Muda o levantador, mas não o desfecho: Sada Cruzeiro levanta mais um troféu
Carolina Canossa
11/10/2017 22h30
Leal ignora bloqueio do Taubaté: cubano segue como grande arma ofensiva do Sada (Fotos: Jarbas Oliveira/MPIX/CBV)
A temporada é nova, mas nada mudou. Grande força do voleibol brasileiro nos últimos anos, o Sada Cruzeiro deu mais uma prova de que continuará a ser o time a ser batido ao derrotar o EMS Taubaté Funvic por 3 sets a 1 (25-27, 25-22, 25-20 e 25-22) na noite desta quarta-feira (11) e faturar a Supercopa de vôlei pela terceira vez consecutiva. Comandada por Marcelo Mendez, a equipe celeste já havia levantado a taça do Campeonato Mineiro no último fim de semana.
A verdade é que, mesmo perdendo uma de suas peças mais importantes, o levantador William Arjona (agora no Sesi), o Sada continua uma máquina de jogar voleibol. Novo titular na armação, o argentino Nico Uriarte pode não possuir o mesmo entrosamento do antigo dono da posição com o restante do elenco, mas, quando se tem Leal, Simón e Evandro à disposição, basta um "arroz com feijão" bem feito. E isto o estrangeiro conseguiu, além de ter sido uma importante arma de defesa.
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Não se pode dizer que Taubaté não tentou. Na luta por acabar com a hegemonia mineira no cenário nacional, o time do interior paulista investiu alto em contratações. A linha de passe, por exemplo, tem dois jogadores de seleção brasileira, o líbero Thales e o ponteiro Ricardo Lucarelli, além de Dante, exímio talento do vôlei que, com 37 anos recém-completados, mostra um voleibol para lá de digno. Wallace, um dos principais opostos do planeta na atualidade, é o desafogo na saída, enquanto o experiente Rapha segue na armação, onde também pode acionar os centrais Solé e Otávio.
Ainda assim, o Cruzeiro é um Everest. E não foi desta vez que a montanha foi finalmente superada. A despeito do vacilo no final no primeiro set, encerrado em um raro toco tomado por Leal, o Sada Cruzeiro segue com a constância como seu principal triunfo. Os potentes saques também continuam lá, minando pouco a pouco a confiança do adversário. Por mais que Taubaté tentasse devolver na mesma moeda, lá estavam Serginho e Filipe para facilitar o trabalho de Uriarte. Diante do Sada, é preciso estar a 100% o tempo inteiro.
A temporada é longa e outubro nem chegou à sua metade, mas a principal dúvida deixada pela abertura da última janela do mercado já está sanada: o Sada Cruzeiro pouco sente a falta de William. O Mago, por sua vez, tem trabalhado duro em seu novo clube, mas a derrota na semifinal do Paulista diante do próprio Taubaté já mostrou a ele que a realidade agora é outra. Nada é impossível no esporte, mas bater o Sada segue sendo uma tarefa improvável para quem quer que esteja do outro lado da quadra.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.