Bia avisa: "Ano que vem quero fazer parte da seleção"
Carolina Canossa
03/10/2017 06h00
Se a primeira chance acabou escapando, a segunda ela vai fazer de tudo para não deixar passar. Um dos destaques da temporada vitoriosa da seleção brasileira feminina de vôlei, a central Bia tomou gosto pela camisa amarela. Tanto que já avisa: "Aprendi muito e passei por experiências muito boas. Foi um crescimento na minha carreira. Ano que vem quero fazer parte da seleção".
Seguir no time nacional não será uma tarefa fácil. Além de manter o alto nível em seu clube, o Vôlei Nestlé, Bia provavelmente terá a concorrência de jogadoras que não defenderam o Brasil este ano, como Thaisa e Juciely, além de colegas com quem dividiu as conquistas de 2017, caso de Carol, Adenízia e Mara. Isso sem falar em possíveis revelações que possam aparecer nos próximos meses.
Copa dos Campeões mostra necessidade do vôlei em se valorizar
Em jogo de baixo nível técnico, Sérvia bate Holanda e é campeã europeia
Ela, porém, se diz pronta para o desafio. "Volto uma jogadora com mais experiência, com algo que eu possa acrescentar para minha equipe. Esta bagagem de ter jogado campeonatos internacionais, contra grandes seleções, me faz trazer o que eu aprendi de melhor para Osasco", destacou.
E o que é exatamente esta bagagem? A própria Bia responde: "Contra grandes seleções, você enfrenta jogadoras que não existem em um campeonato como o que a gente joga no Brasil, caso da (Ting) Zhu e da (Tijana) Boskovic. São jogadoras que estão um nível acima, contra as quais você entra em quadra sabendo que vai ter mais dificuldade do que o normal. Você sabe que vai ter aquela em que salta, faz seu melhor, a jogadora passa e você fala 'Meu! Não é possível. Eu estava inteira, eu estava ali!"', exemplifica.
Para a meio de rede, eleita a melhor de sua posição no Grand Prix, a confiança depositada pela comissão técnica foi o grande segredo para um time renovado obter bons resultados ao longo do ano. "Muita gente criticou, mas buscamos o nosso espaço, treinando sempre. Meu prêmio individual foi consequência de um trabalho de um grupo muito unido. A comissão técnica acreditou na gente, colocou a situação em que nós teríamos que carregar o peso de que a seleção brasileira tem que estar sempre no pódio, sempre vencendo. Levamos isso numa boa e resultado veio com o tempo", destacou.
Para 2018, ano de Mundial, a perspectiva é continuar no pódio, de preferência no ponto mais alto, posição que o Brasil jamais atingiu no torneio.
"Temos noção da dificuldade do Mundial, do quanto ele representa pra nossa seleção, que é extremamente vitoriosa, bicampeã olímpica, mas que não tem esse ouro. Sabemos o quanto todos querem esse título, mas também o quanto podemos chegar lá bem para buscá-lo", avisou.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.