Rosamaria comemora bom início de ciclo olímpico: “Esperava por esse momento”
Carolina Canossa
19/06/2017 04h00
Rosamaria começou a temporada de clubes jogando como oposta, mas agora atua na posição de ponteira (Fotos: Divulgação/Montreux Volley Masters)
Destaque na campanha que culminou com a conquista do Montreux Volley Masters para a seleção brasileira feminina de vôlei, Rosamaria está esbanjando confiança. Em entrevista ao Saída de Rede, a atacante falou sobre o bom momento vivido, agora como ponteira, e fez projeções para o futuro, tanto na equipe nacional como no Camponesa/Minas, onde vai permanecer por pelo menos mais uma temporada.
Você acha que ela ficou nervosa quando foi chamada para melhorar a linha de passe e a virada de bola da seleção, já na reta final do torneio suíço? Se sim, está bastante enganado…
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"Tive a oportunidade e consegui desempenhar o que vinha treinando. Só pensei em entrar e me divertir, pois estava no banco esperando por esse momento", comentou a atleta, que minimizou os problemas apresentados pela equipe nacional na recepção dos saques adversários. "Acho a nossa linha de passe super equilibrada, mas é tudo uma questão de costume, aprender a jogar uma do lado da outra, entendendo como cada uma prefere se posicionar. Isso só a experiência e o convívio vai nos ensinar", analisou.
Após iniciar a temporada de clubes como oposta da equipe de Belo Horizonte, Rosa acabou deslocada para a entrada devido à chegada da americana Destinee Hooker ao time – mais do que um ajuste pontual, a mudança também foi orientação do técnico da seleção, José Roberto Guimarães, e do assistente Paulo Coco, então treinador do Minas, já que ambos consideravam a jogadora de 1,85 m baixinha demais para atuar como principal atacante em nível internacional.
Acostumando-se à nova fase, a catarinense agora se vê como uma jogadora versátil, capaz de exercer bem as duas funções. "Sou super tranquila com relação a isso, cada jogadora tem uma característica. A minha sempre foi mais de ataque do que fundo de quadra, mas estou evoluindo bem nesse aspecto. Essa temporada no Minas provou que eu posso sim jogar nas duas posições, e essa oportunidade na seleção veio coroar ainda mais isso. Continuo trabalhando e sei o quanto já evoluí, então é uma questão de perseverança e trabalho duro pra continuar crescendo na posição", comentou.
Nem mesmo os altos e baixos dos playoffs da Superliga, quando foi substituída em algumas oportunidades por Pri Daroit abalaram a atleta: "Nenhum atleta consegue se manter 100% o tempo inteiro. Eu acho que fiz um bom playoff sim, obviamente não com tanto destaque quanto o primeiro turno. Mas o nosso time era outro, a estratégia também era outra então são varias coisas que envolvem o desempenho de uma atleta num esporte coletivo".
Permanência no Minas
Rosa também falou sobre os motivos que a fizeram aceitar a proposta de renovação feita pelo Minas, que contará com uma nova levantadora (Macris substitui Naiane) e um novo técnico, o italiano Stefano Lavarini.
"Pra mim, identificar-se com o trabalho de um grupo e de um clube é fundamental durante uma temporada. Sei da competência que existe no Minas em todas as áreas e isso me dá confiança pra fazer o meu trabalho dentro de quadra tranquila, o que é super importante. Sem esquecer também da torcida e do povo mineiro que faz a gente se sentir em casa", destacou.
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Na visão da atleta, há motivos para a torcida ficar otimista que a equipe irá além da quarta colocação na próxima Superliga.
"Estou super empolgada pro início dessa temporada. Conseguimos manter praticamente a base toda do time, o que faz muita diferença no início de um trabalho. Foi exatamente com isso que sofremos na última temporada, o time mudou bastante até o returno então demoramos um pouco a encaixar o ritmo de jogo. Acredito também que trabalhar com o Stefano vai ser muito legal e diferente, estou feliz por poder conhecer uma escola forte e tradicional como a italiana. Tenho certeza que ambos darão o seu melhor pra fazer uma ótima temporada", prometeu.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.