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Demora nas contratações complica Minas na reta final da Superliga

João Batista Junior

27/02/2017 06h00

Melhor atacante da Superliga, Hooker só estreou na 8ª rodada (fotos: Orlando Bento/MTC)

Com o Rexona-Sesc disparado na dianteira, precisando de apenas dois pontos para garantir o primeiro lugar da fase classificatória, e com a porta para os playoffs matematicamente fechada, restam algumas brigas nas posições intermediárias do G8 da Superliga feminina de Vôlei. São posições que vão definir o chaveamento dos mata-matas e, por consequência, indicarão quem poderá chegar à final sem topar com as atuais campeãs no meio do caminho ou quem terá o fator casa como diferencial nos cruzamentos.

Nesse ponto, a três rodadas do fim da fase de classificação, a briga pelo segundo e terceiro lugares da competição indica: o Camponesa/Minas cometeu o mesmo erro de um carnaval recente.

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O Minas ter a melhor campanha do returno – em oito jogos, oito vitórias e 26 pontos contra 25 do Rexona-Sesc – mostra o prejuízo que o clube teve por não haver estreado a oposta norte-americana Destinee Hooker e a ponteira Jaqueline mais cedo. Essa espera pode ter colocado o time em rota de colisão com algum dos dois gigantes do vôlei feminino do Brasil já nas semifinais do campeonato.

Hooker teve sua contratação anunciada duas semanas antes da abertura do campeonato. Afastada há um bom tempo das quadras, a atacante só começou a jogar na oitava rodada do primeiro turno, quando o time contabilizava oito pontos, três vitórias e quatro derrotas. A partir daí, levando em conta só a Superliga, o Minas disputou 12 partidas e só perdeu uma (3 a 1 para o Rexona, em Belo Horizonte). E Hooker se tornou, simplesmente, a melhor atacante do campeonato, com 32% de eficiência nas cortadas, de acordo com as estatísticas da CBV.

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Jaqueline: titular do Minas apenas há quatro rodadas

Jaqueline foi contratada no final de novembro e só estreou na primeira rodada do returno. Após um primeiro mês na reserva, com baixas pontuações e muitas críticas da torcida nas redes sociais, a jogadora assumiu a titularidade no fundo de quadra, melhorou sensivelmente a qualidade do passe da equipe e, nas últimas quatro rodadas, fez mais pontos Rosamaria, uma das maiores anotadoras da competição.

Essa demora do clube mineiro para pôr em ação seus principais reforços lembra o que ocorreu ao time na temporada 2014/2015. Naquela ocasião, Jaqueline só estreou na sexta rodada, quando o time não tinha nenhuma vitória na conta, e conduziu o Camponesa/Minas a uma recuperação no campeonato: foi suficiente para terminar na quinta colocação da fase classificatória, mas não o bastante para escapar do Rexona-AdeS nas semifinais.

Voltando à atual temporada, é nítido que o Camponesa/Minas seja, agora, um time muito diferente daquele que terminou o primeiro turno em sexto, com seis vitórias e cinco derrotas. Agora, com 39 pontos e em quarto lugar, até pode sonhar com a segunda posição, que hoje pertence ao Vôlei Nestlé (45 pontos), contudo, a briga mais palpável parece ser pelo terceiro posto, contra o Dentil/Praia Clube (43).

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Praia, de Ramirez, ainda não se acertou na temporada (foto: Gaspar Nóbrega/Inovafoto/CBV)

Explica-se: além da matemática dos pontos, o time de Osasco parece afincado ao segundo lugar na tabela, já que apresentou bom voleibol para vencer o Praia na rodada anterior, e, depois do Rexona, terá Valinhos e Bauru pela frente. Por outro lado, o Dentil/Praia, que sofreu bastante com lesões na temporada, não empolgou no primeiro turno, não melhorou no returno e tem caído de produção nas últimas semanas (vide a derrota na final do Sul-Americano e o revés contra o Vôlei Nestlé), terá um confronto direto com o Minas (sábado, em Uberlândia), e depois recebe o Fluminense e encerra a fase contra as líderes, no Rio.

Ou seja, é improvável que o Minas ultrapasse o Vôlei Nestlé, mas é possível que alcance as vice-campeãs do ano passado – o que talvez não ajude muito nas semifinais. Sim, é preciso lembrar que pode haver implicações para quem ficar em terceiro ou quarto.

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Passando pelas quartas de final, o quarto colocado deve ter um encontro marcado com o melhor time do país, o Rexona-Sesc, que busca o quinto título consecutivo. Já as terceiras poderão ter o Vôlei Nestlé pela frente, numa série melhor de cinco, em que o time de Osasco, que ainda não perdeu em seu ginásio nesta temporada (nem mesmo para o Rexona) terá a vantagem de jogar três vezes em seus domínios.

Há ainda um outro lado: estando dois pontos à frente do Genter Bauru (que pega Rio do Sul, Brasília e Osasco), as minastenistas ainda podem cair para a quinta posição, mas, cá entre nós, pelo voleibol que as duas equipes têm praticado, é difícil crer que a equipe paulista leve vantagem real nesse hipotético confronto em melhor de três nas quartas, mesmo que jogue em casa uma partida a mais.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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