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China salva seis match points e classifica o Brasil para a semifinal do Grand Prix

Carolina Canossa

04/08/2017 10h57

Virada histórica levantou a torcida na cidade de Nanquim (Fotos: Divulgação/FIVB)

Se há quase um ano a seleção chinesa feminina de vôlei foi responsável por uma das maiores tristezas da história do vôlei brasileiro, desta vez a equipe asiática fez o torcedor brasileiro sorrir. Em emocionante partida válida pela fase final do Grand Prix, a China bateu a Holanda por 3 sets a 2 após salvar seis match points e classificou o time de José Roberto Guimarães para as semifinais da edição 2017 da disputa. As parciais foram de 25-23, 23-25, 25-23, 20-25 e 18-16.

Curiosamente, o grande nome do jogo foi o da algoz verde-amarela na Rio 2016, Ting Zhu. Mesmo não estando em sua melhor condição física após uma temporada de clubes desgastante, a ponteira marcou absurdos 31 pontos de ataque e dois de bloqueio. Na reta final do jogo, brilhou ao ser a bola de segurança da levantadora Ding mesmo quando a China perdia por 10-14 e o vitória holandesa parecia uma questão de segundos. Nada menos que os três últimos pontos do jogo foram dela, considerada por Zé Roberto a melhor jogadora do mundo na atualidade ao lado da sul-coreana Kim Yeon-Koung.

Evidentemente não é possível comparar uma Olimpíada com um Grand Prix, mas isso também não significa que o gesto chinês deixe de ter importância. Além da honestidade em si por não eliminado um de seus maiores rivais com uma derrota proposital, a China proporciona mais uma oportunidade de as novas jogadoras brasileiras atuarem contra a elite mundial, algo importante no desenvolvimento destas atletas. Não bastasse isso, impede que as campeãs olímpicas de 2008 e 2012 deixem de ficar entre as quatro primeiras colocadas no Grand Prix, algo que não acontece há dez anos, ocasião em que ironicamente a Holanda foi campeã.

Além de ser fenomenal no ataque, Zhu ainda contribuiu na recepção e no bloqueio

Falando em título, a seleção brasileira segue em busca de sua 12ª taça (e última) no torneio neste sábado (5), quando encara a Sérvia na semifinal. Vice-campeão olímpico e disputando o GP com força máxima, o time do Leste Europeu conquistou a primeira colocação do grupo K ao bater a Itália mais cedo por 3 sets a 1, parciais de 25-18, 25-19, 16-25 e 27-25. Brasileiras e sérvias já duelaram duas vezes este ano, com uma vitória por 3 a 0 para cada lado. O novo embate será às 4 horas (horário de Brasília). Na outra semi, enfrentam-se China e Itália, a partir das 9 horas.

Ressalte-se por fim a decepção histórica da Holanda. Ainda que sua principal atacante, a oposta Lonneke Sloetjes, não esteja na Ásia por conta de uma lesão, ser eliminado desta forma é injustificável para um time que tem se esforçado nos últimos anos para entrar na elite do voleibol mundial e chegou até a disputar a semifinal da última Olimpíada. Demérito do sistema defensivo, incapaz de parar Zhu quando mais houve necessidade. Dentre as atacantes, destaque para Daalderop, que assim como no duelo contra o Brasil, voltou a substituir Anne Buijs ao longo da partida com sucesso. Ao todo, a ponteira marcou 21 pontos, mas nem isso foi suficiente para evitar o doloroso resultado negativo.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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