Técnico que colocou Sheilla no banco dá palpite sobre pódio olímpico
Sidrônio Henrique
24/05/2016 17h00
Técnico da seleção holandesa e do clube turco VakifBank, o italiano Giovanni Guidetti arriscou um palpite para o pódio no torneio de voleibol feminino na Rio 2016. Para ele, Brasil, Estados Unidos e China ficarão com as medalhas, mas o treinador não arriscou o metal que caberá a cada um.
Em entrevista ao site americano Volleyverse, Guidetti explicou o porquê do favoritismo dessas três seleções. Em relação ao Brasil, ele apontou, além do bicampeonato olímpico, o fator torcida. Sobre as americanas, destacou a conquista do Mundial 2014 como credencial para o status de favorito. Finalmente, quanto às chinesas, o técnico enfatizou a vitória na Copa do Mundo 2015 e o vice-campeonato mundial no ano anterior.
Quem é quem na chave do Brasil no feminino na Rio-2016
Brasil, EUA e China subiram juntos ao pódio em Pequim 2008, nessa ordem. Quatro anos depois, em Londres, novamente brasileiras e americanas fizeram a final, com repetição do resultado favorável às sul-americanas, mas o bronze desta vez ficou com o surpreendente Japão, que eliminou a China nas quartas de final.
Perguntado se alguma equipe poderia fazer frente aos seus três favoritos, ele apontou Rússia e Sérvia, mas não descartou uma eventual surpresa por parte dos times que vêm do recém-disputado Pré-Olímpico Mundial, caso da seleção que ele treina, a Holanda – os outros classificados foram Itália, Japão e Coreia do Sul. "Quem sabe, talvez um dos times vindos do qualificatório possa lutar por uma medalha no Rio de Janeiro", completou.
Carreira e polêmica
Giovanni Guidetti iniciou sua carreira de treinador nos anos 1990, mas ganhou notoriedade na década seguinte, quando assumiu a seleção feminina da Alemanha, em 2006, que sob seu comando conseguiu um quarto lugar (2009) e dois vice-campeonatos (2011 e 2013) europeus. No ano passado ele deixou de treinar as alemãs e passou ser o técnico das holandesas, que foram vice-campeãs da Europa e repetiram a dose no Pré-Olímpico continental, classificando-se para o qualificatório mundial, onde novamente terminaram na segunda colocação, conquistando a vaga para a Rio 2016, após vinte anos ausente das Olimpíadas.
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Técnico do VakifBank, da Turquia, desde 2008, Guidetti viu seu nome se tornar mais conhecido pelos torcedores brasileiros na temporada passada ao escalar a oposta holandesa Lonneke Slöetjes como titular, deixando a bicampeã olímpica Sheilla Castro no banco. Em que pese as atuações consistentes de Slöetjes, fãs e parte da imprensa especializada do Brasil viram na escolha do treinador um possível favorecimento à atleta, que também é titular da seleção holandesa – entre outros prêmios individuais, ela foi a melhor oposta do Campeonato Europeu 2015, da liga turca 2015/2016, além de ter sido a maior pontuadora e ter o melhor aproveitamento no ataque no Pré-Olímpico Mundial. Com o clube turco, Guidetti conquistou vários títulos, entre os quais o de campeão mundial (2013). Ainda venceu duas vezes a Liga dos Campeões da Europa (2010/2011 e 2012/2013) e três vezes a liga turca (2012/2013, 2013/2014 e 2015/2016).
A Rio 2016 será a primeira participação de Giovanni Guidetti como técnico numa Olimpíada. A Holanda está no grupo B, o mais equilibrado, ao lado de EUA, China, Sérvia, Itália e Porto Rico. O Brasil integra a chave A, que tem Rússia, Japão, Coreia do Sul, Argentina e Camarões.
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Sobre a autora
Carolina Canossa - Jornalista com experiência de dez anos na cobertura de esportes olímpicos, com destaque para o vôlei, incluindo torneios internacionais masculinos e femininos.
Sobre o blog
O Saída de Rede é um blog que apresenta reportagens e análises sobre o que acontece no vôlei, além de lembrar momentos históricos da modalidade. Nosso objetivo é debater o vôlei de maneira séria e qualificada, tendo em vista não só chamar a atenção dos fãs da modalidade, mas também de pessoas que não costumam acompanhar as partidas regularmente.