Xodó no Rio, “Diva Régis” se prepara para desafio no voleibol polonês
Carolina Canossa
18/07/2017 06h00
Jogadora reage com bom humor às brincadeiras da torcida (Foto: Reprodução/Facebook Fc Regiane Bidias)
Nas últimas duas temporadas, pouco se viu Regiane Bidias em quadra. Apesar do posto de capitã do Rexona-Sesc, vencedor das cinco últimas edições da Superliga, a atacante teve uma função mais importante fora do que dentro da quadra. Agora, 13 anos depois de chegar ao Rio de Janeiro, ela se prepara para o primeiro desafio no voleibol de outro país.
Em entrevista exclusiva ao Saída de Rede, Régis falou da opção em assinar com o Budowlani Lodz, da Polônia – segundo ela, houve uma proposta para permanecer na equipe, que passará a se chamar Sesc, mas a falta de oportunidades de atuar a fez dar um novo passo na carreira. "Eu quero jogar, mas, com a base que ficou, com Gabi e Drussyla, seria meio complicado", analisa a atleta, com uma humildade rara de se encontrar no meio esportivo. Ela também confessa ter sentido uma certa tristeza com as poucas chances que teve. "(A reserva) me incomodava, mas o time estava sempre jogando bem. Então, procurava ajudar dando informações, por exemplo. Mas, se o Bernardinho me chamasse, eu estava pronta", conta.
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A curiosidade de conhecer novos lugares foi outro fator que pesou na decisão de Régis, ainda que ela admita saber pouco sobre o país onde vai morar a partir de agosto: "Olha, não conheço quase nada (risos). Todo mundo só fala que eu vou passar frio lá na Polônia, mas estou bem ansiosa em saber como é lá". Única brasileira no elenco, ela tem tentado reforçar o inglês nas últimas semanas, mas sua principal arma mesmo será o bom humor e a solidariedade das futuras companheiras de time. "Não tem nada que o Google Tradutor não ajude", brinca.
Jogadora do Sesc desde 2004, Régis é a recordista de títulos da Superliga, com dez conquistas, além do vice-mundial conquistado este ano (Foto: Divulgação)
Do período passado no Rio de Janeiro, a principal sentimento que fica é o de gratidão por tudo o que o técnico Bernardinho e a comissão técnica lhe proporcionaram. "Não tenho nem o que falar deles, que me abraçaram desde o dia em que cheguei e também quando tive problemas no ombro e no joelho. Só tenho a agradecer. Entrei menina e saio como uma pessoa experiente, com uma cabeça que sabe o que quer daqui pra frente", destaca.
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Diva Régis
Como não poderia deixar de ser, Regiane também comentou o assédio dos torcedores, que, em um misto de brincadeira e afeição, passaram a chamá-la de "Diva Régis", apelido que também passou a ser usado dentro do Rexona-Sesc.
"Já até ganhei um travesseiro com os dizeres: 'Eu sou diva e não durmo: descanso minha beleza'", diverte-se a jogadora. "Eu estranho até hoje, mas até no treino as meninas passaram a me chamar de diva. Falavam o apelido de todas, mas o meu era o mais zoado", conta.
E será que a brincadeira vai pegar em polonês? No que depender de Regiane, a resposta é não: "Nem vou falar lá que existe esse apelido (risos)".
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.