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Rexona sobra e atropela diante da desorganização do Praia Clube

Sidrônio Henrique

22/12/2016 06h00

Atletas do Rexona comemoram ponto: time sufocou o adversário (foto: Divulgação / Dentil/Praia Clube)

A última rodada do primeiro turno da Superliga feminina 2016/2017 reservou a reedição da final da edição passada para os fãs de voleibol. Mas quem esperava um jogo equilibrado entre Rexona-Sesc e Dentil/Praia Clube se decepcionou. O atual campeão, Rexona, que na temporada anterior chegou ao seu décimo primeiro título, simplesmente atropelou um desorganizado Praia Clube, fazendo 3-0 (25-20, 25-11, 25-21), na noite desta quarta-feira (21), em Uberlândia. Foi a 18ª vitória da equipe comandada por Bernardinho em dezoito confrontos com o rival mineiro na história da competição.

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O vice-campeão da Superliga 2015/2016, que para esta temporada ampliou o poderio do seu já forte elenco com a contratação da central bicampeã olímpica Fabiana Claudino e que no papel poderia quebrar a hegemonia do time carioca, demonstrou apatia e jamais ameaçou o adversário, mesmo quando este se acomodava, como no final da terceira parcial.

Sincronia na relação bloqueio-defesa
Ressalte-se a boa atuação do Rexona, que sacou com eficiência e exibiu um bem estruturado sistema defensivo, com sincronia na relação bloqueio-defesa, resultando em diversos contra-ataques, quase sempre bem aproveitados. O Praia Clube não conseguiu se organizar, cometendo erros infantis, vários deles com a levantadora titular, Claudinha, e também com sua reserva, Ju Carrijo. O ataque mineiro foi presa fácil do bloqueio, tendo sido parado 15 vezes em apenas três sets, além de ter sido amortecido em diversas ocasiões – as estatísticas disponibilizadas pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) oferecem informações limitadas, não fornecendo números para certos aspectos do jogo.

A equipe carioca marcou 15 pontos de bloqueio, quatro deles com Juciely (foto: Divulgação / Dentil/Praia Clube)

O time carioca fechou o primeiro turno na liderança, após 11 rodadas, com 31 pontos em 33 possíveis, somando 10 vitórias e apenas uma derrota – por 2-3, como visitante, para o arquirrival Vôlei Nestlé. Já a equipe de Uberlândia, independentemente do resultado do confronto desta quinta-feira (22) entre Vôlei Nestlé e Genter Vôlei Bauru, terminará a primeira etapa em quinto lugar, com oito vitórias e três derrotas. O Praia Clube, comandado pelo técnico Ricardo Picinin, montou um time para brigar pela liderança e está, ainda que momentaneamente, fora do G4.

Ausências
Não cabe justificar a derrota pela ausência da ponta americana Alix Klineman, que sofreu uma luxação no dedo anelar da mão direita e está fora desde a sexta rodada, ainda em recuperação – a jogadora recebeu autorização da comissão técnica para antecipar seu recesso de fim de ano e está com a família nos Estados Unidos. Mesmo sem Alix, maior pontuadora da edição anterior da Superliga, o Praia Clube deveria ter apresentado um voleibol mais consistente.

Pelo Rexona, a central Carol, embora recuperada de uma infecção urinária que atingiu seus rins e a obrigou a ficar internada por três dias, não entrou em quadra devido à falta de ritmo. Ela não joga desde a nona rodada.

Monique ganhou o troféu Viva Vôlei (foto: CBV)

Maiores pontuadoras
A ponteira Gabi, do Rexona, foi a principal pontuadora da partida, marcou 13 vezes, oito no ataque e cinco no bloqueio. O troféu Viva Vôlei, dado à melhor da partida por meio de votação na internet, ficou com a oposta Monique, que fez 12 pontos, sendo oito de ataque.

A ponta holandesa Anne Buijs, quinta maior pontuadora da Rio 2016 e oitavo melhor aproveitamento entre as atacantes na Olimpíada, ainda se adapta ao voleibol brasileiro, mas teve boa atuação diante do Praia Clube. Ela marcou 11 pontos, nove no ataque.

Pelo lado mineiro, a central Fabiana foi quem liderou na pontuação, com 10. Bastante marcada, ela foi acionada 20 vezes por Claudinha ou Ju Carrijo, mas só converteu oito, sendo parada ou amortecida com frequência pelo bloqueio. A também central Walewska anotou oito vezes, sendo seis no ataque.

Dificuldade com bolas altas
Que as meios de rede tenham sido as maiores pontuadoras do Praia Clube em um confronto em que a equipe ficou a dever é um sinal de alerta para as atacantes de bolas altas. Entre estas, quem marcou mais vezes foi a ponteira Michelle, com seis pontos em 23 tentativas. Um aproveitamento baixo, ainda que o passe ruim do time a tenha obrigado a atacar contra um bloqueio quase sempre bem montado.

O Dentil/Praia Clube volta à quadra para a primeira rodada do returno no dia 6 de janeiro, às 19h30 (horário de Brasília), em casa, contra o lanterna Renata Valinhos/Country. Três dias depois, no ginásio do Tijuca Tênis Clube, o Rexona-Sesc começa a segunda etapa, às 19h30, diante do Fluminense, oitavo colocado.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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