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Sob o comando de campeãs olímpicas, Brasil passa por seu primeiro teste de fogo no novo ciclo

Carolina Canossa

23/07/2017 12h54

Adenízia foi a alma da seleção brasileira no quarto set (Fotos: Divulgação/FIVB)

A situação era clara: uma derrota deixava a seleção brasileira feminina de vôlei fora da fase final do Grand Prix pela primeira vez desde 2003; já uma vitória por qualquer placar significaria o carimbo no passaporte para a China, onde o título será definido em 2017. Do outro lado da quadra, os Estados Unidos, que, apesar de também não contar com força máxima, tem feito uma boa participação no torneio. Vivendo altos e baixos ao longo de toda atual temporada de seleções, qual Brasil predominaria?

Pois em seu primeiro grande teste de fogo, a renovada seleção verde-amarela se saiu muito bem: em pouco mais de duas horas de jogo, o placar do ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá, apontou 3 sets a 1, parciais de 25-20, 25-13, 18-25 e 25-18. Jogadoras mais experientes no elenco, Adenízia, Natália e Tandara fizeram uma partida muito boa e conduziram a equipe à classificação.

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Exceção feita à Natália, tais atletas não conseguiram, de fato, se consolidar no time nacional ao longo dos dois últimos ciclos olímpicos. Até por isso, a presença delas neste momento de renovação foi bastante criticada por parte da torcida. Executando uma nova função, com maior participação no passe que no ataque, Natália também não escapou e foi especialmente julgada, algumas vezes com razão, outras por pura cisma.

No momento mais crítico, porém, Natália se sobressaiu e terminou o duelo com 19 pontos (15 de ataque, três de bloqueio e um de saque), além de ter executado um ótimo trabalho no passe. Adenízia, por sua vez, começou o jogo de forma discretíssima e sequer pontuou no primeiro set, mas depois passou a ser acionada por Roberta e correspondeu de maneira formidável. No início da quarta etapa, quando as americanas ameaçaram crescer de vez rumo ao tie-break, chamou a responsabilidade e impediu qualquer possibilidade de reação.

Em uma nova função, Natália tem sido criticada, mas esteve muito bem contra os EUA

Na saída de rede, Tandara não protagonizou sua melhor partida na seleção, mas isso sequer foi necessário. Seus 14 pontos (11 de ataque e três de bloqueio) foram importantes para desafogar o time em um momento no qual Rosamaria não se acertava com Roberta nas bolas para a posição 4, sendo constantemente bloqueada pela levantadora americana Carli Lloyd. Aliás, destaque para as jogadas de meio-fundo acionadas pela levantadora com ela e Natália ao longo de todo o jogo, aproveitando uma verdadeira avenida deixada pelas americanas na marcação.

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Para não ficar só nos elogios, o terceiro set mostrou que a linha de passe brasileira segue como um ponto que merece muita atenção. A líbero Suelen não esteve bem quando foi alvo dos saques rivais no início da parcial e chegou a ser substituída por Gabi. A alteração melhorou um pouco o time, mas não a ponto de efetuar a virada. Se quiser realmente estar na briga por uma vaga no Mundial e até na Olimpíada de Tóquio, a defensora titular precisa evoluir neste aspecto.

Mais importante do que evitar a péssima impressão de ser eliminada precocemente no Grand Prix, a classificação obtida pela seleção brasileira significa a chance de ter uma semana jogando contra os melhores times do mundo. É bastante possível que o título não venha este ano, mas o que as novas atletas precisam mesmo é serem testadas a valer, até para darem opções de jogo quando estrelas como Dani Lins, Fernanda Garay, Thaisa, Jaqueline, etc, estiverem à disposição da comissão técnica novamente.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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