Jenia Grebennikov, sempre habilidoso e bem posicionado.
Má organização e falta de estrutura fazem Superliga passar vergonha
Já pelo lado do Civitanova ficou evidente a necessidade de um maior entrosamento entre o levantador Bruno Rezende e Yoandy Leal, que, a partir de 2019, também devem jogar juntos na seleção brasileira. Com apenas sete pontos (26,7% de aproveitamento no ataque), o ponteiro teve uma partida daquelas para esquecer. A sensação era que, enquanto o Trentino jogava solto, o Civitanova se debatia para conseguir apresentar tudo o que sabe, sem sucesso. Não fosse pela boa atuação do central Simón, outro conhecido dos brasileiros por ter jogado no Sada, e do oposto Sokolov, a derrota teria ocorrido em três sets. O técnico Giampaolo Medei foi um espectador de luxo da partida e suas melhores tentativas de virar o jogo eram através de pedidos de vídeo check na expectativa de encontrar algum erro da arbitragem.
Agora, os finalistas se voltam para o Campeonato Italiano, onde somam 21 pontos cada e dividem a terceira colocação, atrás de Perugia (28 pontos) e Modena (24). Na disputa pela medalha de bronze, os russos do Fakel bateram os poloneses e donos da casa Asseco Resovia de virada por 3 a 1 (19-25, 25-20, 25-23 e 25-23).
Vale lembrar que os fãs de vôlei mal terão tempo para descansar, já que o Mundial feminino de clubes começa na terça-feira (4) com dois representantes brasileiros: o campeão da Superliga Dentil/Praia Clube e o campeão sul-americano Minas Tênis Clube.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.