Consistência do Sada Cruzeiro freia ascensão do Minas
João Batista Junior
11/02/2017 17h34
Em comparação com o primeiro turno da Superliga masculina, a grande sensação do returno é o crescimento do Minas Tênis Clube. Três pontos conquistados diante do Montes Claros, derrota apenas no tie break contra o Sesi fora de casa e vitórias sobre Funvic/Taubaté e Brasil Kirin empolgaram o torcedor minastenista e mudaram as perspectivas da equipe na competição. Mas aí veio o Sada Cruzeiro.
Neste sábado, na Arena Minas (Belo Horizonte), ficou evidente a diferença entre os dois times mais vitoriosos do voleibol masculino mineiro. As parciais da vitória dos visitantes por 3 a 0 (25-23, 25-22, 25-10) refletem as duas realidades: enquanto o Minas Tênis Clube tem um bom sexteto titular, está evoluindo no ataque e se esforça para jogar de igual para igual contra rivais em alto nível, o Sada Cruzeiro é consistente como uma rocha, soluciona problemas sem afobação e sabe explorar as oscilações que o rival apresentar.
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O JOGO
É preciso ressaltar que o Minas jogou o primeiro set muito bom, teve força para buscar uma reação na segunda parcial e rendeu-se quando os rivais abriram o terceiro set com uma ótima passagem de Rodriguinho no saque – que atuou no lugar do experiente ponteiro Filipe, lesionado.
O saque, aliás, é um termômetro da qualidade do voleibol do Cruzeiro. Mesmo com bons sacadores no elenco, o time não aposta indiscriminadamente no saque pesado, costuma fazer boas variações e se dar bem com elas. Um exemplo disso é que no primeiro set, o meio de rede Simón teve duas sequências no serviço: na primeira, distribuiu pancadas e, na segunda, com um alvo bem definido, foi tático – e teve sucesso nas duas ocasiões.
Na partida desse sábado, outro fundamento destacado do Sada Cruzeiro foi o ataque, quesito em que o time obteve um extraordinário aproveitamento de 60% contra 44% do Minas. Só o central Isac, não à toa escolhido o melhor jogador do duelo, atacou sete bolas e pontuou em todas elas.
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A equipe da casa não tinha desfalques, mas tinha um problema. O atacante cubano Yordan Bisset, no meio da semana, foi poupado do jogo contra o Brasil Kirin por conta de um incômodo na panturrilha, e não parecia, a princípio, ter a total confiança do levantador Thiago Gelinski para atacar.
Ele obteve 13 pontos, acabou sendo o maior anotador do jogo, mas, no primeiro set, a melhor parcial do time de Belo Horizonte, o oposto Felipe Roque é que foi a bola de segurança de sua equipe. A saída dele na reta final desse set para a inversão promovida pelo técnico Nery Tambeiro não fez bem ao time e o Sada soube aproveitá-la.
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No segundo set, Bisset já comandava sua equipe, como tem sido de costume, mas a queda de rendimento de seus companheiros já era visível. Os erros apareceram e, na última parcial, o passe sumiu completamente, dando margem para que os visitantes conquistassem a vitória e mantivessem a folga de sete pontos sobre o vice-líder Sesi, na classificação da Superliga – o Minas, com 22 pontos, não pode ser alcançado pelo Lebes/Gedore/Canoas e manterá a sétima posição até o fim da rodada.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.