Bom início do Corinthians não ilude Serginho: "Superliga é outra coisa"
Carolina Canossa
15/10/2017 06h00
Serginho investiu dinheiro do próprio bolso para viabilizar time: "É o mínimo que eu tinha que fazer pela cidade que me deu muito no passado" (Foto: Reprodução/Instagram)
O Corinthians-Guarulhos ainda não completou nem cinco meses de existência, mas já acumula bons resultados: além da vaga na Superliga, obtida através da conquista da Taça Ouro, o time de vôlei criado pelo líbero Serginho obteve a medalha de prata no Campeonato Paulista, encerrado no último final de semana. Um início empolgante para qualquer um, certo? Não para o multicampeão. Ao projetar seu desempenho e dos companheiros para a disputa nacional, o defensor procurou minimizar os recentes feitos do Timão nas quadras.
"Para ser realista, eu acho que vai ser um campeonato bem difícil pra gente. Paulista é uma coisa, Superliga é outra coisa. Eu diria que na Superliga há uns seis ou sete times brigando por quatro vagas na semifinal, então não dá para comparar. Todos os jogos são bons: é difícil ganhar do Maringá lá no Paraná, do Vôlei Renata em Campinas, do Montes Claros, que, além de uma torcida maravilhosa, montou um time que chamamos de chato no vocabulário do voleibol…", comentou o jogador, que ficou bastante insatisfeito com o desempenho corintiano na primeira partida da decisão. "O último jogo da final foi bom, ao contrário do anterior, onde não conseguimos fazer o mínimo no ataque o Taubaté aproveitou", analisou.
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De acordo com Serginho, o cenário perfeito para o Corinthians na Superliga 2017/2018 seria terminar entre os quatro primeiros colocados. Ele próprio, porém, sabe que trata-se de um objetivo pouco provável de ser realizado. "Se conseguimos isso, teremos feito um trabalho bem legal. Então, é preciso se classificar bem para os playoffs, sem ficar em sétimo ou oitavo, evitando pegar de cara os três times de orçamento maior, que seriam o Sada Cruzeiro, Taubaté e Sesc RJ. Mas não vai dar pra fugir muito disso (risos)", admitiu.
Corinthians deu trabalho para o Taubaté no segundo jogo da final do Paulista (Foto: Nicolas Ornellas/Corinthians-Guarulhos)
Uma prova desta realidade veio logo na estreia, quando o Corinthians foi derrotado pelo Sada Cruzeiro de virada por 3 sets a 1. Diante da dura realidade, o jeito é lembrar o motivo principal pelo qual Serginho insiste em continuar na ativa aos 41 anos.
"Estou em uma fase que jogo por amor mesmo. Se quisesse, já teria parado de jogar. Aí, a gente acaba fazendo as coisas por amor. Querendo ou não, nosso time acabou gerando mais de 40 empregos direta e indiretamente. E isso é tudo por amor ao voleibol. Hoje, não comportamos mais tantas crianças no nosso ginásio, são 360 treinando lá. Vai mais gente e temos que falar "não"", contou o atleta, orgulhoso de um projeto no qual investiu dinheiro do próprio bolso. "É o mínimo que eu tinha que fazer por uma cidade que me deu muita coisa no passado", afirmou Serginho.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
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O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.