Sesc-RJ atropela Minas e vai à 14ª final seguida de Superliga
Carolina Canossa
31/03/2018 17h23
Sesc jogou com segurança contra o Minas e poderia ter feito outro 3 a 0 (Fotos: Marcos de Paula / Sesc RJ)
Entra ano, sai ano e uma coisa não muda: Bernardinho estará na final da Superliga feminina de vôlei. Pelo 14º ano consecutivo, o treinador comandará a equipe do Rio de Janeiro (atualmente chamada Sesc-RJ) na grande decisão do voleibol brasileiro. A vaga da temporada em vigência foi confirmada na tarde deste sábado (31) com uma vitória por 3 a 1, parciais de 25-11, 21-25, 25-18 e 25-18, sobre o Camponesa/Minas na Jeunesse Arena, Rio de Janeiro.
O resultado foi o último capítulo da série melhor-de-cinco entre as duas equipes, além de uma revanche pela derrota na decisão do Sul-americano, em fevereiro. Nas partidas anteriores, o Sesc havia conquistado uma incrível virada fora de casa, seguida por um êxito tranquilo na segunda rodada.
Agora, o Sesc aguarda o vencedor da outra semifinal, onde o Dentil/Praia Clube, de Uberlândia, está liderando o confronto diante do Vôlei Nestlé, de Osasco, por 2 a 1 – o quarto jogo será disputado na noite de segunda-feira (2). Independente de quem passe, porém, o Sesc leva vantagem histórica: são oito vitórias em 11 finais diante das paulistas e um título na única decisão realizada contra os rivais mineiros.
Para chegar a mais uma final, o Sesc se aproveitou da ausência de uma das estrelas do Minas, Carol Gattaz, que, com problemas no joelho esquerdo, não pôde estar em quadra. Apoiado por cerca de quatro mil torcedores, o time carioca se baseou em um saque agressivo que explorou a insegurança da linha de passe rival desde o início. Como reflexo disso, o primeiro set teve seis pontos de bloqueio das donas da casa.
O segundo set ia pelo mesmo caminho até que, com 7-11 de desvantagem, Pri Daroit entrou no saque e fez um enorme estrago para cima de Drussyla, levando o placar para 12-11. Perseguida pela torcida rival por conta de seu baixo rendimento nas partidas anteriores, Rosamaria não se entregou e liderou a virada do Minas ao lado da líbero Léia, responsável por defesas incríveis na parcial. Destaque ainda para a ousadia do técnico italiano Stefano Lavarini, que tirou sua principal atacante, Destinee Hooker de quadra para reforçar a linha de passe com a também americana Sonja Newcombe, deixando Rosa como oposta.
Só que quem esperava um duelo equilibrado a partir daí se decepcionou: bastou uma passagem de Monique pelo saque para o Sesc escapar no placar na metade do terceiro set. O Minas, por sua vez, errava muito no fundamento e não conseguia uma sequência que lhe permitisse voltar ao jogo, ainda mais porque Roberta passou a acionar duas de suas opções mais experientes, a central Juciely e a ponteira Gabi. Para piorar, a própria Monique voltou ao saque no começo da quarta parcial e judiou da recepção mineira a ponto de o placar chegar a um incrível 8 a 0. Com tamanha vantagem, bastou ao Sesc controlar os próprios erros antes de fechar o jogo com Drussyla explorando o bloqueio.
Vale lembrar que, este ano, a decisão da Superliga feminina será em dois jogos: se houver vencedores diferentes nestas partidas, o título será decidido em uma parcial extra, chamada "Golden Set". A taça será levantada em 22 de abril.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.