FIVB impõe regra que reduz renovações e testes nas seleções
João Batista Junior
20/09/2016 06h00
Pelo menos oito dos 14 brasileiros da Liga Mundial 2016 terão de ser convocados em 2017 (fotos: FIVB)
A ideia pode ser bem intencionada, mas a ingerência da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) é exagerada: as seleções da Liga Mundial e do Grand Prix 2017 terão de convocar, ao menos, oito atletas que participaram do torneio deste e seis que estiveram na Rio 2016.
Lógico que o intuito é evitar que um time de peso desvalorize o torneio anual (que tem sido tão desvalorizado nesses últimos anos), utilize a competição para experimento ou, apenas, dar rodagem a novos atletas. Mas que mal haveria se uma comissão técnica, no primeiro ano de um novo ciclo olímpico, resolvesse testar um elenco inteiramente renovado? E que mal haveria se esse teste fosse em qualquer outro ano?
A China, nos últimos GPs, usou a fase preliminar para preparar o time principal e disputou as finais com um time B. É frustrante para quem acompanha a disputa, mas era um direito exercido pela comissão técnica – e a estratégia, já que as chinesas levantaram a Copa do Mundo 2015 e venceram na Rio 2016, demonstrou não ter impacto nas competições maiores.
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Também no texto divulgado, a federação "explica" – ou tenta – que a inscrição dos jogadores será dividida em três etapas. Primeiro, a seis semanas do início dos torneios, as seleções divulgarão lista com 21 convocados. Duas semanas depois, três nomes serão cortados e sobrarão 18 jogadores. Finalmente, a dois dias do início das competições, uma relação "definitiva" de 14 jogadores.
É bem estranho pensar que em torneios com viagens intercontinentais e com quatro semanas de duração, as equipes tenham de se virar com apenas 14 jogadores. Até este ano, essa lista se referia, tão somente, aos atletas que defenderiam a seleção naquela semana de disputa, permitindo mudanças ao longo do torneio e com o transcorrer das viagens – mas clareza, convenhamos, nunca foi o forte da FIVB.
A Liga Mundial 2017 será disputada entre os dias 2 de junho e 2 de julho. Já o Grand Prix começa no dia 7 de julho e termina em 6 de agosto. As finais ainda não têm lugar definido, mas o Brasil demonstrou interesse em receber a semana decisiva do certame masculino e a China, do feminino.
Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.