Sul-Americano: seleção feminina é favorita disparada em torneio onde não perdeu um set neste século
Sidrônio Henrique
12/08/2017 12h00
As brasileiras venceram o GP há seis dias e agora vão em busca do 20º título sul-americano (foto: FIVB)
Após a conquista do Campeonato Sul-Americano pela seleção brasileira masculina na noite desta sexta-feira (11), na próxima semana será a vez delas. A equipe feminina do Brasil, sob o comando do técnico José Roberto Guimarães, começa na terça-feira (15) a busca pelo 20º título no torneio – venceu as últimas 11 edições. Com todo respeito aos adversários que o Brasil enfrentará na competição, que será realizada até sábado (19), em Cali, na Colômbia, somente um desastre tira o ouro das mãos das brasileiras. A última vez que o Brasil perdeu sets no Sul-Americano foi ainda no século passado, em 1999. O campeão terá uma vaga no Mundial 2018, que será disputado no Japão.
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Além de brasileiras e colombianas, o campeonato terá a presença da Argentina, do Peru, da Venezuela e do Chile. Todas as equipes se enfrentam, em cinco rodadas que serão disputadas em dias seguidos. Os jogos serão exibidos no site da Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV). Nenhuma emissora de TV brasileira havia confirmado a transmissão do torneio até o fechamento desta matéria.
TABELA DO SUL-AMERICANO FEMININO (horário de Brasília)
Dia 15 (terça-feira) – Brasil vs. Argentina, às 19h
Dia 16 (quarta-feira) – Brasil vs. Venezuela, às 17h
Dia 17 (quinta-feira) – Brasil vs. Chile, às 19h
Dia 18 (sexta-feira) – Brasil vs. Peru, às 19h
Dia 19 (sábado) – Brasil vs. Colômbia, às 17h30
Retorno de Gabi
A principal novidade em relação ao time que há seis dias conquistou o Grand Prix é a volta da ponteira Gabi, do Sesc-RJ, que se recuperou de uma tendinite patelar – inflamação que afeta o joelho devido ao esforço repetitivo. Além dela, embarcam às 8h30 deste domingo (13), no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), rumo a Colômbia, as 14 jogadoras que venceram o GP: as levantadoras Roberta e Macris, as opostas Tandara e Monique, as ponteiras Natália, Rosamaria, Drussyla e Amanda, as centrais Bia, Adenizia, Carol e Mara, e as líberos Suelen e Gabi. Sim, o time segue com 15 atletas para Cali e somente nesta segunda-feira (14), durante o congresso técnico da competição, Zé Roberto apresentará a lista com 14 nomes.
Uma das ponteiras não será inscrita, mas seguirá treinando com o grupo, que utilizará o Sul-Americano como preparação para a Copa dos Campeões, a ser disputada de 5 a 10 de setembro, no Japão, e da qual o Brasil foi o último vencedor.
Em razão do baixo nível dos adversários, que cientes da superioridade brasileira encaram o Sul-Americano como uma preparação para o qualificatório continental que dará outra vaga para o Mundial 2018 (será disputado de 11 a 15 de outubro, em Arequipa, no Peru), o técnico Zé Roberto provavelmente promoverá um rodízio ao longo do campeonato no time que começará as partidas.
Argentinas e peruanas em ação: Brasil estreia contra Las Panteras e enfrenta o Peru na quarta rodada (FIVB)
Sequência de jogos
A estreia será contra a Argentina, da central Mimi Sosa e da líbero Tatiana Rizzo. Quarta colocada no Montreux Volley Masters e décimo lugar na segunda divisão do Grand Prix, a seleção argentina briga com o Peru desde a década passada pelo status de segunda força no continente. Este mês, Las Panteras, como são chamadas em seu país, fizeram dois amistosos contra a seleção sub23 do Brasil, perdendo um por 0-3 e ganhando o outro por 3-1.
Na sequência, as brasileiras enfrentarão Venezuela e Chile, as duas equipes mais fracas do Sul-Americano 2017.
Depois é a vez de jogar contra o Peru, do técnico brasileiro Luizomar de Moura e da ponteira Angela Leyva – a equipe peruana ficou no nono posto na segunda divisão do GP. Esta semana, o Peru fez dois amistosos contra o Vôlei Nestlé, clube de Luizomar no Brasil. Como o treinador está na temporada de seleções, quem comandou o time de Osasco foi o auxiliar Spencer Lee. O Vôlei Nestlé estava sem Tandara e Bia, ambas servindo à seleção brasileira, sem Lorenne, que está com a seleção sub23, e também não pôde contar com Fabíola. No primeiro jogo, com limite de quatro sets, empate em 2-2. No segundo, vitória peruana por 3-2.
O time brasileiro encerra sua participação no Sul-Americano contra as donas da casa, treinadas por outro brasileiro, Antônio Rizola. Mais uma seleção que competiu na segundona do GP, a Colômbia terminou em sétimo. Embora sem contar com sua estrela, a veterana ponta/oposta Madelaynne Montaño, 34 anos, que poderia ser útil mesmo longe da melhor forma, a equipe tem boas chances de superar peruanas e argentinas, adversárias que já derrotou em mais de uma ocasião.
Na última edição, realizada em 2015 também na Colômbia, mas na cidade de Cartagena, as peruanas foram vice e as anfitriãs ficaram com o bronze. A Argentina terminou em quarto, mas competiu com um time B, poupando as titulares para a disputa do pré-olímpico, onde conseguiu a vaga para a Rio 2016 – sua primeira participação olímpica. O time havia ficado com a prata nas três edições anteriores, vencendo o Peru, que teve de se contentar com o bronze.
As peruanas, que nos anos 1980 tiveram projeção mundial, conquistaram o último de seus 12 títulos sul-americanos em 1993 – aquele torneio foi disputado na altitude de Cuzco e a seleção brasileira, no meio de uma crise entre as atletas e o então técnico Wadson Lima, viajou sem algumas jogadoras, incluindo sua principal atacante, a ponteira Ana Moser. Somente Brasil e Peru venceram essa competição, que teve sua primeira edição em 1951.
Amistosos antes da Copa dos Campeões
No trajeto para a Copa dos Campeões, as brasileiras param em Los Angeles, nos EUA, e seguem para Anaheim, na região metropolitana. Lá farão dois amistosos, nos dias 27 e 29 de agosto, contra as americanas, que também participarão do torneio no Japão. Os EUA, que terminaram em quinto lugar no GP com uma seleção B, irão com sua equipe principal à Ásia, contando agora com as campeãs mundiais e medalhistas olímpicas Jordan Larson, Kim Hill, Foluke Akinradewo e Rachael Adams. Pelo Brasil, a central Adenizia não irá à Copa dos Campeões. Ela pediu dispensa do restante da temporada com a seleção para poder ficar com a família. A atleta alegou que está na seleção há nove anos e precisa descansar. Zé Roberto concordou com o pedido. Após o Sul-Americano, ela deixa o grupo.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.