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Mundial de clubes: o Sada Cruzeiro vai manter o vôlei brasileiro no topo?

Carolina Canossa

18/10/2016 06h00

Sada bateu o Zenit na final do Mundial 2015 (Fotos: Divulgação/FIVB)

A semana está saborosa para quem curte vôlei: além do Mundial feminino de clubes, alguns dos melhores jogadores do planeta estarão em Minas Gerais para a versão masculina do torneio. Até domingo (23), Betim vai abrigar oito clubes na luta pelo posto de equipe mais forte do planeta com jogos transmitidos ao vivo tanto pela ESPN quanto pelo SporTV – a convite da FIVB, o Saída de Rede também estará lá.

Se nas Filipinas o próprio técnico Bernardinho está cauteloso em relação às chances do Rexona-Sesc, entre os homens o time é ser batido é brasileiro. Campeão mundial em 2013 e no ano passado, o Sada Cruzeiro quer o tricampeonato e tem condições reais de consegui-lo. Mas não será nem um pouco fácil, já os fortes Zenit Kazan (Rússia) e Trentino (Itália) também estão de olho na taça. Além disso, convém não subestimar os argentinos UPCN e Personal Bolívar – os sul-americanos, que já andaram causando estragos  entre as seleções recentemente, são ainda mais fortes entre os clubes.

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O primeiro grande desafio do Sada está em si próprio: por conta do ranking da CBV, o time foi obrigado a fazer a maior reformulação de elenco desde que se consolidou do cenário nacional. Substitutos do oposto Wallace e do central Éder, Evandro e o cubano Simón são capazes de manter o nível técnico lá em cima, mas o quanto do entrosamento, ponto forte dos mineiros, não foi prejudicado? Por mais que se esforcem, os recém-chegados ainda não conseguem estar tão bem adaptados quanto seus antecessores. Será um desafio e tanto para o técnico Marcelo Mendez, que segue contando com o levantador William, o central Isac, o líbero Serginho e os ponteiros Filipe e Leal no time titular.

Fenômeno cubano/polonês Leon é um dos destaques do time russo

O Zenit, por sua vez, chega com sede de revanche: derrotado na final do Mundial 2015 pelo Sada, o time russo é a base da seleção derrotada pelo Brasil na semifinal da Rio 2016, com reforço do cubano naturalizado polonês Leon e do americano Anderson, dois dos melhores atacantes do voleibol mundial. Não por acaso, o clube conquistou os dois últimos Europeus, além de ser o atual campeão do Campeonato Russo e da Copa da Rússia.

Maior vencedor da história do Mundial masculino, o Trentino ganhou um convite da FIVB graças à sua tradição e ao fato de ter sido vice-campeão europeu. Três medalhistas de prata na Rio 2016 estão lá: o ponteiro Filippo Lanza, o levantador Simone Giannelli e o líbero Massimo Colaci. É um time respeitável, comandado pelo técnico Angelo Lorenzetti (que trabalhou com Bruno e Lucão no Modena) e que ainda conta com o central argentino Sebastian Solé.

Falando em argentinos, olho no UPCN: sediado a 1500 km de Buenos Aires, o clube do interior fez um trabalho consistente nos últimos anos e já acumula dois bronzes em Mundiais, além de ser hexacampeão nacional. Para esta edição, conta com o reforço do experiente levantador italiano Valerio Vermiglio e tem tudo para dar trabalho. Já o Bolivar aposta em três jogadores que ajudaram a Argentina a fazer bonito na Olimpíada: o central Pablo Crer, o oposto Bruno Lima e o líbero Alexis Gonzalez.

Lanza é um dos três vice-campeões olímpicos do Trentino (Foto: Divulgação)

E o Minas?

O leitor mais atento deve estar se perguntando o porquê de eu ainda não ter falado do outro representante brasileiro no Mundial, o Minas Tênis Clube. É que, a despeito de seu passado vitorioso, o clube de Belo Horizonte terá que protagonizar uma zebra daquelas se quiser conquistar uma medalha em casa.

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Sem a mesma capacidade de investimento de outros tempos, o Minas não possui nome de renome no voleibol mundial em seu elenco. O mais conhecido do público brasileiro é o atacante Samuel Fuchs, campeão mundial em 2006 e prata olímpica em 2008 com a seleção. Trata-se de um bom jogador, mas que jamais pôde exercer todo o potencial devido a diversos problemas no ombro. O oposto cubano Yordan Bisset é a principal alternativa ofensiva da equipe, mas vem de um estiramento no peitoral que o impediu de se entrosar com os companheiros neste início de temporadas. A classificação para a semifinal já será um grande feito para o time de Nery Tambeiro.

O Mundial de clubes masculino ainda conta com duas equipes coadjuvantes: o El Gaish, que possui jogadores da seleção egípcia, e o Taichung Bank, base da seleção de Taiwan. Os oito clubes estão divididos em dois grupos de quatro, com o campeão e vice de cada chave avançando às semifinais no sábado (22). A decisão acontece no domingo (23).

Para ver a tabela completa do Mundial masculino de Clubes, clique aqui.

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Sobre a autora

Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.

Sobre o blog

O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.

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